Brunna - São Paulo 📍 23:30
Estou jogada sobre o sofá da sala, e na televisão um documentário sobre a última passagem surpresa da cantora Beyoncé pelo Brasil, é contado. Vejo a porta de abrir e Caio aparecer com um pequeno sorriso no rosto e o terno levemente amassado. Ele deixa sua maleta pendurada no pequeno gancho atrás da porta e caminha em minha direção.
- Você está melhor, linda? - pergunta cuidadoso.
- Estou. Obrigada pelos remédios que você me passou. - agradeço e ele sorri orgulhoso.
- Ah! Antes que eu me esqueça. - ele tira seu blazer - Tinha uma colega sua aqui na porta de casa.
- Uma colega? - pergunto curiosa e me ajeito no sofá.
- Sim. Quando eu cheguei ela estava procurando pela campainha, aí eu perguntei quem ela estava procurando e ela disse seu nome. Perguntei se ela queria entrar, mas ela rapidamente deu uma desculpa e foi embora. - me conta.
- Mas como ela era? Eu não estou me lembrando de ter mandado ninguém vir aqui. - falo.
- Era alta, morena e estava usando umas roupas de marca. - fala me olhando - Parecia ser rica, talvez seja uma das suas amigas de café da tarde.
- É. - falo suspeita pois ainda não me lembro de quem seja - Eu fiz um pedido naquela lanchonete do centro, está dentro do microondas.
- Obrigada, bebê. Vou apenas tomar um banho e como. - sorri caminhando em direção ao banheiro.
Desliguei a televisão e caminhei até meu quarto, fazendo um grande - pra ser exagerada - mapa mental em minha cabeça, na tentativa de saber quem seria a tal "colega" que Caio havia encontrado na porta de nossa casa. Quando percebi que estava fracassando nessa missão, apenas me joguei na cama de casal e suspirei cansada - eu deveria ter escutado ele quando me propôs colocar câmera na entrada.
Tirei meu celular do carregador e abri a tela de notificações, não percebendo nada de interessante. Deslizei a tela para o Whatsapp e vi poucas mensagens, sendo uma delas de Mário Jorge, pedindo para que eu fosse até a empresa amanhã - ele se acha o dono, mas com razão. Confirmei minha presença e desliguei o aparelho, o deixando sobre a cama.
Dia seguinte - São Paulo 📍 9:45
Acordo com o barulho incessante do
celular, anunciando que alguém está me ligando, praguejei essa pessoa e deslizei o dedo pela tela, atendendo sem ao menos me dar conta de quem seria a pessoa.📱
- O que foi? - pergunto ainda de olhos fechados.
- Bom dia pra você também Brunna Gonçalves. - escuto a voz mal humorada de Mário do outro lado da linha.
- Bom dia, Mario Jorge. Porque você está me ligando a essas horas da manhã? - resmungo.
- Talvez seja porque você está a quase três horas atrasadas pra uma reunião super importante. - fala bravo e meus olhos se abrem no mesmo instante.
- São quantas horas? - pergunto.
- Quase dez horas da manhã, Brunna.
- Que caralho. - xingo ao dar um pulo da cama - Eu chego aí em vinte minutos, prometo.
- Se você demorar mais do que isso, pode me considerar um ex funcionário da empresa. - ele desliga a ligação antes que eu me despeça.
📱
Jogo o celular na cama e corro pro banheiro, onde tomo um banho rápido e penteio meus cabelos. Abro a porta do guarda e retiro do cabide uma calça social cinza e um blazer na mesma cor. Visto tudo correndo e calço um par de saltos - não tão altos.
Quando chego na empresa todos estão me olhando, como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo - e talvez para eles sejam - empurrei a enorme porta de vidro e me sentei na ponta da mesa, ao lado de Mário Jorge, que está anotando algo em seu notebook.
- Bom dia a todos. - raspo a garganta chamando a atenção dos homens e das mulheres que estavam ali - Peço desculpa por meu atraso, tive um pequeno imprevisto antes de sair de casa.
- Certo. - Mario fala se levantando e ligando a pequena televisão onde passa os dados da empresa - Podemos dar início a nossa reunião, que foi marcada por nosso representante.
- Qual o motivo? - pergunto olhando pro senhor de quase cinquenta anos.
- Senhora Gonçalves, a reunião foi marcada pois eu estou infeliz com a nossa parceria. - fala desapontado - Já fazem quase dois anos que nenhum de vocês vão até minha afilial resolver meus problemas.
- Senhor...? - pergunto o olhando.
- Joaquim, Joaquim Vilela!
- Certo, Senhor Vilela. Por um instante eu acho que o senhor se perdeu nos fatos. - abro meu notebook - Nós temos quase cinco mil microempreendedores espalhados por todo esse Brasil. Não seria um pouco egoísta o senhor fazer questão de uma fútil presença? - questiono.
- O que Brunna quis dizer. - Mario raspa a garganta - É que estamos muito ocupados resolvendo os maiores problemas. No mês passado fomos até uma pequena empresa do norte do país e ficamos por lá três meses, tudo para solucionar o problema. Na última semana tivemos uma pequena invasão nos dados e ainda estamos lidando com esse acidente.
- Mas eu não tenho culpa de vocês serem incapazes de solucionar os problemas. - ele franze as sobrancelhas.
- Ninguém aqui é incapaz, Joaquim Vilela. - aumento meu tom de voz - Mas se o senhor está tão insatisfeito, cancele seu contrato. Pague a multa de cinco milhões de reais e não se considere mais um membro da minha empresa.
- Não, senhora. - ele murcha na cadeira - Eu só quero dizer que preciso de ajuda.
- Pois bem. Mario Jorge, chame nossa equipe e resolva o problema desse senhor, antes que eu perca a última gota de paciência. - me levanto da cadeira - E quando terminar, vá até minha sala. Tenho outras coisas pra conversar com você.
Se minha vida fosse um desenho animado, nesse momento eu estaria vermelha e soltando fumaças pela cabeça. Entrei em minha sala e bati a porta com força, tentando me livrar daquela raiva. Me sentei na cadeira giratória e abri as persianas com o controle que está sobre mesa.
Quando eu iria colocar meus pés em cima da mesa, Mario adentrou minha sala com uma cara nada boa. Ele se assenta a minha frente e solta um alta risada ao perceber que eu ainda estou brava com toda essa situação.
- Qual foi, Bru. Relaxa. - pede.
- Eu quase nunca venho aqui, aí quando eu venho, um velho desses tira minha paciência. - resmungo fechando os olhos.
- É pra você ver o que eu sofro aqui.
- Que saco. - travo minha mandíbula.
- Sabe o que eu acho o motivo de todo esse seu estresse? - abro meus olhos o olhando para que ele prossigam com sua fala - Falta de sexo.
- Me poupe, Mario Jorge. - reviro os olhos.
- É sério Brunna! Você tá precisando ser bem comida pra ver se passa esse seu mal humor. - comenta - Você tem um baita homem em casa e não se aproveita disso.
- Eu quero me aproveitar de outra coisa. - me lembro da Ludmilla e um sorriso surge no canto da minha boca.
- Credo, safada!
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...