capítulo 35

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Allie

    Dois meses, sem falar com ninguém, só trabalho, ameaças e muito droga. Fora os enjoos eu estou bem. Eu sei o que está acontecendo, só não quero que seja real. Eu não quero fazer nada. Não quero saber da verdade.

    Me sento no chão do banheiro e respiro fundo. Não tem a possibilidade de ser do Damon. Ele usou camisinha. Mas as coisas pioram quando o assunto vira o Will. Ele não fala comigo, na verdade, eu não falo com ele. Eu me mudei de onde eu estava, semana passada eu vi a Winter andando pela cidade com a irmã e vi a Emory ontem.

    Está tudo como deveria ser. Cada um com o amor da sua vida. E eu sozinha com uma possibilidade que vai me matar com toda certeza.

    Crio coragem e levanto, lavo minhas mãos e volto para o laboratório. Volto a trabalhar, porque é só isso que eu faço.

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    Eu tinha que comunicar o meu pai adotivo disso. Eu meio que não quero falar com eles. Mas meu pai me pediu para vê-lo, uma conversa. Estou estou um pouquinho ansiosa. Dessa vez ele vai me matar.

    Entro na cafeteria e me sento em frente a ele. Porque eu não piso em thunder bay nunca mais na minha vida.

— Como você está? — ele pergunta me analisando.

— Ocupada com o trabalho.

— Você precisa dormir. — ele diz preocupado.

— Não está dando para fazer isso ultimamente. — Digo sentindo vontade de comer um bolo de chocolate com morango e café.

— Você não foi pra casa.

— achei que não quisesse uma drogada na sua casa. — digo encarando a vitrine.

— Filha. Você nem deixou tomarmos nossa decisão. Você sumiu de Meridian e thunder bay e so vem para Meridian para trabalhar.  Estou preocupado.

— eu não queria mais ver ninguém. — digo chamando a moça para pedir.

— Fale comigo. Por favor, está acontecendo mais alguma coisa?

— Eu estou grávida. — digo assim que peço meu bolo de chocolate. — E é de um dos amigos do Kai, e eles já me odeiam. Vão me chamar de vadia descarada agora.

— Meu Deus. Há quanto tempo você sabe disso Allison? — ele diz mais surpreso que bravo.

— Três semanas. — digo encarando ele — e... é quase certo que não vá vingar porque eu uso drogas. Vou pedir pela primeira vez uma coisa para você pai. Não conte pra ninguém que estou grávida. Não vai vingar.

— Existem formas de fazer acontecer filha. Você não precisa sentir vergonha, e quem é o filho da puta que te engravidou? — Arregalo meus olhos. O senhor Mori está falando palavrão. Meu deus.

— Você não precisa saber. E nem ele.

— Eu preciso saber. Porque eu vou matar esse desgraçado. — ele diz, vejo a veia do pescoço dele engrossar. Gente meu pai tá puto.

   Meu bolo chega e eu enfio uma garfada na boca.

— não é daquele lunático do Torrance né?

BirthdayOnde histórias criam vida. Descubra agora