Ludmilla - Campos dos Jordão 📍
Domingo - 11:00- Quem é o menino? - minha vó me questionou depois de ter feito o café e ter obrigado o Yuri a ir passear com a Bru e o Michel.
- Vó, é tão complicado. - falei depois de dar um longo gole no café quente - Se a senhora souber tudo que aconteceu comigo nesses últimos dias...
- Eu sabia que não estava tudo bem, desde a última vez que você veio até aqui. Parecia que estava em um outro mundo. - ela se sentou junto a mim, na mesa de quatro lugares - Me conta o que aconteceu.
- A sua filha me enviou uma mensagem, há quase um mês atrás. - me referi a minha mãe e vi os olhos de minha avó ficarem surpresos com essa revelação - Eu descobrir tanta coisa, mas nem sei se era isso que eu queria.
- Como assim ela voltou? - perguntou um pouco aflita - O que isso tem a ver com o menino que estava no colo da Brunna?
- Se acalma, tudo bem?! - pedi e ela concordou com a cabeça, em silêncio - Ela me enviou uma mensagem, pediu um favor e disse que eu era a única pessoa que poderia ajudar ela. - suspirei antes de prosseguir - Ela contou o porque foi embora.
- Porque? - questionou me olhando atenta - Ela sempre disse que era porque não tinha responsabilidade o suficiente para cuidar de uma criança.
- Não, vó. - sorri sem vontade - Ela não queria cuidar de uma criança como eu. Porque quando ela foi embora, já estava grávida de outro bebê.
- Mas isso não faz se sentindo. O Yuri é quase 19 anos mais novo que você, e quando ela se foi você ainda era uma criança. - tentou entender.
- É porque ela não estava grávida do Yuri. Ela estava grávida de uma menina, Luane. - falei o nome da minha irmã - Ela foi embora porque queria ter e dar uma vida de luxo a ela.
- Isso não é possível, Lud. - a mais velha levou a mão até a boca - Não é possível.
- É sim, vó. - segurei o choro - Por isso ela foi embora. E como se não fosse o suficiente, um tempo depois ela teve o Yuri. - dei um gole no café, para tirar o nó que se formou em minha garganta - Só que o Yuri não é filho do Renato. Por isso ela voltou e deixou ele com a senhora. Porque ela sabe que se o meu pai descobrisse tudo isso, nunca deixaria ela continuar ao lado dele.
- Não. - foi a única coisa que saiu da boca da minha vó, antes dela chorar. Fui rápida em me levantar do meu lugar e dar a volta na mesa a abraçando apertado - Eu sou a mãe dela. Porque ela não me contou a verdade? - questionou triste.
- Porque ela é uma covarde. - pontuei.
- O bebê, quem é ele? - voltou a perguntar sobre o Michel.
- Filho da Luane. - falei em um tom baixo - Esse foi o favor que ela veio me pedir... Os problema financeiros que sempre estiveram presentes na família Oliveira chegou a um pouco que eles não conseguem mais sobreviver por aqui. A primeira ideia que tiveram foram ir embora pra Suécia, mas o menino não foi registrado. Porque o Renato não faz idéia de que Luane teve um filho e o pai do bebê sumiu no mapa. - contei de uma só vez, e senti as mãos da senhora gelarem.
- Eu preciso de água. - disse eu eu praticamente corri em direção a geladeira, pegando uma garrafa, virei o líquido no copo e a entreguei.
- Vó, fica calma. - pedi - Não vale a pena passar mal por causa deles, tá bom? - falei preocupada e ela assentiu depois de beber todo o líquido.
- Ludmilla, as pessoas são cruéis. Além de esconder tudo isso que você me contou, ainda tem a coragem de deixar uma criança para trás. - falou indignada e eu abaixei o meu olhar.
- É, vó. - falei simples - Mas agora ele já está bem, comigo e com a Brunna. - tentei mostrar o lado bom disso tudo.
- Como vocês estão com isso tudo? Não prejudicou o relacionamento? - me olhou preocupada.
- Ah, vó. No início foi difícil né. Eu não consegui contar pra ela. - ocultei a parte da infertilidade da Bru - Mas agora a gente está bem, tentando ao máximo fazer com que ele se sinta em casa.
- Sua coragem me encanta, menina Lud. - ela sorriu em meio as lágrimas - Você é uma ótima pessoa.
- Alguém dessa família tinha que ser diferente né. - brinquei e gargalhei baixinho - Mas por favor, não conte nada ao Yuri. Quando ele crescer, eu vou fazer questão de falar.
- Certo. - ela suspirou - Eu vou fazer questão de esquecer toda essa história.
- É a melhor coisa. - beijei o topo da sua cabeça - Vamos seguir e fazer com que o menino acredite que é meu filho.
- Ser mãe, não é só fazer. - ela tocou o meu rosto e fez um carinho - Ser mãe é cuidar e amar.
Antes que eu pudesse responder, os passos largos de Michel adentraram a cozinha - ele estava correndo com a chupeta na mão e um sorriso sapeca no rosto - Logo atrás dele estava Yuri, com uma pequena bexiga de água na mão e só então Brunna correndo, tentando acompanhar os meninos que estavam fazendo bagunça.
- Vocês vão cair. - ela falou alto e eu puxei o seu braço pra que ela se aproximasse do meu corpo e a abracei apertado.
- Deixa eles brincarem. - pedi e ela me olhou brava - O que foi?
- Eles vão fazer a maior sujeira na casa da sua avó, e não vai ser você que vai limpar. - falou séria.
- Não ligue pra isso, menina. Deixa eles se divertirem, o tempo passa rápido demais. Daqui uns meses vocês vão sentir saudades desses momentos. - minha vó disse ainda sentada, olhando para os meninos correrem em volta do sofá.
- Ela está certa. - sussurrei no ouvido da minha namorada e ela pareceu se conter.
- Meu pé está todo sujo. - revelou e só então eu levei meu olhar para baixo, encontrando apenas barro.
- Onde vocês estavam? - questionei segurando a risada.
- Brincando na terra. - contou - Eu fiz um castelo. - falou sapeca, como se tivesse cinco anos de idade e eu apertei ainda mais.
- Você não vale nada, Bruninha. - sorri e beijei seus lábios.
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Eu prometo que o próximo capítulo vai ser grande. É que eu não estava muito bem pra escrever, mas não queria deixar vocês sem capítulo, então fiz esses pequenos e simples.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...