Capítulo 16

904 84 18
                                    

Brunna - São Paulo 📍 18:00

Enquanto eu caminhava pelos corredores da empresa os olhares curiosos percorriam por toda a extensão do meu corpo, por causa da roupa que eu estava usando. A passos largos caminhei até minha sala e minutos depois Mario Jorge surgiu com uma de suas típicas perguntas - "onde você se meteu?" - inventei uma desculpa qualquer para não dizer que passei a noite com a morena, até porque ele jamais acreditaria que não aconteceu nada entre nós duas.

Ele fez questão de pedir os almoços no nosso restaurante preferido, enquanto eu resolvia os assuntos que estavam pendentes a alguns dias. Passei algumas horas por ali e quando o sol começou a desaparecer do céu, apressei para me despedir. Como eu estava sem carro, fiz um pedido no aplicativo Uber e demorei quase o dobro do tempo que sempre gasto pra chegar em casa.

Nesse exato momento estou escolhendo uma roupa para sair a noite. Chamei as meninas para me acompanhar e como eu imaginei, todas aceitaram no mesmo momento. Joguei algumas peças de roupa sobre minha cama e tentei escolher qual seria a mais bonita pra esse evento - ver a Ludmilla. Fiz a escolha de um vestido verde que deixa meus seios um pouco mais a mostra e parte da lateral do meu abdômen.

Segui até o banheiro e liguei o chuveiro, que rapidamente começou a deixar as gotas de água quente caírem no chão. Retirei a blusa da Ludmilla e deixei sobre a pia, fiz a mesma coisa com a lingerie e só então adentrei o box. Como tenho tempo suficiente - ou não - para me arrumar, lavei meu cabelo antes de me ensaboar. Quando finalizei o banho, me enrolei na toalha e voltei para o quarto.

Me vesti tranquila e fiz uma maquiagem no tom nude, escovei meus cabelos e só então calcei o par de sandálias. Escutei a buzina do lado de fora de casa, anunciando que Emilly tinha chegado - eu a obriguei - coloquei tudo que eu iria precisar dentro da pequena bolsa e fechei a casa. Quando sai de casa percebi a mulher me esperando do lado de fora do carro, mexendo no celular.

- Boa noite, amiga. Desculpa a demora eu estava fechado a casa. - cumprimento e me explico.

- Boa noite, Brunninha. - ela sorri - Tudo bem, você não se atrasou. Mas vamos logo que todas as meninas já estão lá.

- Vamos! - falei antes de adentrar seu carro.

- Então, amiga, como estão as coisas com você? - pergunta depois de dar partida no carro.

- Estão tranquilas, graças a Deus, só a empresa sugando um pouco da minha energia, mas nada demais. - conto - E com você?

- Tudo certo, só meus pais que continuam brigando por causa do divórcio. - fala triste.

- No final eles vão se resolver amiga, seja ficando juntos ou separados. - a consolo.

- É, eu espero.

Ela fez o trajeto até a boate em quase quinze minutos e estacionou seu carro a frente do meu - por sorte ela é sonsa o suficiente pra não ter percebido isso - Na entrada tinha uma fila, devido a chegarem do documento. Emilly estava na minha frente, então logo fez o pagamento e adentrou a boate. Quando entreguei meu documento para o segurança, ele apenas olhou meu nome e deu permissão para que eu entrasse, sem ao menos eu tirar o dinheiro da bolsa. - maldita Ludmilla.

Hoje é exatamente o meio da semana e com isso a boate está um pouco mais cheia que a última vez que vim, mas também não tão lotada como os fins de semana. Encontrei as meninas na pista de dança e as abracei apertado. Antes que elas me convidassem pra dançar, eu disse que precisava beber e segui até o bar que eu sempre encontrava a Ludmilla, mas diferente das outras vezes, hoje ela não está aqui - o que me desanimou.

Ainda na expectativa de encontrar a morena, passei meu olhar por toda a boate, mas não a vi - suspirei pesado - pedi o barman uma de suas doses de tequila e virei o líquido de uma só vez, senti minha garganta queimar e fechei os olhos, fazendo uma careta. Um mão tocou meu ombro e me virei rapidamente esperando ver Ludmilla, mas apenas encontrei a mulher que me deu a bebida, daquela vez.

- Boa noite, moça bonita. - ela sorri de forma aberta e eu acabo retribuindo.

- Boa noite. - respondo educada.

- Fazem uns dias que eu estou te vendo por aqui. - comenta - E pelo que eu percebo, não vem acompanhada.

- Ah, verdade. - dou de ombros.

- Você está precisando relaxar? - questiona e só então eu percebo que sua intenção não é apenas conversar, e claro que não seria, ela é uma das garotas.

- No momento não. - passo meus olhos por seu rosto que está sendo iluminado pela luz do bar - Eu estou de boa.

- Tem certeza? Você não vai se arrepender, mas caso isso aconteça eu devolvo seu dinheiro. - passa a mão por minha nuca, me fazendo arrepiar.

- Qual seu nome? - pergunto tentando me manter firme, porque eu realmente estava precisando "relaxar".

- Isabelly. - se apresenta - E você?

- Pra você pode ser Gonçalves. - falo - Você é uma proposta tentadora, mas por agora eu estou tranquila.

- Talvez mais tarde eu esteja ocupada com outros clientes. - leva sua mão até meus lábios - E nesse momento eu estão cobrando apenas a metade do preço.

- Não gosto de pessoas fáceis. - me afasto um pouco, para recuperar o ar - E bom, isso tudo é pelo dinheiro? Se for eu posso te dar uma ajuda.

- Não, Gonçalves. - revira os olhos - Eu só estou querendo te foder.

- Você é bem direta. - suspiro ao sentir seus lábios tocarem meu pescoço de forma tímida.

- Só com quem eu quero. - ela mordisca essa região do meu corpo e eu repouso minha mão no seu ombro, tentando, por mais que de forma falha, a afastar de mim.

- Boa noite, senhoritas. - escuto a voz grossa e rouca de Ludmilla - Isabelly, se você quiser levar a cliente para seu quarto, fique a vontade, só não faça essa cena no meio da boate.

- Boa noite, Ludmilla. - ela se afasta de mim, como um raio - Eu estava dizendo isso a ela, nesse exato momento.

- Não foi bem isso, Isabelly. Você estava aqui tentando me convencer, e eu já tinha te dito que não queria. - explico.

- Você sabe que não deve forçar nenhum dos meus clientes. - Ludmilla fala séria - Depois vamos conversar sobre isso, volta pro seu lugar.

- Com licença. - a mulher fala antes de sumir no meio das pessoas.

- Você tem certeza que não quer subir com ela? - Ludmilla questiona se sentando ao meu lado - Eu não vejo nenhum problema.

- Por Deus, garota. É mais fácil eu transar com o Caio, do que subir com uma dessas garotas. - falo com desdém e a escuto gargalhar.

- Você chegou faz muito tempo? - pergunta depois de pedir uma caipirinha.

- Um pouco. - respondo a olhando - Eu não gostei do fato de você ter liberado minha entrada de graça. - reclamo.

- Não começa, Brunna. - revira os olhos - Você deveria usar essa sua boca pra fazer algo melhor do que sempre ficar resmungando.

--------------------

Não fiquem bravas comigo por estar demorando tanto pra elas ficarem! Amo vocês!

Comentem o que estão achando!

Talvez eu volte hoje, mas depende de vocês!

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora