Capítulo 62

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Ludmilla - São Paulo 📍
Sexta-feira 23:00

Eu nunca tive uma sexta-feira tão agitada em toda a minha vida - tudo bem que sou a dona de uma boate de prostituição e as coisas são sempre muito agitadas por lá - Mas hoje as coisas estão muito agitadas por aqui. A cada vinte minutos a campainha tocava, fazendo a entrega dos móveis que foram comprados em cima da hora. Fizemos uma pequena reforma em um dos quartos de hóspedes - o mais próximo do nosso quarto - E deixamos ele com um clima ambiente para um bebê - de recém três anos completos - dormir.

Eu fiz questão de montar tudo - na verdade não encontrei nenhum montador de móveis - Mas por sorte, deu tudo certo. O quarto ficou um verdadeiro sonho de toda criança. Brunna não me ajudou em prática nada, a única coisa que ela fez foi organizar o guarda roupa, com as roupas de sair e ficar em casa. E claro ela fez uma lista de compra, pra mim buscar amanhã na farmácia. Acho que fundo, ela está tão ansiosa quanto eu, para a chegada do Michel - ela só não quer demonstrar.

- Amor, você já terminou? - perguntou ainda na porta do quarto, enquanto eu terminava de varrer o chão, para colocar um pequeno tapete de veludo.

- Cinco minutos pra mim terminar de varrer aqui, meu amor. - comentei - Porquê?

- Queria pedir uma pizza pra gente jantar, não estou afim de fazer nada de comer. - me olhou piedosa.

- Pode pedir o que você quiser, minha linda. Eu só vou terminar aqui e tomar um banho pra gente conversar e comer. - sorri e ela me acompanhou.

Agilizei o restante das coisas. Apaguei a luz do teto, fechei as janelas juntamente com as cortinas e por fim encostei a porta. Caminhei pro meu quarto e tomei um banho quente, o meu pijama já estava separado sobre a cama, então só tive o trabalho de vestir e caminhar para sala, a procura da minha namorada, que já estava de banho tomado e sentada no sofá da sala mechendo no notebook.

- Hum, está cheirosa. - comentou sem olhar em minha direção - Adoro o seu perfume.

- É meu cheiro natural, porque nem perfume eu passei. - falei e ela gargalhou baixo - Tô tão cansada, mozão. - me joguei no sofá.

- Tava pensando que era fácil né. - ela apoiou as pernas em meu colo - Isso é só o começo de tudo. Daqui a pouco vem os choros, as noites mal dormidas, a preocupação com a escola.

- Não, Bru! - resmunguei - Deixa pra mim descobrir isso em cima da hora. - brinquei - Mas então, como você está se sentindo com tudo isso?

- Da mesma forma que estava quando você me contou. - fechou o notebook e me olhou - Preocupada e insegura. - suspirou - E você?

- Um misto de sensações. - falei sincera - Faz muito tempo que eu não vejo minha mãe, estou ansiosa sobre isso.

- Ela vai vim aqui em casa? - questionou e eu neguei com a cabeça.

- Vou encontrar com eles no aeroporto e depois tomar um café, naquela cafeteria do centro da cidade. - contei - Você vai comigo?

- Não posso. - fez um biquinho - Vou passar no salão e trocar essa lace, depois fazer as unhas e talvez passar na casa das meninas pra matar a saudade.

- Que pena. - falei triste - Será que ele vai gostar de mim? - fiz uma pausa - Da gente?

- Talvez sim. Vai ser difícil pra ele, separar da mãe e morar com pessoas que ele nunca tinha visto na vida. - disse - Mas depois ele se acostuma.

- Eu espero. - suspirei - Você procurou uma escola pra gente matricular ele? - perguntei.

- Não, amor. - sorriu - Sua responsabilidade!

- Você não vai me ajudar em absolutamente nada, Brunna? - perguntei incomodada.

- Vou, amor. Mas tem coisas que você terá que fazer sozinha. - se encostou no sofá - E isso é uma dessas coisas.

- Que saco. - resmunguei - Pediu a pizza? - mudei de assunto.

- Pedi, já deve estar chegando! Estou cheia de fome. - voltou a abrir o notebook.

- Imagina eu que trabalhei que nem uma doida hoje. Minhas pernas estão até doendo.

- Ficou muito bonito, minha vida. Ele vai amar ter esse lugarzinho só pra ele. - sorriu.

- Só pra ele nada. - a olhei - Eu montei tudo, então eu também vou poder usar.

- Então me diz, o que você vai fazer naquele quarto, amor? - fez uma careta - Só tem coisas infantis.

- Então me diz, o que você vai fazer naquele quarto, amor? - fez uma careta - Só tem coisas infantis

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- Vai dizer que você não adorou aquele túnel por cima da cama? - perguntei sapeca.

- Por Deus, Ludmilla! - fez uma careta - Eu não quero ter que entrar lá tão cedo.

Fiquei alguns minutos em silêncio, me alto questionando, para saber se Brunna irá ter uma boa convivência com o Michel. Eu sei que ela jamais irá maltrata-lo, ou fazer algo de ruim, mas também não quero que ela aja como se ele fosse um objeto de decoração do nosso apartamento.

- O que foi, amor? - perguntou ao estranhar meu silêncio repentino.

- Você vai amar ele? - perguntei com medo.

- Eu não sei, Lud. - falou desconfortável - Eu não o conheço, não tenho contato e muito menos afeto. Não sei como vai ser, mas eu vou me esforçar pra que ele se sinta em casa.

- Promete não brigar com ele, se por um acaso ele entornar suas maquiagens ou fizer bagunça pela casa? - a olhei.

- Eu não vou brigar com ele. - falou séria - Mas pra isso, você precisar educa-lo. Dizer o que é certo e o que é errado. Mas se por um acaso ele fizer o errado, eu não vou brigar ou bater nele, não sou esse tipo de pessoa.

- Te amo muito! - puxei seu corpo para mais perto do meu - Obrigada por entrar nessa aventura comigo.

- Eu não tive muita opção. - falou divertida - Mas eu quero e vou ser uma boa pessoa pro Michel.

Nosso clima foi bruscamente interrompido pela companhia - e meus ouvidos pediram por socorro, porque eu nunca escutei tanto o mesmo barulho por tanto tempo, como eu escutei essa maldita campainha hoje - Era a nossa pizza, ou melhor, nossas pizzas, uma salgada e uma doce. Me agilizei para pegar o refrigerante e nos servir, enquanto a Brunna servia as pizzas no pequeno prato de louça.

Nossa noite foi divertida, assistimos alguns filmes que já estavam nos nossos planos. A pizza acabou e logo tratamos de dividir as barras de chocolate e por fim, só fomos deitar quando o sono nos atingiu em cheio, e pela primeira vez, eu fechei meus olhos e agradeci ao universo, a Deus e a qualquer outro tipo de entidade, por ter feito a mulher dos meus sonhos cruzar o meu caminho e me fazer tão feliz!

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Bru, vai ser uma ótima pessoa pro Michel!

Tem mais bomba vindo por ai! (Coisa boa)

Vocês querem um capítulo com a conversa da Lud com a família, ou pular já pra chegada do Michel em casa?

Crazy In Love (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora