Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊

MOMENTO CERTO

Mirella Águiar

como é um jantar na casa da minha mãe decidi optar por um body e um short jeans na qual me deixe confortável por toda a noite. até porque não tenho hora e nem motivos de voltar cedo para o hotel. e nos pés coloquei uma rasteirinha.

acordo Gavi que ainda seguia dormindo profundamente, e particularmente não sei como porque já fiz tanto do barulho, até mesmo sequei o cabelo e nada de ele acordar. se dessa vez não morreu, não morre mais.

(...)

já a caminho, e pra minha sorte Gavi não havia morrido. e como falei ele só levantou e vestiu uma roupa mas tudo bem, até porque tá gatão.

- amor sabe de uma coisa?. - Gavi fala e eu volto minha atenção à ele.

- o que meu lindo?.

- estou contando as horas para poder arrancar esse body desse seu corpinho. - ele fala e eu olho com os olhos arregalados, pois estávamos dentro do táxi. mas para o bem de todos ele falou em espanhol e o motorista não parecia ter entendido.

- e eu não vejo a hora de te ver arrancando ele. - dou um sorriso malicioso e volto a apreciar a vista do carro.

sinto a mão gelada de Gavi em minha perna, mas foi sem malícia. apenas mais uma de suas formas de demonstrar carinho.

mas isso só me fez lembrar do pedacinho de nós que está sendo gerado dentro de mim, não posso continuar escondendo isso dele. por mais que não foi planejado, não significa que não vai ser amado pela gente.

e além disso uma hora ou outra ele vai perceber, venho passando muito mal, estou péssima de humor e enquanto eu me vestia hoje notei que já dá pra ver um voluminho na minha barriga.

se minhas contas estiverem certas, eu posso está de quase 2 meses já. preciso dar um jeito na minha vida e resolver isso de uma vez.

só não sei como farei isso.

mas não posso precionar isso em minha cabeça até porque isso pode me fazer mal.

e já em nosso destino saímos do carro e minha mãe já nos esperava do lado de fora.

- vocês estão lindos. - sorrimos fraco.

ela estica o braço e assim entramos.

e ao entrar em minha visão havia diversas comidas na qual tenho certeza de que se eu encostar na boca coloco tudo pra fora.

no centro da mesa estava uma lasanha e o engraçado é a forma como Gavi a encarava com desgosto. mas conhecendo Gavi, só bastava ele comer uma única vez para gostar.

- filha, fiz uma porção de coisas que você ama. - minha mãe fala toda sorridente. - Gavi, não sei o que você gosta mas tenho certeza de que irá amar minha comida, experimenta só essa mandioca frita na manteiga. - é tão fofo o jeito que minha mãe está tratando o Gavi.

- nossa mas é bom mesmo. - e mais uma vez Gavi fala com a boca transbordando. - amor come, isso está perfeito.

- daqui a pouco eu como meu amor. - meu estômago embrulhava só de pensar que havia manteiga.

não que eu não goste, mas é que o estado em que eu me encontro não me permite comer. e não é porque eu não quero, e sim porque o mini ser que habita dentro de mim já quer mandar até na minha alimentação.

- você está diferente filha. - minha mãe fala sorrindo fraco e com um brilho no olhar. - está com um brilho a mais ou algo do tipo. - eu apenas dou um sorriso largo, pois sei bem o que isso significa.

- tem alguma coisa ácida aí mãe?. - eles me olham com os olhos arregalados. - o quê gente? em Barcelona não tem essas coisas.

- olha filha, tem esse vinagrete aqui que eu fiz do jeito que você gostava de comer quando ainda morava aqui. - ela me entrega a vasilha com o vinagrete, e sinceramente, era tudo que eu precisava.