Ludmilla - Campos do Jordão 📍 13:10
- O que está te incomodando? - minha avó pergunta se sentando ao meu lado.
- Como assim, vó? - questiono confusa.
- Ah, filha. - ela suspira e se certifica que meu irmão realmente está cochilando o - Você pode enganar o Yuri, que é uma criança, mas eu te conheço o suficiente pra saber que por trás do seu olhar, existe uma aflição. Então me conte, o que está acontecendo em São Paulo?
- Não aconteceu nada em São Paulo. - a olho - O que aconteceu foi no meu coração.
- Muito bem, eu não esperava por isso. - me olha surpresa - Quem foi que entrou nesse coraçãozinho e está fazendo toda essa bagunça?
- O nome dela é Brunna. - falo desviando nossos olhares - Conheci ela em uma noite na boate.
- Ela é uma das garotas? - questiona e eu nego com a cabeça - Então menos mal.
- Mas ela é casada. - falo triste - E o marido dela tá querendo arrumar confusão comigo e eu vou ter que me afastar dela.
- Você sabe que sou sua avó e só quero o seu bem. - toca meu rosto, me fazendo levantar o olhar - Eu não acho justo você se envolver com alguém que já tenha outra pessoa, você é uma mulher incrível e merece alguém que te ame por inteiro e não precise se esconder ou dever satisfações a outro alguém. Sei que deve estar doendo aí dentro, mas iria doer muito mais, se amanhã ela percebesse que realmente ama o marido e apenas queria uma aventura extraconjugal.
- Eles não se dão bem. - conto - E assim, eu sinto que a Bu era a pessoa certa. Só que agora eu vou ser obrigada a deixar ela ir.
- Ela nunca foi sua. - ela me trás a realidade - Você poderia ter sido dela, mas ela jamais foi sua.
- Mas ele não tem o direito de me obrigar a ficar longe dela. - sinto um nó se formar em minha garganta - Eu tive culpa.
- Do jeito que você está me contando, creio que vocês ficaram, não é? - confirmo com a cabeça - E ela te obrigou? - nego - Então você também teve sua porcentagem de culpa, você sabia que ela tinha outra pessoa.
- Ele não é um homem legal, vó. - argumento.
- Isso não anula nada, filha. - faz um carinho em minhas costas - Se coloque no lugar dele, ver a pessoa que você ama com outra.
- Ele me ameaçou, vó. - explico me ajeito no sofá.
- Com o que? - questiona.
- Sobre a boate. - suspiro - A senhora não me apoia com isso, mas eu não sou uma pessoa ruim e nem obrigo as pessoas estarem ali, e o pagamento das meninas é feito por mês.
- Então porque está tão preocupada com a ameaça, já que está tudo certo? - me olha.
- As meninas assinam contratos e caso elas queiram quebrar, a multa é tão alta a ponto delas não conseguirem pagar. E tem também as coisas que as pessoas usam quando estão lá dentro. - conto.
- Ah Ludmilla, você está metida com essas coisas de novo? - quase grita.
- Não vó, calma. - peço - Eu juro que com isso eu não estou envolvida. Mas querendo ou não, vai sobrar pra mim.
- Quer um conselho? - concordo com a cabeça - Se afaste dessa mulher, antes que você pague por algo que não tem culpa.
- Pensei que a senhora fosse mandar eu ir atrás dela e lutar pelo amor. - falo frustrada.
- Isso não é amor, filha. - passa a mãos em meus cabelos - Vai passar, eu te garanto.
- Obrigada por tudo. - beijo sua bochecha.
- Não precisa me agradecer por nada. - sorri - Vou lavar as louças do almoço, pode me ajudar?
- Claro que posso, vó! Vamos lá. - me levanto do sofá.
Brunna - São Paulo 📍 17:04
Já fazem mais de seis horas que eu e Mario, almoçamos no nosso restaurante preferido, no centro da cidade. Comprei um buquê de girassol em uma floricultura e agora estou dentro do meu carro, dirigindo pelas ruas de São Paulo, tentando me lembrar o endereço da morena que está perturbando minha mente.
- Brunna, por Deus. Eu já estou ficando enjoado de tanto ver ruas. - Mario resmunga ao meu lado.
- Cala a boca, viado. - reviro os olhos - Você tinha é que me ajudar.
- Mais? - me olha indignado - Eu estou a quase quatro horas dentro desse carro, e pra melhorar, sem destino.
- Nós temos um destino. - falo olhando os prédios - ACHEI.
- Além de tudo tenho que ficar surdo. - ele se solta do cinto de segurança - Você tem certeza que é aqui?
- Tenho, Mario Jorge. Eu lembro de ter saído dessa garagem. - estaciono meu carro enfrente ao prédio de faixada cinza - Eu vou conversar com o porteiro e já volto.
- Já não basta o não, ainda tem que se humilhar. Sinceramente.
Encostei a porta do carro e caminhei até a portaria do prédio, um senhor de meia idade e com cabelos brancos me recepcionar com um sorriso aberto.
- Boa tarde, moça bonita! Em que posso te ajudar? - pergunta.
- Boa noite, senhor...?
- Alberto. - se identifica - E você?
- Brunna. - sorrio simpática.
- Muito bem, Brunna! No que eu vou poder te ajudar hoje?- volta a perguntar.
- Eu gostaria de saber se é nesse prédio que a senhora Ludmilla Oliveira mora. - explico.
- Qual a sua identificação? - questiona.
- Eu não tenho. - suspiro - Mas eu só queria saber se realmente é aqui.
- Isso vai colocar a vida dela em risco?
- Não, jamais. - me apresso pra falar - Eu só queria entregar esse buquê de flores.
- Apartamento 302. - fala depois de olhar em seu caderno - Mas como a senhorita não tem identificação, não posso te deixar subir.
- Não tem problema, mas o senhor pode me fazer o favor de entregar a ela? - faço minha melhor cara de cachorro abandonado - E por favor dizer que fui eu quem entreguei?
- Senhorita Brunna, eu não posso fazer as entregas sem uma gorjeta. - explica com educação.
- Senhor Alberto, meu querido. - deixo o buquê sobre seu balcão - Esse com certeza, não é meu maior problema - tiro uma nota da carteira e o entregado.
- Senhorita, isso é muito. - fala observando a nota de duzentos reais.
- Eu gostei de você, Alberto. - pego uma de suas canetas e um pedaço de papel - Olha, aqui está o meu contato, coloque junto com as flores e a entregue.
- Pode deixar comigo. - sorri animado - Mas tem um probleminha.
- Ah senhor Alberto, o que foi dessa vez?
- A dona Ludmilla saiu hoje cedo e até agora não retornou. - conta - Não tem ninguém que possa receber.
- Que caralho. - reviro os olhos - Mas não tem problema, quando ela chegar, o senhor faz o favor de entregar.
- Tudo bem, enquanto isso eu vou colocar na água para não murchar. - se levanta.
- O senhor é o melhor porteiro do mundo. - me animo e deixo um beijo em sua testa - Muito obrigada.
- Não tem de que, Brunna! - se despede com um aceno.
Volto para o carro com um enorme sorriso nos lábios, o que faz Mario Jorge soltar uma risada exagerada.
- Mulher apaixonada é outro nível de boiolisse. - volta a colocar o cinto.
- Me erra, viado.
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Prometo que os próximos caps vão estar melhores!
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...