Capítulo 59

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Acho que essa é a pior "briga" que elas vão ter nessa fanfic. Mas elas não se ajeitar, e tudo vai ficar muito bem. (Avisando antes que vocês fiquem com raiva de mim kkkk)
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Ludmilla - São Paulo 📍
Segunda - 01:15 da madrugada

Ódio. Fúria. Raiva. Mágoa.

Todos esses sentimentos eu estou sentindo contra mim mesmo. Eu fui uma pessoa ruim, totalmente ruim e se eu fosse ela jamais me perdoaria - e esse é o meu maior medo - Faz quase duas horas em que ela saiu de casa e não retornou, e nem ao menos me deu um sinal de que esteja bem - na verdade ela não está bem - Liguei para Daiane e ela nao está na boate, liguei para suas amigas e elas me disseram que não conversaram com ela hoje. Abri as câmeras da empresa - que ficam conectadas em meu celular - E ela não foi pra lá. Liguei para Mário Jorge e todas as ligações caem na caixa postal.

Vesti uma blusa de frio por cima da camisa larga que estou usando e peguei as chaves do carro, para ir - sem rumo - a procurar por São Paulo. Mas ao abrir a porta da sala, ela estava fazendo o mesmo do outro lado. Mas diferente de mim, ela queria adentrar o AP, e claro eu a deixei entrar assim que percebi sua intenção. Suspirei aliviada, sabendo que nada de ruim havia acontecido com ela e voltei a fechar a porta. Ela não disse nada, apenas se sentou no sofá da sala e ligou a TV.

- Onde você foi? - questionei depois de breves segundos, ainda de pé.

- Conversar com o Mário. - falou simples e pela sua voz, era notório que ela havia chorado. E muito.

- Fiquei preocupada. - confessei e ela continuou em silêncio - Bru, vamos conversar. Eu sei que errei...

- Ludmilla, agora não. - ela falou calma, mas me chamou pelo nome, não me dando abertura para continuar a conversa - Eu estou muito triste e não quero brigar.

- Me perdoa. - sussurei contando as lágrimas.

- Nesse momento eu não consigo fazer isso, mas amanhã é um novo dia e vamos ter a oportunidade de conversar. - ela sorriu sem mostrar os dentes.

- Olha, eu vou ligar pra minha mãe e dizer que não posso ficar com o Michel. - falei apressada, quase embolado.

- Ludmilla, esse não é o problema. - negou com a cabeça como se eu tivesse falado algo ainda pior - Nós vamos ficar com ele, mas esse não é o problema.

- Eu sei que eu falei uma coisa ruim pra você. Foi na hora da raiva. - me aproximei - Isso não anula o meu erro e eu sei o quanto isso é triste.

- Eu não quero ter essa conversa agora. - voltou a falar - Podemos conversar quando o dia amanhecer. Mas hoje não.

- Tudo bem, Bru. - suspirei - Eu só quero que você saiba que eu te amo muito.

- Eu também te amo. - ela falou sem reação.

- Vamos dormir? - tentei mudar de assunto.

- Pode ir. Eu cochilei aquela hora, não estou com sono. - voltou a olhar para a televisão.

- Tudo bem. - suspirei novamente - Vou ir.

- Boa noite, dorme bem. - falou sem me olhar.

- Boa noite, Bru. - deixei um beijo em sua testa.

( 08:00 ) - segunda-feira

Não sei quando Brunna se deitou, nem sei se ela chegou a fazer isso, porque quando eu me levantei ela não estava na nossa cama. E ao ir para a sala a vi no mesmo lugar de ontem, a única coisa que mudava era sua roupa - agora ela está usando um vestido longo na cor rosa - E seus cabelos presos em um coque frouxo - ela é linda - Passei por ela com a cabeça um pouco baixa, evitando um contato visual, e ela pareceu não se importar com isso, já que nem ao menos me cumprimentou.

Chegando na cozinha, Nete estava fazendo o nosso café da manhã. Ela mantinha um semblante sério e apenas pronunciou um "bom dia", quando me viu no cômodo. Me sentei a mesa e fiquei a observando, até ela não conseguir segurar o que estava engasgado em sua garganta.

- Com todos esses anos que te conheço, eu pensava que você fosse uma mulher mais madura. - falou sem me olhar.

- Porque diz isso? - perguntei triste.

- Você sabe o porquê. Não precisa de mim, ou qualquer outra pessoa te falar. - me olhou - Olha como a menina está triste, Ludmilla.

- Ela conversou com você? - segurei o choro.

- Foi a primeira coisa que ela fez, assim que eu coloquei o pé dentro desse apartamento. - suspirou - Você errou muito.

- Eu sei. - foi a única coisa que eu disse - Mas se coloca no meu lugar. Eu não fazia idéia de que eu tenho uma irmã e principalmente um sobrinho que precisa de mim.

- Você continua errado. - ela sorriu sem vontade - A menina está pouco ligando pra esse detalhe, ela está triste pela forma que você falou com ela. Você acha que é fácil pra uma mulher saber que não pode ter um filho? - falou entre os dentes, para que ela não escutasse da sala.

- Eu falei na hora da raiva, eu sei que isso é ruim. - suspirei - Eu me arrependo de ter falado daquela forma, porque eu prometi pra ela e pra mim mesmo que cuidaria dela e não a machucaria.

- A situação não está boa pra você. Pra você ter uma noção, ela te comparou com o antigo relacionamento dela. - arregalei os olhos.

- Eu não sou igual aquele filho da puta. - alterei meu tom de voz.

- Você vai ter que mostrar isso pra ela, e não vai ser só com palavras. - voltou a sua atenção para as panelas e eu me encostei na cadeira, acreditando o fato de eu ter fracassado.

- Nete! - ela chamou a mais velha e eu virei para ver seu rosto - Hoje eu venho almoçar em casa, se não for muito custo, pode fazer o almoço? - quesitonou parada na porta.

- Claro, Brunna. - ela sorriu - Algum cardápio em específico?

- Batata frita. - sorriu simples.

- Quando a senhora chegar vai ter muita batata frita. - era notório que ela estava tentando animar minha namorada.

- Obrigada. - agradeceu e seu olhar frio caiu sobre mim - Eu vou ter três reuniões agora pela manhã, então não fica me ligando ou ache que eu fui sequestrada.

- Tá bom. - a olhei triste - Você quer que eu te leve? - tentei manter uma conversa.

- Eu tenho carteira de motorista e um carro. - sorriu um pouco forçado, para fingir não estar sendo grosseira - E se eu não tivesse, pediria um uber. Vai que daqui um tempo você jogue na minha cara que me deu uma carona. - falou séria.

- Bru. - me levantei e aproximei dela, que permaneceu imóvel - Vamos conversar antes de você sair, eu estou arrependida.

- Eu preciso trabalhar. Talvez quando eu voltar, as cinco horas da tarde, a gente tenha essa conversa. - me olhou - E Daiane pediu para mim te avisar que ela não vai poder ir trabalhar hoje e que é pra você ir.

- Porque ela não disse isso direito a mim? - questionei confusa.

- Não sei, talvez ela não queira ficar escutando você jogar as coisas na cara dela. - foi a última coisa que ela disse antes de sair.

Escutei a risada baixa da Nete, como quem gostou muito de ouvir esse diálogo. Senti meu sangue ferver e nem ao menos esperei o café da manhã ficar pronto, só voltei pro quarto e me joguei sobre a cama, tentando encontrar uma forma perfeita de quebrar a casca grossa que Brunna criou de ontem para hoje.

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Todos nós sabemos que dar gelo e ser grossa é a especialidade da brunninha, porque ela fazia isso muito bem com o Caio. Hehehe

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora