Brunna
Gonçalves'Coin - São Paulo
📆 Quarta-feira - 🕚 13:00
Hoje nada pode estragar o meu dia.
Nem mesmo a cara feia do Mário Jorge e o seu péssimo humor.
Desde que cheguei na empresa estou sendo fuzilada pelo olhar do moreno que insiste em me evitar. Mas no fundo do meu coração eu entendo que ele realmente pode estar chateado. Ele acompanhou todas as fases da minha vida, e foi injusto eu ter escondido toda essa bagunça do meu relacionamento dele. Mas como eu iria dizer a ele que eu e o amor da minha vida simplesmente não temos mais maturidade para ter um namoro ou como eu explicaria pra ele o motivo desse término? Não me arrependo de ter feito dessa forma.
Suspirei pesadamente vendo o homem andar pelo corredor e decido mais uma vez chamar a sua atenção, para tentar ter uma conversa. Me levantei da cadeira e segui até a porta do meu escritório, abri ela com força e atrai a atenção de alguns funcionários que estavam por ali. Coloquei a minha cara mais brava e chamei pelo moreno, que me olhou assutado. Talvez não esperava essa minha atitude, ou talvez realmente pensou que eu estivesse brava.
- Mário Jorge. Você pode entrar na minha sala agora?! - falei autoritária e ele suspirou antes de fazer o que eu pedi - Obrigada. - o agradeci, depois de me obedecer.
- Aconteceu algo referente a empresa? - ele questionou sério, e ainda sem me olhar.
- Você pode pelo menos me olhar, enquanto fala comigo? - questionei ficando de frente para ele - Eu ainda sou sua amiga.
- Amiga? - questionou incrédulo - Você é uma falsa, uma ingrata. Se eu pudesse te matava e jogava seu corpo na primeira lata de lixo que eu encontrasse. - resmungou.
- Menos. - me sentei sorrindo - Você só está bravo comigo. Daqui um tempo isso passa e você volta a me amar. Como era antes.
- Eu fico indignado com essa sua cara de pau, Brunna. - falou bravo - Você mentiu pra mim. Logo pra mim, que sempre estive do seu lado. - falou ressentido - Porque?
- Amigo, tenta me entender. - me ajeitei na cadeira - Eu não estava muito bem com essa situação. Passei por um momento difícil e eu estava tentando concertar tudo. Tem o Chel e sabe... Não ia ser fácil eu chegar e disse "Eu e a Ludmilla não estamos juntas".
- Pra mim, isso não passa de uma desculpa. - me olhou - Era por isso que você sempre adiava os nossos encontros? E usava a desculpa de que Ludmilla estava trabalhando?
- Ela realmente sempre estava trabalhando, Mário. - suspirei - Por isso que nós terminamos. Em partes eu não menti por completo.
- Sério, Brunna. Eu estou muito chateado com você. - disse sincero - Eu esperava mais da nossa amizade. Eu nunca seria capaz de esconder algo assim de você.
- Eu não te escondi. - morde meu lábio inferior - Eu só não estava preparada para te contar.
- Falsa. - esbravejou - Era só isso que você tinha para me dizer? Posso voltar a trabalhar?
- Não. Eu quero que você me perdoe por ter "escondido" isso de você. - pedi - Realmente errei, mas é que foi muito difícil entender o que tinha acontecido e você, nossos amigos amavam nós duas e não seria fácil falar com vocês. - suspirei - Eu amo você, amigo. Só não estava pronta pra te dizer.
- Eu também não estou pronto pra te perdoar.
Suspirei alto quando ele saiu da sala e eu sei que não será fácil reatar nossa amizade. Até porque, são poucas as vezes que Mário volta com a sua palavra e o meu medo é toda essa situação não ser uma excessão. Avistei ele entrar na sua sala, fechar as portas e fechar as persianas. Ele realmente está muito bravo e chateado comigo. Decidi esquecer esse assunto por pelo menos umas horas e focar nas pilhas de papel a minha frente.
Depois que a inspetora veio até a empresa, uma sequência de mudanças teve que acontecer. Segundo ela eu não estava sabendo administrar a empresa da forma em que meus pais queriam. Mas é claro que eu não estou... Não fui preparada para esse momento, mas tudo que eu faço é com a pouca base que adquiri deles. E até hoje não houve nenhuma reclamação sobre, porém ela insistiu em dizer que não estava bom e só me restou aceitar.
Flashback on
- Quando eu crescer quero ser uma pessoa muito famosa. Que tal bailarina? - falei olhando em direção aos meus pais, que estão sentados no sofá da sala de nossa casa.
- Você tem talento, mas não é isso que nós dois queremos de você. - minha mãe disse calma e sorriu - Nós temos uma empresa, filha.
- E nós não vamos viver para sempre. Uma hora você vai ter que aprender a cuidar de tudo isso que nós conquistarmos. - meu pai disse se ajeitando no sofá - Deixa esse seu sonho de bailarina para sua próxima vida.
Flashback off
Fiquei praticamente a tarde toda por ali, na tentativa de resolver tudo, mas foi em vão, amanhã terei mais trabalhos e papéis para assinar. Meu celular despertou anunciando que em pouco minutos o portão da escola do Michel será aberto e eu precisarei busca-lo, já que ele esse foi o combinado da semana feito por mim e pela Lud, quando sai de sua casa.
Demorei quase vinte minutos para chegar enfrente a escola do pequeno e o portão já estava aberto. Adentrei o interior da escola e caminhei até a sala no menino, dei leves batidas na porta e rapidamente a professora veio ao meu encontro com a mochila do pequeno e em seguida ele correu em minha direção, com um belo sorriso no rosto. Que derreteu o meu coração.
- Mamãe Bu, você veio me buscar de verdade. - comentou alegre - Que saudades.
- Oi, pequeno. - beijei seus cabelos e sorri para professora que fechou a porta na espera dos outros pais - Você gostou?
- Muito. - pediu para descer e pegou sua mochila - Nós vamos tomar sorvete hoje? Aquele dia a mamãe Lud falou que iriamos um oto dia.
- Nós podemos ir. Mas que tal a gente chamar a mamãe Lud pra ir com a gente? - questionei destravando o carro.
- A mamãe não está em casa. - deu de ombros e eu o olhei sem entender.
- Como assim a mamãe não está em casa, filho? - perguntei e abri a porta para ele entrar. Fui rápida em dar a volta e sentar no banco do motorista, esperando sua resposta.
- Ela disse que ia sair pra resolver umas coisas chatas, mamãe. - disse óbvio.
- Quem te trouxe pra escola então? - dei partida no carro.
- A mamãe da Júlia.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...