Ludmilla
7 meses depois...
Recanto Santa Rita - São Paulo
📆 07 de maio - Domingo
🕚 10:40 da manhã
Nem mesmo se eu tomasse cinco relaxantes musculares, eu conseguiria mantar a calma em um momento como esse. Tudo foi muito bem planejado por nós durante todos esses meses, mas sempre algo tem que dar errado. Faltando apenas vinte minutos para o nosso casamento, percebermos que um dos suportes das flores está diferente, e a inútil floricultura não atende a ligação. Alguns convidados já estão chegando e isso me deixa ainda mais aflita. Suspiro alto e caminho em direção a uma mesa com bebidas e pego um copo de água. Levo um susto, ao escutar a voz do meu irmão e me viro para encarar o pequeno - que já não é mais tão pequeno - usando um terno na cor azul.
- Que isso, você está muito lindo. - elogiei ele que sorriu abertamente - Vai até arrumar uma namorada!
- Para com isso, Lud. - me abraçou sem jeito - Você também está muito linda. - elogiou o meu macacão branco.
- Obrigada. - agradeci - Onde está a nossa vó?
- Conversando com a Bru. Ela está linda, irmã. Tenho certeza que você vai até chorar. - brincou - Onde está o Michel?
- Brincando por ai. - passei o olho pelo lugar, encontrando o menino nas costas da Daiane, que está tentando esconder o suporte errado - Ala ele. - apontei.
Rapidamente ele saiu correndo em direção ao meu filho, que desceu das costas da tia para poder brincar com o primo. Aproveitei o momento a sós para fazer a última oração antes de me posicionar na recepção do resto dos convidados. Quando o relógio marcou exatamente onze horas da manhã, a cerimonialista fez um sinal, dizendo que iria começar o casamento. Minhas mãos tremiam bruscamente, e eu agradeci aos céus pelas madrinhas serem as primeiras a entrar, pois se fosse eu, iria errar todos os passos e cair no tapete branco, ao chão. Depois de todas entrarem, foi a vez de Yuri entrar com umas pequenas lembrancinhas para entregar as testemunhas.

Escutei o instrumental da música da música tocar e me senti ainda mais nervosa. Tive a oportunidade de me lembrar exatamente do momento em que vi Brunna pela primeira vez e em tudo que passamos juntas. Todos os olhares estavam nela, que passava pelo corredor, com um sorriso no rosto e as mãos trêmulas, fazendo o pequeno buquê de flores de balançar. Tentei caminhar até ela, mas as lágrimas que desciam em meu rosto impediam a minha visão. Só fui me dar conta disso, quando ela chegou até mim e beijou minha testa, tentando me tranquiliza. Segurei ela pela cintura e subi o pequeno degrau, para chegar até a pequena mesa onde estavam os papéis.Algumas palavras foram ditas pela cerimonialista, pela Daiane, pela Juliane, pelo Marcos e por fim pelo Mário. Todos nos fizeram emocionar, mas tenho certeza que para Brunna, o de Mário foi mais especial. Ainda sem condições de segurar algo em minhas mãos, a loira foi a primeira a ler o seu voto.
- Eu pensei que ficaria mais nervosa que você, mas me enganei. - brincou fazendo todos gargalharem - Poucas pessoas conhecem esse seu lado sensível. - deixou o papel de lado e segurou minha mão - Mas eu tive e tenho a oportunidade de conhecer todas as suas versões, desde a Ludmilla teimosa, até a Ludmilla chorona. E estou pra te dizer que sou apaixonada por todas elas. Antes de te conhecer eu queria saber o que era o amor que todos diziam... Mas eu olhava pra pessoa que eu era e via que era impossível eu amar alguém com toda essa força que hoje eu te amo. Só que aí você chegou, com esse seu jeitinho bobo, com essa sua falta de paciência, com essas suas palhaçadas e me conquistou e quando eu menos esperava, eu descobri que amar, não é só dizer "te amo", amar não é apenas ser a companhia de um final de semana. Amar é colocar todas as necessidades da outra pessoa na frente da própria, e é isso que você faz comigo. Pra você nossa família é muito mais importante que o seu pessoal, e isso me encanta eu você. Mas eu também não te amo por tudo que você me dá, eu te amo por saber que se eu bater o meu carro às duas horas da manhã, você vai sair desesperadamente, nem que fosse de pijama, para me ajudar. - gargalhou - Você arrumaria briga com três homens ao ver eles dando em cima de mim... Você deixaria o seu flamengo, para torcer pelo meu Botafogo. E isso é a maior prova de amor que alguém poderia fazer. - foi a minha vez de gargalhada - Você me deu o maior presente que eu poderia ter... O nosso Michel. E eu serei eternamente grata a você. Eu te amo mais que tudo nessa vida, minha princesa.
- Depois de tudo que você disse é difícil eu falar. - tirei um pequeno papel do meu bolso - Acho que tudo que eu não faria seria deixar o meu Fla pelo seu Bota. - brinquei - E isso te deixaria brava... Todo mundo me pergunta se você é brava comigo e eu sempre respondo que sim. - escutei todos os convidados sorrirem - Mas o que seria de mim Ludmilla, sem você Brunna? Nós somos o total oposto... Acho que por você nesse momento nós estaríamos na nossa casa vendo um filme qualquer e comendo pipoca. Você é o gelo e eu sou a brasa. Você é o não e eu sou o sim... E é isso que faz a gente ser tão legal. Lembro de quando te pedi em casamento e disse que o que faz nosso relacionamento ser legal é que não temos um roteiro pronto. A gente fez tudo fora de ordem, e isso é incrível. Eu não quero estar com uma pessoa que eu sei o que vai acontecer no dia de amanhã, quando eu acordar. Eu amo essa nossa adrenalina, essas nossas brigas bobas, por conta da temperatura do ar condicionado, ou por quem vai levar o Michel na escola. Eu gosto e amo você, por você ser exatamente desse jeito, uma verdadeira princesa. E se fosse necessário, eu te apaixonaria por mim quinze vezes mais e com isso eu iria me apaixonar trinta vezes mais. Porque números nunca vão ser o suficiente para dizer o quanto eu amo amar você, Brunna. Todas as nossas gerações futuras vão saber sobre mim e você. Obrigada por tudo e obrigada por tanto.
Ela secou algumas lágrimas do meu rosto e eu entreguei o microfone para a mulher que está a nossa frente, com um sorriso. Ela leu mais algumas coisas e por fim voltou a falar conosco.
- Brunna, você está se casando por livre e espontânea vontade? - questionou a loira que sorriu.
- Sim! - exclamou animada.
- Ludmilla, você está se casando por livre e espontânea vontade? - me perguntou e eu fiz um suspense, o que fez todos me olharem assustados.
- Claro que sim! - falei e senti Brunna suspirar aliviada.
- Então pode entrar as alianças. - ela falou em um tom calmo.
O Michel está a coisa mais linda de todo esse mundo, usando uma calça social bege e uma camisa de manga comprida, também social na cor branca e um suspensório da mesma cor da calça. Em suas mãos está uma pequena cestinha com as nossas alianças. Ele anda concentrado para não cair e vez ou outra sorri para alguém que chama a sua atenção. Ao meio do corredor ele para para tirar uma foto e volta a caminhar até nós. Ao chegar no pequeno ressalto, eu ajudo ele a subir e pego as alianças da sua mão.
- Obrigada, meu amor. Te amo muito. - agradeço a ele que sorri e me pede colo, e eu quebro o protocolo, fazendo o que ele pediu.
- Eu também te amo mamãe. - me respondeu e levou seu olhar até a loira - Eu te amo, Bu, muito.
- Eu também te amo, príncipe. - ela deixou um beijo na testa do pequeno.
Deixei ele no chão, para continuarmos com o casamento e fizemos mais um voto nas trocas de alianças. A cerimonialista fez questão de falar todos os princípios de um casamento para só então dizer tudo o que eu estava esperando.
- Eu declaro vocês duas, casadas.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...