Ludmilla - Campos do Jordão 📍
1 semana depois / Domingo - 11:44Nossa rotina voltou a normal no dia seguinte em que Brunna chegou em São Paulo. Suas reuniões voltaram a acontecer normalmente, mas durante as tardes, porque fizemos questão de deixar as manhãs para nós duas, seja pra fazer qualquer coisa - até mesmo ficar atoa - Minhas tarefas com a boate também continuaram, Daiane ainda está chateada comigo, mas pelo nosso bem profissional estarmos tentando levar isso da melhor forma possível - tentando não demonstrar para nossos funcionários que nossa amizade está abalada.
Assim como de costume, estamos em Campos do Jordão, almoçando com minha avó - que muito diferente da última vez, está tratando Brunna como se fosse sua neta - E isso causou uma surpresa na morena, que estava firme com sua decisão de achar que Dona Vilma não gostava dela. Também muito diferente da última vez, a morena está mais tranquila em relação ao Yuri - não sei se pela nossa conversa na cobertura, ou apenas por ela ter começado a se adaptar com a ideia de lidar com uma criança.
Estou perdida em meus pensamentos e me assustei com o raspar de garganta da minha avó, tentando chamar minha atenção. Levantei minha cabeça e percebi que Brunna já havia terminado de comer e estava na sala junto com Yuri, assistindo desenho animado. Apenas eu ainda estava sentada a mesa, com quase metade do prato cheio.
- Você sabe que eu te conheço o suficiente para saber que tem algo muito sério atormentando sua cabeça, não é? - a senhora me questionou.
- Não é nada disso. - tentei mentir, mas tenho certeza que ela não acreditou nisso.
- Então me diz porque você está tão pensativa assim? Não tomou o leite quente que fiz no café da manhã e agora mal tocou na comida. - me olhou - Até sua namorada almoçou tudo.
- Só estou preocupada com algumas coisas da boate. - voltei a mentir - Não é nada demais.
- Eu sei que você está mentindo, mas como não tenho como arrancar a verdade de você, eu vou fingir que acreditei nessa sua mentira. - falou preocupada.
- Não estou mentindo. - voltei meu olhar para a comida, que está muito bonita, mas nesses dias minha fome decidiu não aparecer, assim como o meu sono - Eu só estou preocupada com as coisas da boate e esse clima frio cortou minha fome.
- Chega de mentiras. - ela sorriu tirando o prato da minha frente - Vai logo assistir o filme, vou fazer uma pipoca pra tentar te animar.
- Te amo, sabia Dona Vilma? - sorri e me levantei para abraca-la.
- Eu também te amo, minha pequena. Pode contar comigo para tudo que você precisar. - me confortou e foi para cozinha preparar a pipoca.
Caminhei em direção a sala e me sentei ao lado da Bru que realmente estava concentrada no filme. Envolvi seu pescoço com meu braço e a puxei para mais perto de mim, o que fez o Yuri também se aproximar.
- Está tudo bem, amor? - perguntou.
- Sim, minha linda. Apenas pedi a fome. - menti e deixei um beijo na sua testa.
- Isso vem acontecendo com frequência, amor. Estou ficando preocupada com você. - me olhou.
- É impressão sua, eu só estou comendo fora de hora, ai na hora da refeição eu não estou com vontade de comer. - a tranquilizei.
- Tem certeza? - tocou meu rosto e eu concordei com a cabeça.
- Tia Bru, você tá perdendo o filme. - meu irmão chamou sua atenção e me olhou bravo - Você também, irmã.
- Desculpa maninho, estávamos conversando coisas de adultos. - falei séria, para despertar sua curiosidade.
- E o que era? - ele perguntou.
- Yuri, você tá perdendo o filme. - Bru chamou sua atenção assim como ele fez antes e isso me causou uma gargalhada alta.
- Não gostei. - cruzou os braços.
Brunna - Campos do Jordão 📍
Domingo - 12:15Minha ansiedade começou a aparecer desde o momento em que eu tinha a plena certeza que Ludmilla estava escondendo algo de mim. No início eu cheguei a pensar que ela apenas estava trocando mensagens com sua mãe, mas quando ela parou de comer e as vezes eu acordava na madrugada e a via acordada eu cheguei a conclusão de que é algo muito sério e ela não quer me contar.
Hoje viemos visitar sua avó e eu pensei que ela iria se distrair, mas ela continuou com a mesma preocupação de todos esses dias, mal comeu e quando eu a perguntei disse que é apenas impressão minha. Quando nós chegarmos em casa vou fazer questão de conversar com ela, porque além dela estar se fazendo mal, também está me afetando.
- Pipoca para os meus amores. - Dona vilma apareceu com dois baldes de pipoca nas mãos.
- Eu quero a doce. - me apressei para falar e ela me entregou, mas fui surpreendida por uma mão pequena invadindo meu alimento - Qual foi pirralho, tu ta pensando que é assim mesmo?
- Amor. - Ludmilla tocou minha mão, como se quisesse me impedir de continuar.
- Eu só queria um pouco. - o menino disse triste.
- Minha pipoca, minhas regras. - deixei o balde sobre o sofá - E você não cumpriu as regras.
- O que você vai fazer? - Lud me perguntou, provavelmente ela estaria pensando que eu mataria o menino.
- O que eu vou fazer? - falei me aproximando do pequeno - Sabe o que eu faço com crianças? - o perguntei.
- O-o q-que, Ti-tia Bru-u? - ele arregalou os olhos.
- Cosquinhas. - falei séria - Até você chorar e pedir pra mim parar.
Antes que ele falasse eu o joguei de forma delicada sobre o sofá de dois lugares e passei as pontas dos meus dedos nos seus pontos mais frágeis e que ele sentiria cosquinhas. Foi como se pela primeira vez na vida, eu entendesse o que minha namorada queria dizer em relação as crianças - mas ainda assim eu não me sinto preparada - Yuri gargalhava alto, enquanto Lud respirava tranquila, por eu não ter matado seu irmão e sua avó apenas sorria com a cena.
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Lud ficar escondendo as coisas não vai dar certo.... Escutem o que eu to falando.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...