OBRIGADA

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Mirella Águiar

infantilidade, imaturidade essas e mais outras palavras descreviam o que eu iria fazer, mas de verdade eu não estava ligando, eu tinha álcool no corpo e uma vontade. é simples, só vamos juntar o útil ao agradável. sem sombra de dúvidas me arrependerei disso amanhã, mas amanhã é outro dia, outra história e eu quero curti o agora. só que dá minha forma.

ao som daquela trilha sonora incrível que passava, vou me aproximando pra mais perto de Gavi, só que de uma forma leve, estava deixando a música me levar, e quando menos espero já estava perto o bastante para satisfazer apenas a minha vontade.

música sensual, um desejo, e completamente tomada pelo álcool, combinação perfeita. pelo menos em minha cabeça.

começo a dançar de costas pra ele, eu poderia sentir seu olhar sobre mim, não só o dele mas sim de todos que estavam ali naquele lugar, levo minhas mãos sobre meus cabelos e no ritmo da música desço até o chão, ao ficar de pé novamente me viro a ele e não poderia esperar outra reação de sua parte. cara fechada, pose de marrento, mas não escondia a malícia em seu olhar.

seu olhar percorria por todo meu corpo, a cada movimento que faço o vejo seguir com o olhar. agora me pego rebolando até o chão.

vejo que os seus amigos me observava dançar, e o vejo olhar feio com aquela atitude deles.

me batia uma leve sensação de que eu estava conseguindo o que queria, mas sinto que quero mais. uma pitada a mais de perigo talvez.

me aproximo de um de seus amigos, eu não me recordava dele naquele momento, talvez eu nem o conhecesse. o que facilitaria ainda mais.

começo a dançar em frente a seu amigo e o vejo perder a paciência com aquela situação. sinto ele pegar em meu braço e me puxar para fora dali.

- me solta Gavira, não vê que tá me machucando? - falo com uma voz bêbada e o vejo me soltar e me encarar.

- pode me explicar o que foi isso que você acabou de fazer? tá ficando maluca Mirella?

- o que fiz de errado? - pergunto e o vejo me olhar com uma cara óbvia.

- o que você fez de errado? você ainda pergunta? - parecia até meu pai me dando sermão. - pra começar, você não deveria tá bebendo desse jeito, sabe o que vai acontecer quando seu pai ficar sabendo? porque ele vai, pode ter certeza.

- ah Gavira faça mil favor, quê que foi, dando uma de santo agora? - uma coisa ele tinha razão, eu estava bebendo desesperadamente mas estava sóbria do que estava fazendo.

- acontece Mirella que eu. - vejo ele encher o peito para falar mais coisas, só que ele falha. - porque Mirella? porque você tá fazendo isso? porque você tá fazendo isso com você?

- Gavi vai curtir, tá parecendo aquelas mães dando conselhos. - sei que ele estava certo, mas poxa, depois do que ele me falou hoje cedo a única solução era essa.

- para de fazer isso com você, com certeza você irá se arrepender disso amanhã, e vai ver que foi idiotice tudo isso. - fatos?  - eu só me pergunto, o porque disso Mirella?

- Gavi me deixa, você mesmo disse que não tínhamos nada que eu era livre e desimpedida, agora porque toda essa preocupação?. - confesso que realmente era caso de se preocupar.

- então é por isso? é por isso que você tá fazendo toda essa cena? pelo que eu te falei hoje mais cedo, é isso?

- e se for qual problema? - me aproximo e pergunto, o vejo me olhar nos olhos e soltar um sorriso de canto.

- problema nenhum, acontece é que... - ele suspira e novamente não consegue falar. - vem, eu vou te levar pra casa.

- e quem disse que quero ir ou devo ir? - nesse momento eu me imaginei aquelas adolescentes rebeldes.

- você não está em condições de querer nada Mirella, olha teu estado vamos e sem reclamar. - olha que moço bonzinho não?

- quero ver você me tirar a força. - pedi aquilo com tanto desejo de que se realizasse.

- isso não vai ser muito difícil, pode acreditar. - ele diz aquilo já me colocando em seu ombro.

- Gavi me solta agora! - falo aquilo esperneando mas não adiantou- preciso falar com a Elisa, Gavi! me solta.

- para de gritar Mirella, vão achar que estou te sequestrando. - mas que filho da mãe. - e Elisa vai ficar ótima, assim como você, a diferença é que você ficará em casa e ela eu já não sei, e nem tenho interesse em saber. - ele fala parando e me colocando no chão.

- tudo bem eu vou pro hotel, mas sem você. - do jeito que ele é, com certeza vai querer passar a noite lá.

- nada disso, eu irei sim com você, pra garantir que a bela moça não irá fugir pra alguma festa e fazer outras burrices.

- ok você vai, mas chegando na porta dê meia volta, eu sei me cuidar sozinha. - o estado que eu estava com certeza não.

- como você preferir, desde de que você esteja segura e longe dos perigos noturnos, embora você seja um desses perigos. - ele vai falando enquanto entrávamos em um taxi, que por incrível que pareça, não o reconheceu.

enquanto estávamos a caminho do hotel, me pego pensando que eu achava lindo o jeito que Gavi se preocupava com as pessoas, mas de verdade eu não queria sua preocupação comigo naquele momento, alguns podem chamar isso de orgulho mas eu chamo de vergonha na cara. poxa, pensa comigo, o cara me fala tudo aquilo de manhã que foi apenas uma ficada e que era melhor esquecermos o que aconteceu e a noite enquanto eu me "divertia" ele me arranca da festa e diz estar preocupado comigo. eu sinto muito mas esse tipo de preocupação eu não quero, tenho pouca idade mas já passei por tanta coisa parecida e já sei onde isso termina, a gente transa e tudo se repete novamente, sinto muito Gavira mas se você está acostumado a ser assim com outras garotas, sinto lhe informar que eu não sou uma delas.

- estava amando me provocar né Mirella?

- provocar? eu? nunca fui boa com isso.

- não se faz de desentendida gatinha, mas fique sabendo que você conseguiu o que queria.

- eu não queria nada além de me divertir. - dava pra ver em meu olhar que eu estava mentindo, mas eu amava a cara do Gavira de desconfiado.

- se divertir, sei bem como você queria se divertir Mirella.

- que bom que sabe, assim polpo minha saliva.

e quando menos espero já estávamos na frente do hotel, estava tão bêbada que nem me lembro de ter escutado o Gavi passando o endereço para o motorista.

desço do carro e vejo que ele também desce.

- onde você vai?. - pergunto.

- subir com você? ter certeza de que você chegará sã e salva.

- esquece não vai rolar. - falo e vejo seu olhar de desapontado. - você não vai subir, te falei que você só me traria até a porta e daria meia volta.

- mas Mirella. - eu logo o interrompo.

- mas Mirella nada, não vai subir, vamos fazer apenas o que combinamos e ponto, cada um seguir seu caminho, assim como você sugeriu hoje mais cedo lembra? - falo percebendo o sarcasmo em minha voz.

- tudo bem Mirella, como você preferir. - ele fala em um tom baixo - então eu já vou indo. - ele fala indo em direção ao táxi que ainda se encontrava parado ali.

- ah, e por favor, vamos esquecer isso aqui também ok?

- como você quiser. - ele fala cabisbaixo.

eu ainda mantinha meus olhos nele, e ele em mim.

- até mais. - digo e ele abre a porta do carro.

- Mirella. - ele diz ao entrar no carro.

- Gavira. - falo e logo me viro, indo em direção a entrada do hotel.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora