Ludmilla - São Paulo 📍 19:35
Como o planejado, já estou na boate, observando de longe os clientes se divertirem e algumas garotas se sensualizar de forma vulgar na frente de todos - o que me fazia sentir um certo incomodo. Apesar de não achar isso errado, eu queria que elas tivessem uma vida melhor, pois sei que muitas estão aqui apenas pelo valor alto que recebem ao transar com um cliente.
Me viro para observar o bar e pela primeira vez pego o cardápio para decidir o que beberia. Já estou cansada de bebidas fortes que fazem eu me xingar por ter bebido. Depois de foliar várias vezes, na página 10, encontro o que eu gostaria de experimentar.
- Diogo! - chamo o rapaz que estava lavando as mãos.
- Fala comigo, patroa! - ele sorri animado, hoje era um dos dias que ele mais gostava, pois a bebida era livre para todos os funcionários.
- Me vê uma dose de Pink Ice Summer, mas eu quero ver você fazendo. - peço e ele obedece, rapidamente pegando os vidros de bebida.
- Vamos lá, patroa. - ele pega um copo de louça e coloca gelo - Essa bebida é doce, nela tem: suco de laranja. - ele coloca no colo - Suco de abacaxi. - ele coloca - Soda limonada, pra dar um gostinho melhor - ele coloca duas doses - E por fim, um lance de groselha, vermelha. - ele coloca tudo e mistura bastante. - Se a senhora quiser eu posso colocar um pouco de álcool.
- Não precisa, só isso me agradou. - pego o copo de sua mão e dou um gole, sentindo a harmonia entre os sabores - Muito bom, Diogo!
Me viro no banco e volto a observar a boate, que nesses poucos minutos já ficou ainda mais cheia e o show da Mc Pocah já começou, fazendo com que algumas pessoas se encaminhassem até a pista de dança. Com isso eu tive a visão perfeita da entrada e vi passar por ela a loira mais linda que já vi por essa boate.
De longe, seu olhar se encontrou com o meu e uma pequena eletricidade percorrer por todo o meu corpo, me fazendo deixar o copo, que ainda está pela metade, sobre balcão. Quando ela está devidamente em minha frente, sorrio abertamente, sendo retribuída pelo mesmo ato.
- Boa noite, Brunna. - a olho por completo - Está linda essa noite.
Antes que ela possa dizer algo, seu olhar percorre por todo meu corpo ela sorri de lado, demonstrando que havia gostado do que viu.
- Você também está linda essa noite. - ela sorri - Inclusive, boa noite.
- Veio sozinha hoje? - pergunto curiosa e ela nega com a cabeça.
- Minhas amiga estão chegando daqui a pouco. - se senta ao meu lado pegando o cardápio - O que você me sugere?
- Depende. - a olho - Algo mais doce, mais amargo, mais quente ou mais frio?
- Acho que quente. - fala.
- Tem uma bebida que chama Alexander, ela é ótima. - falo e ela sorri - O que foi?
- Porque uma bebida tem nome de gente? - pergunta curiosa.
- Porque foi o cliente que fez e deu super certo, aí está no cardápio. - explico e ela parece entender - Vai quer?
- Vou.
Chamo o barman e peço a ele a bebida que foi escolhida, ele demora alguns minuto para fazer, devido a demanda que está tendo, mas quando entrega a loira sorri abertamente como agradecimento. Ela da um gole na bebida e fecha os olhos fazendo uma careta.
- É muito forte. - me olha - O que tem nisso?
- Conhaque, licor de menta, run banco, leite condensado. Não deveria ser tão forte assim. - pego o copo de sua mão e dou um gole - Brunna!
- Isso aqui não está forte. - gargalho alto - Tem certeza que você é acostumada a beber?
- Não, não sou. - faz uma careta me entregando de vez o copo.
- Pega esse que eu estava bebendo, não tem álcool. - entrego o copo para ela, que rapidamente da um gole.
- Esse está uma delícia. - ela sorri animada.
Ficamos uns minutos em silêncio e vejo suas amigas entrarem pela porta principal. Faço um sinal para ela que rapidamente entende e se afasta um pouco para não dar a entender que estávamos juntas. Aproveito o momento e me levanto para ir até o escritório terminar de resolver as coisas da última noite com Isabelly.
Carrego o copo com a bebida na mão e diversas vezes sou esbarrada, e isso faz com que o líquido caia sobre minha roupa e o suje. Quando finalmente chego ao escritório, acendo as luzes neon e fecho a porta para ter um pouco de privacidade, já que é no mesmo corredor que os quartos das meninas.
Abro a primeira gaveta da mesa e retiro um pequeno envelope de cor branca, tiro do bolso minha carteira de couro preta e a abro. Pego nove notas de cem reais e dobro, as colocando dentro do envelope, entregarei para Isabelly quando a noite terminar.
Brunna - São Paulo 📍 20:11
Minhas amigas chegaram sorrindo abertamente e eu as abracei aperto e agradeci por terem aceito esse rolê - mesmo se elas não aceitassem eu estaria aqui. Me juntei a elas e fui até a pista de dança para dançar a música alta que estava tocando.
Senti um par de mãos segurar minha cintura e me virei, encontrando uma menina baixa e morena me olhando sorrindo timidamente. Eu não negaria de dizer que ela é linda, mas ao ver sua pequena identificação mostrando que ela era uma das garotas que trabalhavam ali, dei um passo para trás negando com a cabeça.
Muito educada ela se apressou em pedir desculpas e me ofereceu a bebida que estava em sua mão, peguei gentilmente e voltei minha atenção para as meninas, que me olhavam um tanto quanto surpresa por eu ter negado ficar com alguém.
- O que aconteceu com você? - Emilly pergunta rapidamente - Ela é linda, Brunna.
- Eu sei, mas é uma das garotas que trabalham aqui. - suspiro.
- E você se importa mesmo isso, amiga? - Irys pergunta fazendo uma careta em reprovação.
- Eu não sei por onde passou a boca dela. Não quero pegar nenhuma doença. - falo óbvia.
- Quem te garante que as pessoas que você fica por aí não tem nenhuma doença ? Elas andam com um exame na testa? - Emilly pergunta e paro de dançar a encarando, sabendo que ela tinha certeza.
- Amiga, você tá aqui pra de divertir. Ninguém está nem aí se você dormir com uma das garotas. - Irys fala - E olha eu te garanto que elas são muito melhores que outras pessoas.
Eu não estava com vontade de ficar com nenhuma garota de programa - e o problema não era elas serem garotas de programa, pois eu só não estava afim. Mas eu sei que não adiantaria muito tentar explicar isso pras duas agora. Então apenas dei um gole na bebida que está em minha mão e continuei dançando.
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Será que a Lud vai esconder por muito tempo sua identidade?
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...