Capítulo 97

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Brunna

Vila Olímpia / Condomínio Alphaville

1 semana depois...

📆 Sexta-feira - 🕚 17:00

Depois de todas as reformas da minha casa estarem prontas, Ludmilla resolveu fazer a mudança - segundo ela era impossível ficar no meio de tanta bagunça, e não sabe como eu sobrevivi todos aqueles dias por ali - Ela fez questão de empacotar todas as coisas em caixas diferentes, cada uma rotulada com o conteúdo que tinha dentro. Michel é o mais animado com essa mudança, é até difícil o encontrar no meio de tantas caixas. Isso tudo porque já levei quase metade da mudança pro carro, restando apenas as roupas da Lud que nesse momento está se despedindo do lugar em que passou metade de sua vida. Sei que pra ela não está sendo fácil, mas saber que vamos voltar a morar juntas, faz ela ficar um pouco mais aliviada com a situação.

- Podemos ir, meu amor? - toquei sua cintura, chamando sua atenção. No início ela se assustou, mas logo respirou fundo e acenou com a cabeça.

- Tenho tantas lembranças aqui. Algumas boas e outras ruim. - sorriu sem vontade - Eu vou sentir muita falta.

- Vida, esse apartamento sempre será seu e você pode visita-lo quando quiser. - beijei a sua bochecha - Tenho certeza que vamos criar novas memórias na outra casa.

- Memórias boas? - questionou.

- Sim, mas também vamos criar memórias ruim, não estamos livre da tristeza, porém agora somos nós duas, aprendendo juntas a vencer todas as dificuldades. - expliquei e ela sorriu.

- Eu te amo, sabia? - questionou com os olhos brilhando - Muito! Mais que tudo nessa vida.

- Você é a mulher mais fofa desse mundo, linda. - apertei sua bochecha - E eu também te amo muito. Mas agora precisamos ir, meu carro está estacionado em um lugar inapropriado e não quero ganhar multa.

- Tudo bem, vamos lá!

Deixei com que ela fosse a última a deixar o lugar, carregando apenas sua mochila, já eu estou carregando uma caixa de roupas. Ouvi ela fazer uma última oração antes de chamar o elevador para o andar que estamos. Ela me abraçou apertado ao chegar na portaria do prédio e se despediu do porteiro com o olhar cheio de lágrimas. Agradeci ao homem por todas as vezes em que ele me deixou entrar sem permissão e chamei nosso filho para nos acompanhar até o carro. Coloquei a última caixa dentro do porta-malas e adentrei o banco do passageiro, já que minha morena fez questão de ir dirigindo - porque para ela eu já fiz esforço demais carregando caixas.

O caminho foi tranquilo. Gargalhando com as histórias contadas pelo pequeno que faz aniversário no próximo mês, escutamos as nossas músicas preferidas e nem nos demos conta que já estávamos de frente para a mais nova casa. Fui a primeira a sair do carro e abrir a porta para que o pequeno entrasse animado. Dessa vez, Ludmilla me ajudou com as caixas, mas disse que só iria arrumar tudo ao fim do dia, quando voltasse da boate. Acabei concordando com ela e me sentei no sofá da sala, ligando a televisão em um canal de desenho animado, já que Michel ainda estava por ali.

- Mamãe, porque a gente não faz uma festa e convida a Tia Ju, o Tio Marcos, a Tia Daiane, a Tia Emilly, o Tio Erick e o Tio Mário? - falou com dificuldade, pois estava muito concentrado em lembrar o nome de todos os meus amigos.

- Porque nós estamos cansadas. - respondi com sinceridade - Porém podemos fazer isso amanhã, o que você acha?

- Muito legal! - fez um sinal com os dedos - E a gente compra pizza, salgadinhos, guaraná, balas e sorvete. - pediu animado.

- Será uma festa e tanto. - Ludmilla debochou e eu gargalhei - Pelo menos agora não vamos mais ver a cara feia do Mario em nossa direção.

- Finalmente. - suspirei aliviada.

Mário Jorge passou todos esses dias sem me olhar agradavelmente e sem conversar algo sobre nossas vidas. Mas graças a um milagre dos céus, ontem tivemos uma conversa e ele disse ter entendido o meu lado e eu o prometi que não irei mais esconder algo dele, por mais mínimo que seja. Nossa longa amizade voltou ao normal e agora estamos nesse planejando para uma "festa" de boas vindas a nossa nova casa.

A noite chegou rápido e Ludmilla começou a se arrumar para ir até a boate. Algo que eu não estou podendo reclamar é do seu bom companheirismo nesses últimos dias. Posso contar nos dedos os dias em que ela saiu de casa para fazer algo que não fosse trabalhar e quando vai até a boate, tem horário para chegar e para sair e não fui eu quem a pedi para fazer isso. A vi usando uma calça jogger preta e um cropped rosa, ela estava impecável e só de a ver meu coração dispara, mostrando todo o meu amor e desejo por ela.

- Estou tão linda assim? - questiona ao ver que eu estou a admirando tempo demais e eu concordei com a cabeça - Você está quase babando.

- É o efeito que você tem sobre mim. - disse e ela se sentiu orgulhosa - Nada de ficar dando moral pra qualquer uma, tá escutando?

- Fica calma, Bruninha. Meu coração é só seu e nenhuma outra mulher é capaz de te desafiar. - mandou um beijo no ar e pegou as chaves do meu carro - Pode me emprestar?

- Vai ter cuidado? - ela concordou com a cabeça - Se você estragar ele, vai ter que pagar o concerto.

- Desse jeito prefiro ir de Uber. - brincou - Eu não vou estragar o seu carro. Fica tranquila.

- Acho bom. - selei nossos lábios - Não demora voltar, que hoje eu preciso de você.

- Estarei aqui antes que você sinta saudades, minha vida. - voltou a selar nossos lábios.

- Estarei te aguardando. - sussurrei em seu ouvido e percebi seus pelos se arrepiarem.

- Desse jeito nem vou querer ir. - segurou minha cintura com força - Estrear a cama mais cedo.

- Pra isso acontecer, nosso filho tem que dormir e isso não vai acontecer tão cedo. - apontei pro menino que estava dançando a música do desenho.

- Que merda, em. - ela gargalhou - Faz um suco de maracujá bem forte.

- Vai embora logo, Ludmilla. - gargalhei e a empurrei pelos ombros - Eu te espero.

- Mamãe está indo, filho. - chamou a atenção do menino que caminhou em sua direção e a abraçou apertado - Se comporte, ok?

- Ok, mamãe. - ele concordou - Promete que vai trazer uma bala pra mim? - questionou sabendo que todas as noites ela faz isso.

- Prometo, neném. - beijou os cabelos dele - Obedece sua mãe.

- Deixa comigo. - falou orgulhoso.

- E você qualquer coisa me liga, tá bom? - ela disse me olhando.

- Isso serve pra você também. - falei calma.

- Te amo, até daqui a pouco.

- Também te amo, até mais.

Voltei a me sentar ao lado do pequeno que estava concentrado em seu desenho e peguei meu celular para passar o tempo. Quando me dei conta o relógio já marcava oito horas da noite, fiz um rápido macarrão com carne para Michel comer e o coloquei para dormir, tomei um banho e vesti apenas um roupão para esperar a morena que chegaria em breve. E quando isso aconteceu, passamos a noite toda nos amando.

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora