Domingo, 03 de Março de 2024
Eu odiava acordar cedo, definitivamente, odiava.
Nunca fui fã de acordar cedo, mas acho que desde que fiquei grávida, meu sono só aumentou. Eu dormia em qualquer lugar, qualquer canto, a qualquer momento e qualquer hora. Virei o sono em pessoa.
Porém, virar o sono em pessoa não é a melhor coisa quando você trabalha em um time de futebol e tem que seguir os horários que o próprio time escala, ou seja, sou obrigada a acordar cedo em pleno domingo. Quem merece?
Hoje era dia de jogo em Bilbão, contra o Atlético de Bilbão. No Brasil, o jogo seria às cinco, mas aqui, já seriam às nove por conta do fuso horário. O pessoal que organiza os horários dos voos do time, geralmente, leva em consideração a duração do voo, e como Bilbão não era tão longe, o voo seria depois do almoço.
Seguindo uma tradição brasileira, aos domingos almoçávamos na casa da Maya, porque era o dia dela fazer seu macarrão. Já temos essa tradição há muito tempo, e desde que voltamos para Barcelona, demos continuidade.
Mas, para irmos para a casa da Maya, eu deveria sair da cama, o que estava sendo bem difícil.
— Vamos, gatinha, você precisa arrumar suas coisas. — Pedri beijou minha testa. — Está cansada? Você sabe que pode ficar se quiser.
— Eu estou bem, e eu vou... É só preguiça. — Sentei na cama. — Esses horários de jogos são péssimos, meu Deus. — Balancei a cabeça.
O jogo de hoje também seria o meu último antes do período de licença maternidade. Levando em consideração que estou grávida de gêmeos e é preciso um pouco mais de cuidado, eu já deveria ter parado de trabalhar há algumas semanas, mas minha gestação estava saudável e a Dra. Alana deixou que eu trabalhasse até as trinta e quatro semanas.
Sendo sincera, eu não queria entrar de licença maternidade, mas sabia que era necessário. Eu amava viajar com o time, estar com os meninos no dia a dia e perturbar eles junto com a Sarah, e sempre estar com a Mae e Oriol. Nós quatro ficamos muito próximos nesses meses, e eu sentiria muita falta deles nesses meses que eu ficaria sem trabalhar.
Não sei ainda por quanto tempo ficarei fora. Quando fui no RH pegar os documentos de licença maternidade e perguntei quando eu voltaria, me responderam que receberam ordens diretamente do Laporta para me darem livre arbítrio de quando eu poderia voltar, o que ao meu ver, era péssimo!
Pedri estava sabendo disso porque o Laporta contou para ele, e conhecendo o Pedri do jeito que eu conheço, extremamente protetor, talvez daqui a uns cinco anos eu volte quando ele achar que eu finalmente estou bem.
Já prevejo dores de cabeça.
— Vai tomar um banho enquanto eu arrumo essa zona que você fez, dona Mia. — Pedri me encarou, pegando algumas roupas espalhadas pelo quarto. — Desde quando você é tão bagunceira?
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vecinos || pedri gonzález
Romance"Livro 1 da série Barcelona" Mia não esperava que sua mudança e de seus primos de volta para Barcelona depois de quatro anos causaria tantas mudanças em sua vida. Ao ter dificuldades em achar uma casa em Barcelona, Mia acaba recorrendo a sua prima m...