NUESTRO HIJO!

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Pablo Gavira

- _Quédate_
_Que las noches sin ti due-e-e-e-len_
_Tengo en la mente las pose'_
_Y todo lo que hicimo'_
_Que ya no quiero nada_
_Que no sea contigo._ - e do nada me pego cantando essa música em uma carreata, festejando.

sim, vencemos a La Liga e não tinha melhor forma para comemorarmos, do que essa.

e isso pra mim é uma honra, poder fazer parte de tudo isso, e sempre buscando se dedicar cada vez mais.

mais um título pra conta, e a cada dia que passa eu tenho mais certeza de que escolhi o certo, e que esse time é tudo pra mim.

já estávamos andando pelas ruas de Barcelona a um bom tempo, não fazia ideia do quanto, só sei que eu já havia bebido tudo que tinha disponível aqui, dessa vez sem exagerar é claro.

essa música do Quevedo me pegava muito, não existe batida mais contagiante que essa. ok que tinha algumas partes na letra que eram um pouco indecentes, se é que posso dizer assim, mas isso não importa, não agora.

hoje só quero aproveitar ao máximo cada minuto, ter aquele momento com os fãs e com amigos.

eu e a Mi não conversamos mais desde aquele acontecido. e de qualquer forma não posso julgá-la, até porque também errei, eu erro que ela ficará sabendo.

aquela garota é a mulher da minha vida, isso é sem erro. e tendo ou não tendo meu sangue, aquela criança é o meu filho.

(...)

- para de beber um pouco Gavi. - isso vem de Pedri pela terceira vez.

- não ferra Pedri, hoje é dia de festa. - falo já um pouco inconsciente da realidade.

sou fraco para bebida e mesmo assim insisto em beber desesperadamente. Pedri também, mas por ser mais velho, ele tem mais consciência.

toda essa multidão me assusta um pouco, mas fico tranquilo por estar aqui em cima e não sozinho.

(...)

noite e já com o corpo totalmente sob efeito de álcool, isso nunca é uma boa pra mim. alguns ainda sóbrios ficaram, mas eu não tinha mais capacidade alguma de permanecer naquela festa.

Mirella ultimamente anda ativa nas redes sociais, o que me faz ficar bem, em saber que ela anda lidando melhor com toda essa situação.

e é aquilo né, a bebida antes de matar ela te humilha, e humilha com vontade.

não estou totalmente sã e isso é um fato declarado, mas tenho em mãos um celular e nele o contato da mulher que mudou minha vida. porque não arriscar?

entro no contato que ainda estava salvo como "minha gatita" e logo coloco para chamar, e logo no segundo toque ela atende. não sabia que estava sentindo tanta falta de escutar a voz dela, até escuta-lá do outro lado da linha.

- Gavi? - ela pergunta ao perceber meu silêncio.

- aí que saudade dessa sua voz gatita. - falo me jogando na cama, e posso perceber que ela dá uma risada fraca do outro lado da linha.

- Gavi, você tá bêbado? - ela volta ao seu normal após perceber minha voz.

- bêbado é uma palavra muito forte meu amor, eu diria que estou sobre leves efeitos de álcool. - escuto ela respirar fundo, e acredito que ela estava a negar com a cabeça.

- me engana que eu gosto Gavi. - ala, a suja falando do mal lavado.

- sabe o que eu estava pensando vida? - ignoro o que ela havia falado, já entrando em um assunto que eu estava tanto quanto empolgado para falar sobre. - será que se eu conversar bastante com nosso filho, ele nasce parecido comigo?

- Gavi, não vamos voltar nesse assunto por enquanto. - ela tenta fugir do assunto, mas preciso matar essa curiosidade que me consome.

- a, e também irei tirar um tempinho para fazer alguns cursos de como ser pai sem afogar uma criança na banheira, de como trocar fraldas sem me sujar com aquela aberração que chamam de cocô, e também como dar mamadeiras sem fazer o bebê se engasgar. - ela apenas ria do outro lado.

- você tá falando isso apenas porque está bêbado? - como explicar a ela que eu sóbrio sou normal?

- já falei que não estou bêbado, e não, não estou falando isso só porque estou bêbado. - agora que falei, percebi que me enrolei todo, mas enfim. - eu quero fazer isso com você, quero passar por isso com você. não consegue entender que você é a mulher da minha vida Mirella? e que eu nunca te abandonaria em um momento como esse, começamos juntos essa história e é assim que vamos terminar, embora o bebê não seja meu, eu já considero como meu filho, ou melhor, como nosso filho.

- eu te amo Gavi, te amo, e fico felizassa em ouvir isso. - percebo sua voz chorosa, na qual me faz arrepiar.

- eu também te amo vida, quero te ver, que tal nos vermos amanhã? pois não tenho nenhum compromisso amanhã. - sugiro. - estou livre pra gente o dia todo princesa. - um sorriso bobo surge em meu rosto.

- sim Gavi, precisamos realmente nos vermos, para acertarmos tudo. - ela fala calmamente.

- então tá marcado, amanhã estou aí meu bem. - me olho no espelho e vejo que talvez Mirella tenha razão, acho que estou bêbado.

- tudo bem Gavi, agora vai descansar, porque sei que precisa. - ela sugere, e realmente, preciso.

encerro a ligação e começo a pensar se ela realmente levou a sério tudo que eu falei, pois posso até estar um pouco fora do meu normal, mas tudo que eu falei foi de verdade e não porque estou alcoolizado.

me livro desses pensamentos e logo volto pra minha bela cama. me jogo nela e me acomodo da maneira mais confortável possível, pois sei que meu sono vai ser bem pesado.

(...)

sinceramente, do fundo da minha alma ou do que resta dela, eu não beberei por um longo tempo.

não sei o que mais doía, se era meu corpo ou minha cabeça. dessa vez a ressaca veio na intenção de me fazer pagar por todos os meus pecados.

depois de lembrar quem eu era e um monte de outras coisas que eu me arrependo profundamente e não acreditaria que tinha feito se não tivesse sido gravado, resolvo me levantar e tomar um banho pra pôr as idéias no lugar. e eu tinha que fazer isso bem rápido, pois me lembro muito bem de ter marcado de encontrar a Mirella hoje. pelo menos disso eu não me arrependo.

(...)

bato em sua porta e espero um momento, até ouvir seus passos. e sim, depois que parei pra reparar a hora, me apressei para manter a pontualidade.

- amor! - a abraço ao vê-la.

- Gavi. - ela fala sorrindo fraco. - bom te ver. - ela se afasta e assim consigo reparar melhor nela.

e ao apreciá-la, não noto volume em sua barriga, o que era já pra estar bem formada. mas ao encarar muito sua barriga, ela põe sua mão sobre ela, ficando insegura.

- entra. - ela pede ainda sem jeito, me fazendo apenas obedecer.

- nossa, quanto tempo não venho aqui. - falo olhando em minha volta e percebo ela me olhar com uma sobrancelha arqueada.

- Gavi você estava aqui anteontem. - ela debochava.

- faz sentido. - o que fazia sentido? não faço a menor ideia, eu só sei que estava completamente nervoso ao lado dela.

e isso me faz ter um remember de quando tudo começou, pois era exatamente esse sentimento que eu tinha ao ficar perto dela.

- agora precisamos conversar. - ela fala séria e agora mais do que nunca me sentia preparado para isso.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora