Capítulo 45

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Ludmilla - São Paulo 📍 01:55

Desde que nós discutimos, ela permanece no mesmo lugar com os braços cruzados, e com as sobrancelhas cruzadas - muito brava - Já me arrependi de ter a tratado de forma tão rude, até porque ela não teve culpa alguma do que aconteceu, mas não tenho coragem o suficiente para me aproximar para tentar ter uma conversa com ela, então apenas estou a observando de longe, sentada em um banco do bar. A boate já está vazia, os funcionários apenas estão limpando de forma calma, e as meninas vestindo suas respectivas roupas para irem embora - com excessão de Yara que está usando apenas um roupão sobre sua lingerie preta - Daiane foi embora um pouco mais cedo e eu me responsabilizei por fechar a boate, então tenho que esperar todos saírem.

Estava perdida em meus pensamentos que não percebi que Brunna se levantou de onde estava e agora se sentou ao meu lado - ainda brava - e está brincando com os anéis em seu dedo indicador, um deles tem a minha inicial - ela comprou em uma loja no shopping - Sorri com a cena e voltei minha atenção a boate que já está toda limpa. Diogo foi o primeiro a ir embora, sendo seguido pelos outros barman, as faxineiras também na teem suas bolsas no pescoço e passam pela saída, enquanto as meninas se dividem em carros para poderem ir embora. Como se estivesse percebendo tudo isso, Brunna se levantou e caminhou para fora da boate, o que me fez apressar para fechar tudo. Após passar pela porta principal, a fechei e só então pude perceber que de um lado estava Brunna e do outro Yara e as duas me olhando.

- Vamos? - perguntei a Brunna que não me respondeu, apenas deu uns passos em direção ao carro.

- Lud, espera. - escutei a voz da garota e eu torci para que não fosse nada que deixaria a minha loira mais brava. Ao perceber minha demora para responder ela continuou falando - Pode me dar uma carona hoje?

- De novo? - me virei para olha-la.

- É que o metrô já parou e eu esqueci minha carteira em casa. - sorriu de lado - Prometo que vai ser a última vez.

- Yara, sério é que hoje não posso. - encarei Brunna que estava um pouco mais distante, mas prestava atenção na conversa.

- Mas como eu vou fazer pra ir embora? - perguntou preocupada e eu suspirei, sem saber o que responder - Por favor.

- Que merda. - resmunguei - Tudo bem, Yara.

- Muito obrigada, Lud. - sorriu animada e eu me virei para falar com Brunna que me olhava mais brava do que antes, mas permaneceu em silêncio - Podemos ir?

- Só um minuto, por favor. - pedi antes de ir ao encontro da loira, quando me aproximei seu olhar se desviou, encarando agora o asfalto - Bru, está tarde eu não podia deixar ela ir sozinha. Desculpa.

- Tá certa. - foi a única coisa que ela disse, e tirou seu celular da pequena bolsa que estava em sua mão.

- Então vamos? - questionei e ela negou com a cabeça - O que, amor?

- Você leva ela, Ludmilla. - não me olhou - Eu já pedi um Uber, pra ir pra casa.

- Não, Bru. - tentei sorrir - É rápido, daqui na Lapa. Menos de meia hora nós vamos estar em casa.

- Eu já pedi o Uber. - voltou a falar - Ela está te esperando, vai logo.

- Não precisa disso, Bru. - segurei sua mão.

- Em casa a gente conversa, Ludmilla. - ela se virou de costas para mim.

Estarei ferrada ao chegar em casa, mas não vai adiantar tentar conversar com ela nesse momento. Esperei o seu Uber chegar para só então adentrar meu carro com a garota que estava me esperando, um pouco mais longe. Se na primeira vez o clima foi ruim, dessa vez foi péssimo - liguei o rádio para tentar descontrair - Mas minha mente apenas está a procura de um argumento para que faça a loira me perdoar. Para Yara está tudo ótimo, já que ela cantarola a música em um tom baixo e suas mãos estão brincando com o suporte do meu celular.

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora