Caio Nogueira - São Paulo 📍
Sexta-feira 15:50Minhas mãos trêmula faz questão de pegar o último porta retrato de vidro que contém a perfeita foto da minha esposa e jogar contra a parede branca. Desde que ela me entregou os papéis do divórcio, o ódio tomou conta do meu ser. Para Eliane Ramos, ódio é um sentimento de profundo desgosto, raiva, rancor, horror, inimizade ou repulsa. E é exatamente isso que estou sentindo contra ela e sua maldita amante. Todo o amor que eu a dei, foi em vão. Dediquei anos da minha vida, para poder escutar ela dizer que me ama, com brilho no olhar - da mesma forma que ela consegue dizer para aquela maldita favelada.
As batidas do meu coração se aceleram e eu me sento no sofá de couro branco. Afundo minhas mãos em meu cabelo desgrenhado e escuto a maldita campainha tocar, isso foi o suficiente para atacar minha enxaqueca. Me levantei com calam e abri a porta, encontrando meu advogado, usando seu perfeito terno azul marinho. Dei permissão para que ele entrasse, mas sua aparência não está tao agradável ao me ver - julgo ser por eu estar usando a mesma roupa de três dias atrás.
- Tenho um boa notícia para você, senhor Nogueira. - fala depois de eu fechar a porta.
- Pois bem, fale logo. - digo sem paciência.
- Posso me sentar? - questiona e eu concordo com a cabeça. Ele caminha pela casa com cuidado para não pisar nos cacos de vidro e se senta no mesmo lugar que eu estava antes.
- Brunna entregou em contato com você? Sabe onde ela está? - pergunto de uma só vez.
- Vamos com calma senhor Nogueira. - ele abre seu notebook sobre as pernas - Quem entrou em contato comigo foi o advogado que está a frente do divórcio pedido pela sua esposa. Eles aceitaram nossa proposta, mas pediu para que tudo fosse resolvido ainda essa semana.
- Muito bem. - sorrio animado - Eu tenho o direito de escolher o que eu quero, certo?
- Sim. - me olha - Mas ela ofereceu apenas a casa e o carro. Disse que a empresa não está para negócios.
- Ela é esperta. - me encosto no sofá - Mas diga a eles, que eu quero a empresa. Não aceito outra coisa além disso.
- O que vai fazer com uma empresa de Cliptomoedas? - pergunta curioso.
- Não vou fazer porra nenhuma. - dou de ombros - Mas eu sei que de tudo, isso é o mais importante pra ela.
- Entendi. - fala simples - Vou entrar de novo em contato com o Dr.Augusto e dizer isso a ele.
- Não volte aqui, enquanto não estiver com todos os papéis da empresa em mãos. - falo sério e ele concorda com a cabeça.
- Tem um outro problema, senhor. - ajeita a gravata no pescoço.
- Os problemas não acabam. - reclamo - Qual foi dessa vez?
- Ela está trabalhando com dois advogados, enquanto um está cuidando do divórcio, o outro está te processando por causa dos documentos falsos. - conta e eu sinto meu sangue ferver.
- Maldita. - falo entre os dentes - Ela quer acabar com a minha vida. Isso não vai ficar assim.
- Estou cuidado de tudo, mas vai ter uma hora que as coisas vão passar do limite. - fala me olhando - Por favor, não faça nada que venha a te prejudicar, ainda mais.
- Olha aqui seu vagabundo. - seguro ele pela gravata - Se eu fizer alguma coisa, você vai ter que me defender. Custe o que custar. Tá me ouvindo? - o sacudo.
- Sim, senhor. - fala em voz baixa - Então se manda aqui e volte só quando eu estiver com tudo que é dela.
O homem se levantou a passos rápidos e não fez questão de tomar cuidado com os cacos de vidro. Ele mesmo abriu e fechou a porta da minha casa. Dei um murro no sofá e me levantei, peguei as chaves do meu carro que estão sobre a mesa de centro e caminhei até a garagem. Entrei no meu carro e segui até a casa da minha nova amiga.
Isabelly - São Paulo 📍
Sexta-feira 18:00Terminei de tomar meu banho e me sentei enfrente a televisão. Meu filho está deitado ao meu lado, mexendo em seu inseparável tablet, deixei um beijo estalado em sua testa e voltei minha atenção a televisão. Não sei o que aconteceu com a Lud e com a Dai, mas achei ótimo elas terem dado essas férias a nós. Estou aproveitando esses dias para levar meu pequeno a escola, caminhar no parque e principalmente descansar. Por mais que minha profissional não seja algo que exija muito do meu ser, eu preciso estar sempre em forma com meu corpo, em dia com os exames e principalmente com a terapia feita. Desde que engravidei do meu pequeno Luis, que hoje tem dois anos, eu comecei a enxergar a vida com outros olhos e hoje, tudo que eu faço, ou ganho, é para ele e por ele. Acho que é por isso que eu ainda continuo trabalhando na boate, apesar de ter que atuar alguns péssimos clientes, o salário compensa. Consigo chegar em casa e dar ao meu filho, tudo que ele me pede. Faço um carinho em seus cabelos recém molhados pelo banho e sorrio com meus próprios pensamentos.
- Pute tá sorrindo mamain? - pergunta de forma engraçada.
- Mamãe estava pensando em você. - falo sincera - Mamãe te ama muito, sabia?
- Tabem amo mamain. - ele se levanta e se joga em meu pescoço.
- O que você acha da gente pedir um lanche no McDonald's? - sugiro - Vai ser o nosso jantar.
- Vai te totacola? - pergunta animado.
- Sim, vai ter coca cola. - beijo seu pescoço.
- Ebaaaa. - bate palmas de forma desengonçada, me arrancando uma risada sincera.
- Espera a mamãe aqui, vou pegar o celular pra fazer nossos pedidos. - o deixo sobre o sofá. Mas antes que eu chegue até o quarto, minha campainha toca eu desvio meu caminho, indo até a porta. Quando a abro, vejo Caio, com uma roupa suja, cabelos bagunçados e uma aparência um pouco assustadora.
- Me deixa entrar. - pede assutado e eu o empurro para fora do meu apartamento.
- Você tá louco, meu filho está aqui, ele não vai te ver assim. - fecho a porta, ficando no corredor, junto com ele - O que aconteceu?
- Eu odeio a Brunna e aquela filha da puta da Ludmilla. - da um murro na parede.
- Caio, você veio aqui pra ficar falando delas? - questiono - Eu já disse que não quero saber desse assunto, eu nem sei porque fui me envolver com você.
- Você se envolveu comigo porque é uma puta barata. - minha mão vai até seu rosto, dando um tapa estalado - Tá maluca, porra?
- Caio, eu não sabia que você era essa pessoa tão ruim. - falo com nojo - Brunna tá certa em estar fazendo da sua vida um inferno. Ninguém merece alguém como você. Me deixa em paz.
- Você não vai me deixar justo agora que as coisas estão fodendo pro meu lado. - segura meu pulso com força - Estamos junto até o final.
- Nós nunca estivemos juntos, eu errei muito em ter te falado aquelas coisas. - falo brava - Sai da minha vida e não aparece mais na minha casa, tá ouvindo? Se você quiser uma noite de sexo, vai até a boate, porque lá sim eu sou uma puta barata. Aqui eu sou a Isabelly e meu filho não merece ter a sua presença.
Antes de que volte a falar entro no meu AP e fecho a porta, a trancando. Observo meu filho no sofá, e ele está concentrado o suficiente para não ter percebido minha ausência. Segui até o quarto e fiz os pedidos no McDonald's. Voltei pra sala e me joguei no sofá, junto com o Luís.
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Isabelly coloca o Caio no lugar dele...
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...