Capítulo 72

694 71 12
                                    

Brunna - São Paulo 📍
Sexta-feira - 03:15 da madrugada

- Eu não posso fazer isso com a Lud, Maya. Por favor. - tentei me controlar enquanto sentia a mulher depositar beijos molhados em meu ombro.

- Eu sei que você quer. - ela apertou minha cintura, me fazendo chegar para mais próximo do seu corpo - Ela tá dormindo, não precisa saber.

- Você vai acabar com o meu namoro, não faz assim. - toquei seu rosto com a ponta dos dedos.

- Eu vou repetir... - ela se aproximou da minha orelha e sussurrou - Ela não vai saber, a não ser que você vai contar.

- Eu não vou contar. - falei manhosa.

Sua boca se aproximou da minha em um simples selinho, mas ela foi muito rápida em pedir passagem com a língua. O beijo dela é muito diferente de todos que eu já provei na vida, até mesmo do de Ludmilla. Me apoiei na mesa que está em minhas costas e trouxe ela para ainda mais perto. Suas mãos ainda seguram minha cintura de forma possessiva, enquanto eu arranhava sua nuca e puxava as mechas do seu cabelo.

- Brunna. - escutei a voz da Ludmilla e me afastei da mulher que estava ofegante, assim como eu - Brunna? - Ludmilla voltou a repetir meu nome, como se quisesse acreditar no que estava vendo - Brunna!

- Oi, Ludmilla. - acordei um pouco ofegante, enquanto escutava Ludmilla praticamente me gritar, em pé do meu lado na cama - O que houve?

- Você parecia estar morta. - falou me olhando curiosa - Eu preciso sair, e a Maya não virá hoje, disse que está um pouco doente. Você consegue ficar com o Michel, enquanto eu fico fora?

- Consigo. - falei tentando entender tudo que a morena estava falando - Já está saindo?

- Sim, devo voltar depois do almoço. - falou enquanto arrumava sua bolsa.

- Quer que eu faça o café? - perguntei e ela negou com a cabeça - Certeza?

- Sim! Eu vou passar em uma cafeteria com a Dai, antes da gente ir pro escritório. - explicou - Qualquer coisa com o Michel você me liga, ok?

- Ok! - falei antes dela sair pela porta do quarto.

Voltei a fechar meus olhos e soltei todo o ar que estava preso em meus pulmões - que merda de sonho foi esse? - Passei a mão pela cama e achei meu celular debaixo do travesseiro. O liguei e me certifiquei das horas, 7:45. Eu não tenho a mínima possibilidade de ficar com o Michel hoje, porque o Mário e o Erick estão a caminho de Dubai e eu terei que ficar a frente da empresa, fazendo todos os serviços deles, mas eu jamais negaria o pedido de uma namorada que está furiosa comigo e também não deixaria o Michel com qualquer pessoa.

Demorei quase meia hora para criar coragem e me levantar da manhã e ir tomar um banho para começar o dia. Depois disso, vesti minha roupa e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Fui até o quarto do pequeno e o encontrei ainda dormindo. Aproveitei o momento e fiz um simples café, para tomar enquanto deslizava meu dedo sobre a tela do celular, lendo algumas notícias do mundo da cliptomedas.

O pequeno acordou eram quase nove horas - o horário que eu deveria estar na empresa - Eu o arrumei rápido e o levei junto comigo. Recebi alguns olhares curiosos ao chegar na empresa, até porque não eram todos que sabiam desse grande detalhe da minha vida. Subi rapidamente para a minha sala e pedi o menino para se sentar no pequeno sofá.

- Trabalhar? - ele perguntou curioso, como se quisesse entender o que eu iria fazer.

- Sim, lindo. Trabalhar. - repeti e ele continuou curioso.

- O que é? - questionou.

- Eu trabalho pra ganhar dinheiro e com dinheiro, eu compro presente pro Michel. - falei de forma divertida para que ele entendesse.

- Ganhar presente? - ele ficou de pé e caminhou até mim - Quero bala e picolé.

- Não é ganhar presente hoje. - segurei a risada - Primeiro eu preciso trabalhar e só depois vem o dinheiro.

- Neném não vai ganhar bala e nem picolé? - perguntou um pouco triste e eu acabei mudando de idéia.

- Você vai ganhar, mas só depois que eu trabalhar. Quando a gente sair daqui podemos comprar bala e picolé. Tudo bem? - ele concordou com a cabeça e voltou a se sentar.

Preenchi várias planilhas ainda naquele momento, mas percebi que o menino estava ficando entediado, já que ele me encarava de forma casada. Tirei meu celular da bolsa e entreguei para que ele jogasse um jogo ou assistisse algum desenho. E assim ele fez pelo restante da manhã.

Ludmilla - São Paulo 📍
Sexta-feira - 8:50

- Elas iam ficar? - Daiane perguntou surpresa, enquanto eu dava um gole no café amargo, sem açúcar.

- Não sei, amiga. - falei sincera - Talvez sim, talvez não. Não gosto de pensar muito sobre isso, porque eu fico brava e triste.

- O que a Brunna disse? - perguntou me olhando.

- Que se quisesse ficar com ela, tinha ficado e eu não saberia. - contei e ela gargalhou baixinho - Qual foi, Dai?

- Desculpa! - levantou as mãos em sinal de rendição - Mas ela só disse isso?

- Hum, não. - dei mais um gole no café - Também disse que me ama e que não queria ficar com ela. Mas isso foi só depois que a gente chegou em casa.

- E a babá? - questionou.

- Na hora ela ficou com aquela cara de trouxa dela. - revirei os olhos - Eu não estou afim de ver ela dentro da minha casa. Mas é um saco saber que o Mi, se apegou a ela e vai ser mais uma perda caso eu a demita.

- Mas, Lud. Se a Brunna disse que não ficou, é porque realmente não devem ter ficado. - deu um gole no seu suco de laranja - Você precisa confiar nela e ter um pouco de razão.

- Mas, amiga. Meu começo com a Bru não foi grandes coisas. Imagina se ela encontra outra pessoa e faz comigo a mesma coisa que fez com o Caio. - falei triste.

- Eu não acredito nessa hipótese. Por mais que seja invisível aos seus olhos, vocês são um casalzão. Agora tem um filho e se fosse pra ela te trair, ela nem estaria dormindo com você. - deu de ombros - Confia um pouco mais, mas também não seja palhaça.

- Imagina se eu estiver sendo corna?!

- Já consigo ver o chifre daqui. - brincou e eu deixei um tapa em seu braço.

Tomamos nosso café entre mais algumas brincadeiras e depois seguimos para o escritório do seu pai, que fica quase do outro lado da cidade.

------------------------- 
Antes que beiguem comigo, amo vcs.

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora