Ludmilla
Hospital Sírio-Libanês (São Paulo)
Demorou muito para que o médico desse o último laudo para o mal estar do meu filho. Início de pneumonia. Minha mente trabalha de forma rápida, para saber como o pequeno esta doente, sem ao menos pegar uma chuva, ou já ter estado resfriado. Mas a verdade é que quem estava criando ele nos últimos dias é a Brunna, e só ela sabe - ou não - o motivo para que ele esteja doente.
Passo minhas mãos por meus cabelos e suspiro pesado, vendo a loira fazer um leve carinho no rosto do menino que está sendo picado por uma fina agulha, na intenção de o fortalecer com soro. A enfermeira está atenta no braço do pequeno, que nem ao menos percebe o início da discussão que se formou no quarto do hospital.
- A culpa disso é sua. - falei em direção a mais nova, que estava perdida nos próprios pensamentos, mas ao ver que eu estava falando com ela, levantou seu olhar - Você não cuidou bem do meu filho. - frisei a palavra meu.
- Agora ele é seu filho? - ela sorriu irônica - Pois até hoje a noite, era eu quem estava cuidando de tudo sozinha.
- E é exatamente por isso que ele está assim, se eu estivesse presente ele não teria passado mal. - falei estressada.
- Então porque você não esteve presente para fazer o seu papel de super mãe? - ela se levantou para que ficarmos mais próximas.
- Ah cala a boca, o que você tem pra dizer sobre maternidade? Não era você que não queria ter um filho? - a olhei incrédula.
- Pra você ver, eu não queria e estou fazendo mais papel de mãe do que quem estava louca para ter. - bateu palmas - Eu esperava muito mais de você, Ludmilla.
- Claro, até porque você é muito perfeita. A senhora perfeição.
- Se hoje eu ainda estou com você é por causa desse menino. - ela apontou para o Michel que estava observando o líquido passar pela sonda, enquanto a enfermeira anotava algo em sua prancheta.
- Olha aqui, Bu. Uma gotinha dentro do caninho. - o menino falou um tanto quanto animado, sem entender que ainda estava doente e a loira me ignorou, voltando para perto dele.
- Nossa, Chechel, tem muitas. Olha só essa aqui. - ela mostrou algo que eu não consegui ver. Aproveitei que eles estavam entretidos e sai do quarto, voltando para a recepção do andar e me sentando na única cadeira livre que tinha por ali.
Algumas senhoras que passaram por ali fizeram questão de me cumprimentar, enquanto eu permaneci em silêncio, esperando a hora de ir embora. Horas se passaram e a noite chegou, me fazendo ser obrigada a ligar para Daiane e a avisar que eu não iria trabalhar por essa noite. Ela entendeu tranquilamente e disse que assim que possível iria vim até aqui ver como o seu afilhado favorito - o único que ela tem - está.
Me cansei de ficar pelo corredor e decidi voltar para dentro do quarto, encontrando Michel já dormindo e a Brunna sentada no pequeno sofá com o notebook na mão e o celular na orelha, provavelmente em uma ligação. Ignorei esse detalhe e me sentei na cama, ficando ao lado do meu bebê, que está respirando com certa dificuldade, pela quantidade de catarro em seu pulmão.
- Meu amorzão. - deixei um beijo na testa do menino - Você tem que ficar bem logo, pra gente ir passear, ir no parque brincar, ver desenho...
- Você é um inútil, Mário Jorge. - me assustei com o tom de voz usado pela loira e olhei em sua direção, vendo que ela estava bastante concentrada no que estava fazendo - Eu te disse que não era pra fazer essa proposta. Parece que você não consegue pensar.
- Brunna. - chamei sua atenção ao ver que o menino já tinha se mexido na cama, por ter assutado com o barulho.
- Desculpa. - ela resmungou em um tom baixo e voltou a sua ligação - Eu não quero saber disso, ok? Você vai ligar para ele e dizer que houve um equívoco por sua parte e marcar uma reunião para um outro dia. - ela suspirou - E não fica mais testando a minha paciência. Já estou esgotada.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...