Ludmilla - São Paulo 📍 01:55
Desde que nós discutimos, ela permanece no mesmo lugar com os braços cruzados, e com as sobrancelhas cruzadas - muito brava - Já me arrependi de ter a tratado de forma tão rude, até porque ela não teve culpa alguma do que aconteceu, mas não tenho coragem o suficiente para me aproximar para tentar ter uma conversa com ela, então apenas estou a observando de longe, sentada em um banco do bar. A boate já está vazia, os funcionários apenas estão limpando de forma calma, e as meninas vestindo suas respectivas roupas para irem embora - com excessão de Yara que está usando apenas um roupão sobre sua lingerie preta - Daiane foi embora um pouco mais cedo e eu me responsabilizei por fechar a boate, então tenho que esperar todos saírem.
Estava perdida em meus pensamentos que não percebi que Brunna se levantou de onde estava e agora se sentou ao meu lado - ainda brava - e está brincando com os anéis em seu dedo indicador, um deles tem a minha inicial - ela comprou em uma loja no shopping - Sorri com a cena e voltei minha atenção a boate que já está toda limpa. Diogo foi o primeiro a ir embora, sendo seguido pelos outros barman, as faxineiras também na teem suas bolsas no pescoço e passam pela saída, enquanto as meninas se dividem em carros para poderem ir embora. Como se estivesse percebendo tudo isso, Brunna se levantou e caminhou para fora da boate, o que me fez apressar para fechar tudo. Após passar pela porta principal, a fechei e só então pude perceber que de um lado estava Brunna e do outro Yara e as duas me olhando.
- Vamos? - perguntei a Brunna que não me respondeu, apenas deu uns passos em direção ao carro.
- Lud, espera. - escutei a voz da garota e eu torci para que não fosse nada que deixaria a minha loira mais brava. Ao perceber minha demora para responder ela continuou falando - Pode me dar uma carona hoje?
- De novo? - me virei para olha-la.
- É que o metrô já parou e eu esqueci minha carteira em casa. - sorriu de lado - Prometo que vai ser a última vez.
- Yara, sério é que hoje não posso. - encarei Brunna que estava um pouco mais distante, mas prestava atenção na conversa.
- Mas como eu vou fazer pra ir embora? - perguntou preocupada e eu suspirei, sem saber o que responder - Por favor.
- Que merda. - resmunguei - Tudo bem, Yara.
- Muito obrigada, Lud. - sorriu animada e eu me virei para falar com Brunna que me olhava mais brava do que antes, mas permaneceu em silêncio - Podemos ir?
- Só um minuto, por favor. - pedi antes de ir ao encontro da loira, quando me aproximei seu olhar se desviou, encarando agora o asfalto - Bru, está tarde eu não podia deixar ela ir sozinha. Desculpa.
- Tá certa. - foi a única coisa que ela disse, e tirou seu celular da pequena bolsa que estava em sua mão.
- Então vamos? - questionei e ela negou com a cabeça - O que, amor?
- Você leva ela, Ludmilla. - não me olhou - Eu já pedi um Uber, pra ir pra casa.
- Não, Bru. - tentei sorrir - É rápido, daqui na Lapa. Menos de meia hora nós vamos estar em casa.
- Eu já pedi o Uber. - voltou a falar - Ela está te esperando, vai logo.
- Não precisa disso, Bru. - segurei sua mão.
- Em casa a gente conversa, Ludmilla. - ela se virou de costas para mim.
Estarei ferrada ao chegar em casa, mas não vai adiantar tentar conversar com ela nesse momento. Esperei o seu Uber chegar para só então adentrar meu carro com a garota que estava me esperando, um pouco mais longe. Se na primeira vez o clima foi ruim, dessa vez foi péssimo - liguei o rádio para tentar descontrair - Mas minha mente apenas está a procura de um argumento para que faça a loira me perdoar. Para Yara está tudo ótimo, já que ela cantarola a música em um tom baixo e suas mãos estão brincando com o suporte do meu celular.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...