Ludmilla - São Paulo 📍
Sexta-feira 23:00Eu nunca tive uma sexta-feira tão agitada em toda a minha vida - tudo bem que sou a dona de uma boate de prostituição e as coisas são sempre muito agitadas por lá - Mas hoje as coisas estão muito agitadas por aqui. A cada vinte minutos a campainha tocava, fazendo a entrega dos móveis que foram comprados em cima da hora. Fizemos uma pequena reforma em um dos quartos de hóspedes - o mais próximo do nosso quarto - E deixamos ele com um clima ambiente para um bebê - de recém três anos completos - dormir.
Eu fiz questão de montar tudo - na verdade não encontrei nenhum montador de móveis - Mas por sorte, deu tudo certo. O quarto ficou um verdadeiro sonho de toda criança. Brunna não me ajudou em prática nada, a única coisa que ela fez foi organizar o guarda roupa, com as roupas de sair e ficar em casa. E claro ela fez uma lista de compra, pra mim buscar amanhã na farmácia. Acho que fundo, ela está tão ansiosa quanto eu, para a chegada do Michel - ela só não quer demonstrar.
- Amor, você já terminou? - perguntou ainda na porta do quarto, enquanto eu terminava de varrer o chão, para colocar um pequeno tapete de veludo.
- Cinco minutos pra mim terminar de varrer aqui, meu amor. - comentei - Porquê?
- Queria pedir uma pizza pra gente jantar, não estou afim de fazer nada de comer. - me olhou piedosa.
- Pode pedir o que você quiser, minha linda. Eu só vou terminar aqui e tomar um banho pra gente conversar e comer. - sorri e ela me acompanhou.
Agilizei o restante das coisas. Apaguei a luz do teto, fechei as janelas juntamente com as cortinas e por fim encostei a porta. Caminhei pro meu quarto e tomei um banho quente, o meu pijama já estava separado sobre a cama, então só tive o trabalho de vestir e caminhar para sala, a procura da minha namorada, que já estava de banho tomado e sentada no sofá da sala mechendo no notebook.
- Hum, está cheirosa. - comentou sem olhar em minha direção - Adoro o seu perfume.
- É meu cheiro natural, porque nem perfume eu passei. - falei e ela gargalhou baixo - Tô tão cansada, mozão. - me joguei no sofá.
- Tava pensando que era fácil né. - ela apoiou as pernas em meu colo - Isso é só o começo de tudo. Daqui a pouco vem os choros, as noites mal dormidas, a preocupação com a escola.
- Não, Bru! - resmunguei - Deixa pra mim descobrir isso em cima da hora. - brinquei - Mas então, como você está se sentindo com tudo isso?
- Da mesma forma que estava quando você me contou. - fechou o notebook e me olhou - Preocupada e insegura. - suspirou - E você?
- Um misto de sensações. - falei sincera - Faz muito tempo que eu não vejo minha mãe, estou ansiosa sobre isso.
- Ela vai vim aqui em casa? - questionou e eu neguei com a cabeça.
- Vou encontrar com eles no aeroporto e depois tomar um café, naquela cafeteria do centro da cidade. - contei - Você vai comigo?
- Não posso. - fez um biquinho - Vou passar no salão e trocar essa lace, depois fazer as unhas e talvez passar na casa das meninas pra matar a saudade.
- Que pena. - falei triste - Será que ele vai gostar de mim? - fiz uma pausa - Da gente?
- Talvez sim. Vai ser difícil pra ele, separar da mãe e morar com pessoas que ele nunca tinha visto na vida. - disse - Mas depois ele se acostuma.
- Eu espero. - suspirei - Você procurou uma escola pra gente matricular ele? - perguntei.
- Não, amor. - sorriu - Sua responsabilidade!
- Você não vai me ajudar em absolutamente nada, Brunna? - perguntei incomodada.
- Vou, amor. Mas tem coisas que você terá que fazer sozinha. - se encostou no sofá - E isso é uma dessas coisas.
- Que saco. - resmunguei - Pediu a pizza? - mudei de assunto.
- Pedi, já deve estar chegando! Estou cheia de fome. - voltou a abrir o notebook.
- Imagina eu que trabalhei que nem uma doida hoje. Minhas pernas estão até doendo.
- Ficou muito bonito, minha vida. Ele vai amar ter esse lugarzinho só pra ele. - sorriu.
- Só pra ele nada. - a olhei - Eu montei tudo, então eu também vou poder usar.
- Então me diz, o que você vai fazer naquele quarto, amor? - fez uma careta - Só tem coisas infantis.
- Vai dizer que você não adorou aquele túnel por cima da cama? - perguntei sapeca.
- Por Deus, Ludmilla! - fez uma careta - Eu não quero ter que entrar lá tão cedo.
Fiquei alguns minutos em silêncio, me alto questionando, para saber se Brunna irá ter uma boa convivência com o Michel. Eu sei que ela jamais irá maltrata-lo, ou fazer algo de ruim, mas também não quero que ela aja como se ele fosse um objeto de decoração do nosso apartamento.
- O que foi, amor? - perguntou ao estranhar meu silêncio repentino.
- Você vai amar ele? - perguntei com medo.
- Eu não sei, Lud. - falou desconfortável - Eu não o conheço, não tenho contato e muito menos afeto. Não sei como vai ser, mas eu vou me esforçar pra que ele se sinta em casa.
- Promete não brigar com ele, se por um acaso ele entornar suas maquiagens ou fizer bagunça pela casa? - a olhei.
- Eu não vou brigar com ele. - falou séria - Mas pra isso, você precisar educa-lo. Dizer o que é certo e o que é errado. Mas se por um acaso ele fizer o errado, eu não vou brigar ou bater nele, não sou esse tipo de pessoa.
- Te amo muito! - puxei seu corpo para mais perto do meu - Obrigada por entrar nessa aventura comigo.
- Eu não tive muita opção. - falou divertida - Mas eu quero e vou ser uma boa pessoa pro Michel.
Nosso clima foi bruscamente interrompido pela companhia - e meus ouvidos pediram por socorro, porque eu nunca escutei tanto o mesmo barulho por tanto tempo, como eu escutei essa maldita campainha hoje - Era a nossa pizza, ou melhor, nossas pizzas, uma salgada e uma doce. Me agilizei para pegar o refrigerante e nos servir, enquanto a Brunna servia as pizzas no pequeno prato de louça.
Nossa noite foi divertida, assistimos alguns filmes que já estavam nos nossos planos. A pizza acabou e logo tratamos de dividir as barras de chocolate e por fim, só fomos deitar quando o sono nos atingiu em cheio, e pela primeira vez, eu fechei meus olhos e agradeci ao universo, a Deus e a qualquer outro tipo de entidade, por ter feito a mulher dos meus sonhos cruzar o meu caminho e me fazer tão feliz!
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Bru, vai ser uma ótima pessoa pro Michel!
Tem mais bomba vindo por ai! (Coisa boa)
Vocês querem um capítulo com a conversa da Lud com a família, ou pular já pra chegada do Michel em casa?
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...