Ludmilla
📆 Segunda-feira - 🕚 20:50
Escutar a voz da Brunna depois de tanto tempo sem a presença dela, me causou uma sensação pior do que eu estava esperando. Eu senti medo de a perder para sempre, uma saudade sem explicação e uma insegurança infinita. A minha vida depois que ela se foi virou um verdadeiro caos. Ter que cuidar do Michel e também ter as responsabilidades comigo e com a boate me deixa cada dia mais estressada e com isso a vontade de fumar para tentar esquecer todos esses acontecimentos aumentam ainda mais, me fazendo gastar boa parte do meu dinheiro com essas coisas.
Ontem tive uma séria briga com a minha vó, que disse que não quer que eu volte na casa dela enquanto a Bru não estiver comigo novamente. Já aqui em casa, Nete faz questão de tirar duas horas do seu serviço para jogar na minha cara todos os meus erros como, pessoa, mulher e mãe. O único lugar que estou tendo - ainda - um pouco mais de paz é a boate. Todas as minhas madrugadas estão sendo por aqui, as vezes bebendo, as vezes fumando, ou as vezes apenas vendo o tempo passar.
- Como uma mulher tão linda como você está sem algum acompanhante? - escutei um homem, que julgo ter uns trinta anos, falar comigo. Suas barbas estão perfeitamente alinhadas e seus cabelos cortados de forma simples, deixando seu rosto todo a mostra. Não é um homem feio, mas ainda assim é um homem.
- Desencana! - segurei a risada - Eu gosto da mesma fruta que você. Então sem chances alguma.
- Puts! - ele segurou a risada assim como eu - Foi mal! Mas é que você é muito bonita mesmo. Mas ainda assim desacompanhada.
- As vezes ficar sozinho é melhor que envolver alguém na nossa própria bagunça. - suspirei - Qual o seu nome?
- Igor. - deu de ombros se sentando ao meu lado - Igor Vilella.
- Um prazer te conhecer, Igor. - falei o olhando e me virei para pedir a melhor bebida para ele - Por conta da casa, meu amigo. - o entreguei a taça cheia de um líquido rosa.
- Espero que não me cobrem por isso na saída, porque meu dinheiro está contado. - ele sorriu sem graça - Mas obrigado.
- Não vão te cobrar, relaxa. - sorri em sua direção - Mas então, me diz. É sua primeira vez por aqui?
- Segunda. Vim ontem, acabei gostando e resolvi voltar hoje. É um ambiente muito aconchegante. - falou depois de dar um gole na bebida.
- Fico feliz de ter gostado. - comentei.
Conversamos por mais umas longas horas, até o mesmo se despedir ao lembrar que amanhã irá trabalhar logo cedo. Pensei que ficaria sozinha por mais um instante, mas logo vi a Dai se aproximar com um copo de whisky na mão. Ela sorriu abertamente ao me ver sóbria - por uma das raras vezes - E se apressou para chegar até o banco que estou sentada. Quando fez isso, ela se apoiou no balcão atrás de mim e sorriu abertamente.
- Minha amiga, você não sabe a boa notícia que eu tenho para te dar. - falou um tanto quanto animada e eu fui obrigada a virar o meu corpo, para lhe olhar melhor.
- Diga logo! - pedi curiosa.
- Um dos nossos clientes pagou quase vinte mil reais para uma das nossas garotas. - contou - E ela se propôs a disponibilizar a metade do valor pra boate.
- Quem escutar isso, vai pensar que estamos falindo. E não é bem assim a história, já conseguimos superar o assalto. - suspirei - Falta só devolver o dinheiro da Brunna.
- Ah, qual foi?! Você quer mesmo devolver o dinheiro? Aquilo pra ela é uma esmola. - a morena iluminada segurou a risada - E vocês são quase casadas, amiga.
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Crazy In Love (Brumilla)
FanfictionLudmilla Oliveira (27 anos): Uma empresária do ramo de prostituição possuí uma boate no centro de São Paulo. Durante as noites, várias mulheres passam por ali, entregando seu corpo em troca do dinheiro. Ludmilla por sua vez, não se entrega a esse ní...