Capítulo 27

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Ludmilla - São Paulo 📍 18:50

Depois de tomar um café da manhã, Bru e eu subimos até a cobertura do prédio e ficamos na beira da piscina por alguns minutos, mas como o sol começou a ficar mais forte e não tínhamos protetor solar, voltamos para meu apartamento e nos jogamos no sofá da sala, onde eu estou até agora, esperando a loira terminar de tomar seu banho para ir embora - a meu contra gosto - Mas fazem três dias que eu não vou até a boate, deixando tudo na responsabilidade da Day, mas hoje eu havia prometido um dia de folga. Então meu dia com a Bru, se encerra mais cedo, até porque eu não quero ela na boate por esses dias.

Estou inclinada no sofá, mexendo em meu notebook, escolhendo novos drinks de frutas para colocar no novo cardápio do bar. Escuto passos no corredor e levanto meu olhar para o lugar, encontrando Brunna vestindo uma nova camisa social, dessa vez preta. Ela teve a grande capacidade de colocar um cinto e fazer a camisa de um vestido. Sorrio com a cena e ela fica constrangida, suas bochechas ficam coradas e um pequeno sorriso nasce em seus lábios.

- Eu já estou indo, então. - suspira triste por eu não ter deixado ela ir comigo até a boate.

- Vem cá Bru. - fecho o notebook e a chamo pra sentar em meu colo - Estamos em uma situação muito complicada, não quero mais confusão.

- Tá Lud, mas e ai? - me olha já assentada em meu colo - E se isso demorar meses pra se ajeitar?!

- Eu vou dar um jeito nisso. - toco seu rosto em um ato de carinho - O que você vai fazer com tudo que eu te contei?

- Ainda não sei, eu preciso pensar. - se ajeita em mim - Mas eu vou começar a jogar o jogo do Caio.

- Essa é a melhor opção? - questiono sem saber o que ela irá fazer.

- No momento sim. - da de ombros - E eu não quero você metida em confusão, tá bom? Se ele voltar a te procurar, chame os seguranças.

- Eu sei me virar sozinha. - falo com um bico nos lábios - Já tenho vinte e sete anos.

- Mas as vezes parece um bebê. - beija meus lábios - Preciso ir embora pra você se arrumar.

- Não queria que você fosse. - confesso.

- E eu não queria ir. - se levanta - Mas foi sua a ideia, só pra lembrar. - me mostra a língua.

- Estou quase me arrependo. - me levanto e a abraço por trás - Vai logo, antes que eu te prende aqui.

- Qualquer coisa você me liga, tá bom?

- Isso serve pra você também. - beijo seus lábios.

- Até na próxima oportunidade de ficarmos juntas. - ela me abraça apertado e deixa mais um beijo calmo em meus lábios.

- Vai passar rápido, meu bem. - sorrio - Me avise quando chegar em casa, pra mim não ficar preocupada.

- Deixa comigo. - ela abre a porta - Tchau.

- Tchauzinho, Bu.

Esperei o elevador descer até a portaria para só então fechar a porta do meu apartamento. Já estou atrasada, mas eu não iria dizer isso a ela. Corri até meu quarto, tomei um banho rápido, vesti um conjunto na cor azul, e por fim penteei meus cabelos, o prendendo em um rabo de cavalo alto. Peguei meu celular e as chaves do carro e desci até a garagem.

Em quase vinte e cinco minutos o meu carro já estava estacionado enfrente a boate. A fila estava com aproximadamente trinta pessoas, mulheres e homens, acenei para o segurança e adentrei a boate, que tinham apenas a luz central acessa, refletindo as garotas que estão usando apenas lingerie.

Me sentei bar reservado, em um banco mais reservado e pedi ao barman uma dose de 50 ml de gin com suco de frutas vermelhas. Dei um gole no líquido e suspirei me lembrando que esqueci de trazer as propostas para os novos drinks do cardápio. Terminei o drink e caminhei até meu escritório, para resolver o pagamento do mês, das meninas e dos funcionários - típico dia chato.

Brunna - São Paulo 📍 19:40

Antes de chegar em casa, passei em um dos meus restaurantes de fast food preferidos e fiz dois pedidos. Enviei uma mensagem pro Caio e pedi para que ele saísse do plantão algumas hora mais cedo, e que eu mesma iria até o hospital o buscar, de início ele não entendeu o pedido, mas disse que iria ficar me esperando enfrente o pronto socorro.

Peguei um pouco de trânsito antes de chagar no lugar marcado, porque fui em casa tomar um banho para tirar o perfume forte da Lud, que ainda estava em minha pele e também deixar as coisas que comprei. Quando parei o carro enfrente o hospital, Caio já estava me esperando, com sua maleta ao lado do corpo e o celular na mão. Ele adentrou o carro com um sorriso aberto e colocou os cintos de segurança.

- Boa noite, Bru. - me cumprimenta.

- Boa noite, amor. - lancei um sorriso forçado em sua direção - Como foi o seu dia?

- Foi cansativo. - volto a dirigir - Uma criança deu entrada no pronto socorro com sintomas de meningite e em menos de duas horas veio a falecer - conta.

- Que triste, meu bem. - suspiro concentrada no trânsito.

- E você? - pergunta curioso - Qual bichinho e morreu?

- Nenhum. - falo simples - Passei o dia sozinha em casa, senti sua falta. - minto.

- É sério isso? - pergunta surpreso e se ajeita no banco do carro - Eu estou feliz por ouvir isso.

- É muito sério, vida. - sorrio fofa, ou pelo menos tento - Eu passei naquela lanchonete que íamos quando namorávamos. - minto - E comprei um lanche pra gente jantar.

- Olha Bru, eu não sei o que está acontecendo com você, mas eu tô amando isso. - toca minha mão que está sobre a marcha do carro - Eu te amo muito e tudo que mais quero é que sejamos felizes.

- Sabe, Caio. - paro o carro no sinal - Eu parei pra refletir sobre minhas atitudes durante o nosso casamento e cheguei a uma conclusão que eu fui uma pessoa muito injusta. - suspiro - Queria saber se ainda é possível ter o seu perdão.

- Ah minha princesa. - ele toca meu rosto com suas duas mãos - Você sempre teve o meu perdão! Vamos esquecer tudo que rolou nesses anos e começar do zero.

- Meu príncipe. - a globo deveria me contratar - Eu te amo, obrigada por isso.

- Eu também te amo, amorzão. - vejo seus olhos marejarem e sinto pena.

Voltei minha atenção no trânsito e chegamos em casa em quarenta minutos. Estacionei o carro na garagem e adentrei a casa atrás do homem que ficou me observando. Esperei ele tomar um banho e só então abri os pedidos que eu tinha comprado.

- Esse aqui tem cheddar. - mostro - E esse aqui tem requeijão. - mostro o outro - Qual você quer?

- Pode escolher primeiro, meu amor. - sorri se assentando ao meu lado.

- Então eu quero o de cheddar. - pego o lanche - Comprei esses refrigerantes também, vida.

- A melhor esposa do mundo. - deixa um beijo em minha testa.

Entre conversas - sem graças - e poucos sorrisos - forçados - jantamos e em seguida sentamos no sofá da sala para assistir um filme qualquer que estava passando na televisão. Vez ou outra as mãos dele percorriam por minha perna - e eu tentava a todo custo agir como se isso fosse normal - e alguns suspiros cansados escapavam de sua boca.

- Porque não vamos dormir? - pergunto - Você está cansado.

- Não quero acordar amanhã e saber que isso foi um sonho. - me abraça carinhoso.

- Amanhã você vai acordar e vai ter a certeza de que tudo isso aconteceu. - me levanto e o puxo pela mão - Vamos.

- Tudo bem. - ele desliga a televisão e apaga as luzes e me segue até o seu quarto.

- Posso dormir com você? - pergunto sem vontade.

- Claro que pode. - abre a porta animado - Sempre que você quiser.



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ok, a brunna só não pode se apaixonar por ele.

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora