VAMOS BAILAR

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Mirella Águiar

se me perguntarem como eu começaria a falar sobre isso com ele, eu provavelmente não saberia responder, mas enfim. tirei uma coragem lá do fundo da minha alma e me aproximei dele.

- fala. - me arrependendo em 3,2,1.

- precisamos conversar. - depois do que aconteceu ontem entre nós eu senti que eu deveria dar uma explicação a ele.

- não temos nada pra conversar Mirella.

neste momento eu já aponto com a cabeça para entrarmos para os fundos da loja. ele sem contextar me segue.

- Gavi o que você viu ontem foi um mal entendido. - tento me explicar.

- olha aqui Mirella, você não tem que me explicar nada tá bom, você é solteira e desimpedida, não tem que me dar satisfações. - por um lado ele tinha razão.

- mas depois do que rolou entre nós ontem eu sinto que tenho que te explicar.

- o que rolou entre a gente não foi nada demais, foi apenas uma ficada, isso não é o suficiente pra você ter que me dar satisfação de nada. - ok, isso aqui doeu, mas ele tinha razão.

- tudo bem, você tem razão, vamos fingir que o que rolou entre nós não interferiu em nada em nossas vidas. - não esperava aquilo dele, mas acho que precisava ouvir aquilo pra cair na real.

- vamos fazer melhor, vamos fingir que nem aconteceu nada. - ele fala e por dentro algo de ruim surgia. - vamos esquecer a noite passada, vai ser melhor assim.

- como preferir. - falo aquilo já voltando ao lugar onde estava antes.

- tchau meninas. - ele passa por mim e por Elisa, mas somente ela responde, eu ainda tentava cair na real de que a versão que eu criei do Gavi em minha cabeça, não passava apenas de invenções minha, e que ele era igual a todos os outros homens.

eu sentia o olhar de Elisa sobre mim, mas não queria comentar sobre isso com ninguém, não nesse momento. eu só queria fazer o que Elisa estava louca pra fazer "beber até esquecer que trabalho amanhã" e não venha me julgar tá, eu precisava aliviar de alguma forma.

- o convite para beber ainda está de pé? - pergunto a garota e a vejo abrir um sorriso igual de uma criança quando tem o que quer.

- mas é claro que sim, vamos minha linda, sinto que está precisando. - e como.

(...)

estavamos dentro de um táxi a caminho do tal lugar onde iríamos, Elisa não quis dizer onde seria, e eu só topei. na verdade neste momento eu estava topando ir pra qualquer lugar.

- uma balada em plena segunda? - pergunto ao descermos do táxi e ficarmos de frente ao local

- razzmatazz é a melhor balada de barcelona tá, não me julgue. - loucura? Sim, mas eu já estava lá mesmo.

- essa vai ser a melhor segunda da tua vida mi amore. - eu amava quando ela me chamava assim, era tão fofa quando queria, nem parecia aquela cavala de manhã.

(...)

entrando no local, já deu pra perceber que era um local privado, a pergunta que não queria calar era

- como você conseguiu isso aqui? - pergunto enquanto uma moça colocava pulseiras em nossos braços.

- tenhos contatos minha amiga. - ela fala rindo.

- contatos? sei bem. - falo e ela nega com a cabeça.

era tudo muito lindo aqui dentro, nem parecia uma segunda feira, para o tanto de pessoas que havia neste local. fomos andando até o bar para começarmos a noite.

- duas margaritas por favor. - Elisa já se adianta e faz o nosso pedido. eu não costumava beber, mas hoje teve uma exceção.

- hoje só quero esquecer que existo e aproveitar o máximo. - peguei minha bebida e já comecei a dançar, as músicas daqui são confusas de entender mas com um tempinho você vai pegando o ritmo.

- vamos lá pra cima. - Elisa fala apontando com a cabeça.

- mas lá não é só pra quem é vip? a gente pode subir lá?

- amore, a gente pode tudo aqui hoje. - ela fala rindo - vem. - eu apenas concordo e a sigo.

(...)

- Meu Deus. - é a única coisa que consigo falar ao ver Elisa beijando um cara totalmente desconhecido. e o mais engraçado era que ela tava discutindo com ele a um minuto atrás, pelo fato dele ter esbarrado nela e derrubado sua bebida.

tava tudo muito animado por aqui, já perdi as contas de quantas margaritas Elisa me fez beber, já estava me sentindo um pouco fora do meu normal, mas não bebi o suficiente para começar a confundir as pessoas. e tenho certeza que não estou enganada e conheço a pessoa que acabou de chegar com alguns amigos.

- Gavi?

- ele mesmo. - Elisa fala ao meu lado, nem tinha percebido que ela já tinha acabado de ficar com aquele cara. - não sabia que ele frequentava baladas em dia de semana.

- amiga, e eu que nem sabia que ele frequentava baladas. - falo e ela começa a rir.

- ele tem apenas 18 anos, é claro que ele vai frequentar baladas.

- realmente, ele é só mais um daqueles que aproveita e larga. - acho que falei demais, mas a Elisa já tinha bebido tanto que nem raciocinava mais.

- ele tem uma carinha de que transa tão bem. - ela fala e eu a encaro. - mas infelizmente ele não faz meu tipo. - ela choraminga.

- invejo a pessoa que já experimentou essa sorte. - falo rindo e a mesma ri junto, mal sabe ela.

- se aquele amigo dele não fosse tão idiota, eu até pensaria no caso sabe. - volto a encará-la. - ele é tão bonitinho. - ela fala suspirando e olhando pro nada.

nisso tenho que concordar com ela, Pedri é tão atraente mas tão idiota.

acho que a única coisa que ele se importa é com bananas.

falando das bananas, quando eu ver ele novamente eu vou zoar tanto ele, que tenho certeza que ele vai se arrepender de ter feito parceria com esse negócio de banana. se ele já não tiver se arrependido né.

- vamos lá em baixo buscar mais mantimento. - eu apenas concordo e vou com ela, até porque não queria ficar aqui em cima sozinha, já que Gavi estava subindo pra cá com os amigos dele.

(...)

- mais 2 margaritas meu anjo. - ela fala e eu interfiro.

- pode ser apenas uma. - falo e vejo ela me encarar com uma cara fechada.

- cansei de margaritas, agora eu quero o drink mais forte que você tem aí. - falo e o barmen apenas concorda com a cabeça. - o quê? eu vim aqui pra esquecer os problemas, e é isso que irei fazer. - falo ao ver a garota que ainda me encarava.

(...)

já estávamos aqui em cima novamente. quando sem mais nem menos começa a tocar minha música preferida. I Wanna Be Yours.

- caralho eu amo essa música. - grito pra Elisa, que estava amando qualquer coisa naquele momento. - vem vamos dançar essa. - ela animada concorda.

Ao falar isso me viro e vejo Gavi que por incrível que pareça estava entretido com os amigos, e tava gato pra caralho.

- foco Mirella, foco. ele não quer nada contigo e deixou isso bem claro hoje. - falo pra mim mesma, e rapidamente vou dançar ao som daquele hino.

sinto que já estava um pouco mais alterada, talvez ter virado aquele drink de uma vez não tenha sido uma boa ideia.

agora tocava uma música mais sensual, e logo me vem o pensamento de "por que não provocá-lo?"

ele me usou e depois descartou, porque não provocá-lo e depois apenas fingir que não aconteceu nada, da mesma forma que ele preferiu fazer?

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora