Ludmilla - São Paulo 📍 22:50
Poucas pessoas estão espalhadas pela boate, algumas estão apenas bebendo, enquanto outras conversam e poucos se interessam pelas garotas que estão semi nuas dançando ao som de Ciara, de longe eu as observo e meu olhar se percorre pelo corpo de Isabelly, meus pelos se arrepiam e eu tenho afastar meus pensamentos dando um gole na bebida que está em minha mão - eu não posso lhe dar ao luxo de ter duas noites comigo, em um só semana.
Levo meu olhar até a porta de entrada e um sorriso tímido aparece em meus lábios ao imaginar Brunna entrar por ali, mas sei que ela não virá aqui até se recuperar da última noite - e isso me faz ficar um pouco triste. Sou assutada por Dayane que puxa uma mecha do meu cabelo, me causando uma dor.
- Quem é vivo sempre aparece. - brinco.
- Boa noite também, Oliveira. - revira os olhos - Ontem eu estava ocupada com coisas pessoais. Mas tenho certeza que você deu conta de tudo.
- Sai daqui com as costas doendo. - dou o último gole na bebida e devolvo o copo ao barman - Mas deu tudo certo.
- Como estão as garotas? - pergunta se sentando ao meu lado, tirando do bolso da calça um cigarro de ervas.
- Hoje o movimento está muito fraco, pelo que eu vi apenas Patrícia subiu com um homem. - conto - Luísa se sentiu indisposta para trabalhar hoje.
- A nossa melhor. - suspira - Mas hoje é o dia mais calmo por aqui. Vamos conseguir recuperar tudo até o fim da semana.
- Eu espero. - volto meu olhar a seu rosto que estava levemente iluminado pelas luzes do bar - Eu estive visitando minha avó esse fim de semana.
- Como ela está? Sinto tanta saudade dela. - fala animada.
- Está muito bem, apenas sofrendo com as travessuras do Yuri. - gargalho me lembrando da cena - Ela cismou que eu preciso parar com essa vida.
- Que vida? - da um trago no cigarro.
- Da boate, pra ela isso é uma coisa muito errada, um pecado capital.
- Não a julgo por isso, minha mãe acha a mesma coisa. - me passa o cigarro para que eu de um trago - Eu não acho tudo isso errado.
- Tudo que nós temos hoje, é graças a essa boate. - falo - Eu estou disposta a largar essa vida por conta do que as pessoas pensam, por mais que seja a minha vó.
- Você não está totalmente errada por pensar assim. - ela se levanta e deixa um beijo estalado em minha testa - Só tenha cuidado para não magoar as pessoas que mais te amam.
Eu sabia que ela estava se referindo ao meu passado com meus pais - um passado não muito digno - onde eu me envolvi com drogas e deixei tudo para trás, apenas pra me satisfazer e graças a isso tudo eu perdi meus pais para sempre - não que eu tenha os matado - mas eles apenas me deixaram com minha avó e saíram por nesse mundo pra viver as suas próprias vidas - já que eu não fazia tanta questão deles.
Soltei um suspiro pesado e alto antes de voltar meu olhar ao rosto da minha sócia - ou talvez melhor amiga - que rapidamente apagou seu cigarro e o jogou em um canto qualquer, me fazendo negar com a cabeça e sorrir com seu ato - com certeza eu agradeço ao destino por ter me feito encontrar ela em uma noite nada casual.
- Acabei de ver um gato entrar pela porta principal. - comenta o seguindo com o olhar - Preciso recepcionar meu mais novo cliente.
- Meu Deus, Dayane. - exclamado.
Feito um relâmpago ela corre por toda a boate - parecendo um cachorro no cio - e finalmente acompanha o homem vestido com um terno social, o que me fez soltar uma pequena gargalha.
Como a noite está tranquila e poucos clientes estão a procura das meninas,
ou de assuntos pendentes que são de minha obrigação responder, optei por ir embora mais cedo. Diferente dos
outros dias, deixei duas notas de cem reais sobre o balcão, de gorjeta pro barman que me atendeu. Segui em direção a saída e me despedi do meu segurança com um aperto de mãos apertado.Destravei meu carro e o adentrei o ligando, aproveitei e liguei o rádio e o ar condicionado. A noite está linda, algumas estrelas no céu e uma lua cheia, clareando toda a cidade, sem ao menos precisar da luzes do poste - embora estejam ligadas - tudo isso me fez lembrar os olhos castanhos claros da loira e uma pequena curiosidade me atingiu pra saber como ela está depois de todo o álcool que ingeriu. O caminho até sua casa ainda é lembrado por meu cérebro - e eu sou péssima com a memória.
Enquanto eu lembrava do seu lindo sorriso, mal me dei conta de eu já estava fazendo o caminho totalmente oposto da minha casa - mas a verdade é que eu nem estou me importando com isso. Quando estacionei a BMW preta enfrente a casa com faixada branca e bege, percebi que algumas luzes estavam acesas, o que me fez ficar feliz em saber que ela estaria acordada - supostamente.
Desci do carro e caminhei até a porta, procurando pela campainha, quando levei minha mão até ela, para a tocar, um homem um tanto quanto alto, me assustou. Ele usava um terno na cor azul marinho e um sapato na cor marrom, ele não me era estranho, então forcei a memória e descobri que era o mesmo homem que Dayane correu atrás na boate.
- Boa noite, senhorita. - de forma um tanto quanto educada ele me cumprimenta - Está a procura de alguém?
- Boa noite. - sorrio sem mostrar os dentes - Eu gostaria de falar com a Brunna - me forço a lembrar o sobrenome dela - Brunna Gonçalves.
- Ah claro, minha esposa. - fala com orgulho e minhas sobrancelhas se franzem ao escutar o adjetivo "esposa".
- Ela é sua esposa? - pergunto na intenção de confirmar o que eu havia escutado.
- É sim. - confirma - Creio que ela ainda está acordada. Vocês são amigas?
- Colegas. - me limito a dizer - Mas eu posso voltar outra hora, não precisa se preocupar.
- Tem certeza? - pergunta confuso.
- Tenho sim. Muito obrigada...?
- Caio. - ele estica uma de suas mãos - Caio Nogueira.
- Certo. - suspiro - Obrigada, Senhor Nogueira.
Caminhei a passos largos - sem me dar o trabalho de olhar para trás - adentro meu carro sentindo uma corrente de raiva percorrer por meu corpo e dou partida no carro em direção a meu apartamento. Porque diabos a maldita loira não me contou que era casada?
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...