Capítulo 55

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Ludmilla - Campos do Jordão 📍
1 semana depois / Domingo - 11:44

Nossa rotina voltou a normal no dia seguinte em que Brunna chegou em São Paulo. Suas reuniões voltaram a acontecer normalmente, mas durante as tardes, porque fizemos questão de deixar as manhãs para nós duas, seja pra fazer qualquer coisa - até mesmo ficar atoa - Minhas tarefas com a boate também continuaram, Daiane ainda está chateada comigo, mas pelo nosso bem profissional estarmos tentando levar isso da melhor forma possível - tentando não demonstrar para nossos funcionários que nossa amizade está abalada.

Assim como de costume, estamos em Campos do Jordão, almoçando com minha avó - que muito diferente da última vez, está tratando Brunna como se fosse sua neta - E isso causou uma surpresa na morena, que estava firme com sua decisão de achar que Dona Vilma não gostava dela. Também muito diferente da última vez, a morena está mais tranquila em relação ao Yuri - não sei se pela nossa conversa na cobertura, ou apenas por ela ter começado a se adaptar com a ideia de lidar com uma criança.

Estou perdida em meus pensamentos e me assustei com o raspar de garganta da minha avó, tentando chamar minha atenção. Levantei minha cabeça e percebi que Brunna já havia terminado de comer e estava na sala junto com Yuri, assistindo desenho animado. Apenas eu ainda estava sentada a mesa, com quase metade do prato cheio.

- Você sabe que eu te conheço o suficiente para saber que tem algo muito sério atormentando sua cabeça, não é? - a senhora me questionou.

- Não é nada disso. - tentei mentir, mas tenho certeza que ela não acreditou nisso.

- Então me diz porque você está tão pensativa assim? Não tomou o leite quente que fiz no café da manhã e agora mal tocou na comida. - me olhou - Até sua namorada almoçou tudo.

- Só estou preocupada com algumas coisas da boate. - voltei a mentir - Não é nada demais.

- Eu sei que você está mentindo, mas como não tenho como arrancar a verdade de você, eu vou fingir que acreditei nessa sua mentira. - falou preocupada.

- Não estou mentindo. - voltei meu olhar para a comida, que está muito bonita, mas nesses dias minha fome decidiu não aparecer, assim como o meu sono - Eu só estou preocupada com as coisas da boate e esse clima frio cortou minha fome.

- Chega de mentiras. - ela sorriu tirando o prato da minha frente - Vai logo assistir o filme, vou fazer uma pipoca pra tentar te animar.

- Te amo, sabia Dona Vilma? - sorri e me levantei para abraca-la.

- Eu também te amo, minha pequena. Pode contar comigo para tudo que você precisar. - me confortou e foi para cozinha preparar a pipoca.

Caminhei em direção a sala e me sentei ao lado da Bru que realmente estava concentrada no filme. Envolvi seu pescoço com meu braço e a puxei para mais perto de mim, o que fez o Yuri também se aproximar.

- Está tudo bem, amor? - perguntou.

- Sim, minha linda. Apenas pedi a fome. - menti e deixei um beijo na sua testa.

- Isso vem acontecendo com frequência, amor. Estou ficando preocupada com você. - me olhou.

- É impressão sua, eu só estou comendo fora de hora, ai na hora da refeição eu não estou com vontade de comer. - a tranquilizei.

- Tem certeza? - tocou meu rosto e eu concordei com a cabeça.

- Tia Bru, você tá perdendo o filme. - meu irmão chamou sua atenção e me olhou bravo - Você também, irmã.

- Desculpa maninho, estávamos conversando coisas de adultos. - falei séria, para despertar sua curiosidade.

- E o que era? - ele perguntou.

- Yuri, você tá perdendo o filme. - Bru chamou sua atenção assim como ele fez antes e isso me causou uma gargalhada alta.

- Não gostei. - cruzou os braços.

Brunna - Campos do Jordão 📍
Domingo - 12:15

Minha ansiedade começou a aparecer desde o momento em que eu tinha a plena certeza que Ludmilla estava escondendo algo de mim. No início eu cheguei a pensar que ela apenas estava trocando mensagens com sua mãe, mas quando ela parou de comer e as vezes eu acordava na madrugada e a via acordada eu cheguei a conclusão de que é algo muito sério e ela não quer me contar.

Hoje viemos visitar sua avó e eu pensei que ela iria se distrair, mas ela continuou com a mesma preocupação de todos esses dias, mal comeu e quando eu a perguntei disse que é apenas impressão minha. Quando nós chegarmos em casa vou fazer questão de conversar com ela, porque além dela estar se fazendo mal, também está me afetando.

- Pipoca para os meus amores. - Dona vilma apareceu com dois baldes de pipoca nas mãos.

- Eu quero a doce. - me apressei para falar e ela me entregou, mas fui surpreendida por uma mão pequena invadindo meu alimento - Qual foi pirralho, tu ta pensando que é assim mesmo?

- Amor. - Ludmilla tocou minha mão, como se quisesse me impedir de continuar.

- Eu só queria um pouco. - o menino disse triste.

- Minha pipoca, minhas regras. - deixei o balde sobre o sofá - E você não cumpriu as regras.

- O que você vai fazer? - Lud me perguntou, provavelmente ela estaria pensando que eu mataria o menino.

- O que eu vou fazer? - falei me aproximando do pequeno - Sabe o que eu faço com crianças? - o perguntei.

- O-o q-que, Ti-tia Bru-u? - ele arregalou os olhos.

- Cosquinhas. - falei séria - Até você chorar e pedir pra mim parar.

Antes que ele falasse eu o joguei de forma delicada sobre o sofá de dois lugares e passei as pontas dos meus dedos nos seus pontos mais frágeis e que ele sentiria cosquinhas. Foi como se pela primeira vez na vida, eu entendesse o que minha namorada queria dizer em relação as crianças - mas ainda assim eu não me sinto preparada - Yuri gargalhava alto, enquanto Lud respirava tranquila, por eu não ter matado seu irmão e sua avó apenas sorria com a cena.

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Lud ficar escondendo as coisas não vai dar certo.... Escutem o que eu to falando.

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora