Mirella Águiar
já não bastava a dor de cabeça, ainda tivemos que pegar engarrafamento, hoje o dia está me testando.
mas graças ao bom Deus chegamos e no caminho de lá até cá não tive mais notícias de Marga.
bato na porta e meu pai a abre com uma expressão de preocupado na qual também me deixa.
- pai, como está Marga?
- mal filha, ela novamente recaiu e teve uma queda de memória momentânea.
entro rapidamente e vou até seu quarto, e ao chegar ela estava acomodada em sua cama dormindo com uma expressão genuína.
- Marga. - falo passando a mão suavemente em seu rosto, e com isso à fazendo despertar.
- Mirella minha querida. - ela fala com a voz um pouco rouca seguido de uma tosse chatinha.
- não faça muito esforço Marga, você ainda está um pouco debilitada. - falo sorrindo fraco e acariciando seu rosto.
- debilitada?! que nada. - ela fala em um tom divertido e dá um salto da cama.
e realmente parecia estar tudo bem com essa melhora repentina, mas como eu mesma disse, só parecia.
e em questão de segundos, Marga foi perdendo todos os seus movimentos e isso a levou a cair desmaiada no chão. e como isso tudo já não estivesse ruim, ela ainda bate com a cabeça na hora da queda.
entro em desespero e logo começo a gritar pelo nome do meu pai, que estava na sala com Gavi enquanto eu ficava um pouco a sós com Marga.
até que eles chegam de repente e perguntando o que havia acontecido.
- pai a Marga caiu e bateu com a cabeça! - falo em desespero e Gavi tenta me consolar.
ele a levanta junto de Gavi e a coloca sobre a cama e eu o que sabia fazer era chorar.
sensação de culpa por não ter feito nada para ajudar me tomava conta.
- calma meu amor, você vai ver que ela vai ficar bem.
- a culpa é minha Gavi, não fiz nada para segurá-la, assim ela bateu com a cabeça!.
- Filha, entenda, a culpa não foi sua! a Margareth não estava bem, e já faz um tempo que ela vem se sentindo mal e não fala nada com ninguém. a culpa não é sua, não é minha e nem de ninguém! entenda Mirella. - meu pai fala alterado segurando minhas mãos que não paravam de tremer por um segundo sequer.
e no fundo eu sei que meu pai é o mais nervoso e preocupado nessa história toda. até porque existe uma relação muito além de uma simples funcionária e um patrão.
ele sempre dizia que Marga foi um marco em sua vida, que ela sempre esteve aqui por ele, que ela o ajudou a enfrentar momentos difíceis na sua carreira e que ela é a protagonista de uma das histórias mais importantes que ele já viveu.
- acho melhor levá-la ao hospital, ela não parece bem. - Gavi fala e rapidamente, meu pai à pega no colo e saí desesperado em direção ao carro.
(...)
- ela vai ficar bem meu amor, você vai ver. - Gavi fala enquanto esperávamos sem notícia alguma na sala de espera do hospital.
assim que chegamos e o meu pai falou o que havia acontecido, os médicos logo levaram ela as preças lá pra dentro. e na real?! a cara deles não estava nada boa.
e já dava pra imaginar como estávamos né, todos com um aperto no coração sem saber notícias.
confesso que eu nunca havia visto meu pai tão angustiado como ele está agora. acho que pelo fato da Marga trabalhar pra ele por tantos anos, ele acabou criando um apego.
Gavi em nenhum momento sequer largou minha mão, e acho que se não fosse ele, eu não resistiria.
(...)
e depois de horas andando de um lado para o outro sem saber notícias, lá vinha o médico.
- acompanhantes de Margareth Lima. - uma voz suave surge para a graça de todos.
- aqui doutor. - meu pai se levanta rapidamente. - como ela está?.
- bom, o estado de saúde dela é estável, Margareth entrou em coma. - essa fala dele fez nossos corações gelarem e um filme passar por nossas cabeças. - fiquem tranquilos, pois não é coma vegetativo. acredita-se que o coma foi causado por hipoglicemia. - o médico fala.
- hipoglicemia? mas como? ela não era diabética. - meu pai questiona, ainda sem querer acreditar na real situação da Marga.
- Hipoglicemia é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue senhor Xavi e que pode afetar pessoas portadoras ou não de diabetes. - o médico explica e meu pai se senta abatido. - normalmente a hipoglicemia vem acompanhada de alguns sintomas, tais eles como tonturas, palidez, suor frio, nervosismo, entre outros. com certeza ela sentiu algo.
- ela corre algum risco de vida doutor? ela vai acordar, não vai?. - pergunto ao médico que já se retirava.
- bom, tudo tem um risco, e como disse, o quadro dela é estável. apenas quando ela acordar saberemos se ouve uma melhora. e isso pode levar dias, semanas ou até meses. - aqui o meu mundo desabou de vez. - quando eu tiver mais alguma notícia sobre o quadro de saúde dela, eu venho avisar vocês.
e só de lembrar o que ele disse que poderia passar dias, semanas ou até meses me bate uma angústia de não estar ao lado dela em um momento como esse.
Marga é forte e sei que tudo isso vai melhorar e voltaremos a viver como antes.
(...)
já era noite e nada ainda de notícias. minhas costas já não aguentavam mais essas cadeiras duras, sem contar minha bunda que já estava dolorida.
e ainda pra facilitar, Gavi apoiava sua cabeça sobre minhas pernas, mas nem reclamar posso, pois nesse momento quem está me dando todo suporte é ele.
meu pai se encontrava do mesmo jeito, sem perspectiva de vida, mas estamos fazendo de tudo para reanimá-lo e convencê-lo que tudo dará certo.
em um determinado momento meu corpo começou a doer tanto que não consegui mais ficar ali naquela posição.
era uma dor que vinha das costas. estava insuportável.
- amor, por favor levanta. - peço a Gavi, que rapidamente se levanta das minhas pernas e finalmente posso ficar de pé para esticar o corpo.
- tá tudo bem amor?. - ele pergunta preocupado.
- fora a dor insuportável que se instalou nas minhas costas por causa dessa cadeira, está tudo bem sim!. - e meu humor já havia ido de base nessas horas.
mas se bem que não tem humor que aguente ficar horas em um hospital sentada em uma cadeira extremamente desconfortável.
- pai, desculpa mas eu não consigo mais ficar aqui, fora que o Gavi tem treino amanhã e ele precisa descansar. - falo com meu pai, que olhava fixamente para um vaso de planta que havia ali.
- ah, eu não preciso não. quero deixar pra descansar quando morrer sabe. - repreendo Gavi com o olhar e creio que ele entendeu o recado. - acho melhor eu ficar quietinho e caladinho aqui né?!. - sim Gavira, é bem melhor.
- ela tem razão Gavi, você precisa descansar. na verdade vocês precisam, o dia hoje foi um terror. - meu pai fala cabisbaixo.
- pai acho que você deveria vir também, ficar aqui não vai ajudar em nada. vai pra casa descansar. - falo e meu pai nem parece escutar.
- daqui a pouco filha. - como eu bem conheço, sei que ele não vai sair daqui.
pego na mão de Gavi e assim saímos do hospital, pego o celular para ver as horas e já eram quase uma da manhã. queria ficar mais, mas infelizmente ficar não vai ajudar em nada e além disso virei uma idosa que sente dores por todo o corpo.
opto por dormir na casa do Gavi para poupar o trabalho de me deixar em casa e depois ir pra sua. e falando nisso, Gavira pode ter certeza de que quando chegarmos em sua casa, ele vai fazer uma bela de uma massagem em mim. estou horrível.
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Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊
FanfictionPT/BR🇧🇷 +16| uma Brasileira recebe uma ligação com uma proposta tentadora para trabalho, mas fica entre ir e viver seu sonho ou ficar só para agradar a sua mãe. ®2023 ⚠️ATENÇÃO!!! •PLÁGIO É CRIME •NÃO DISPONÍVEL PARA ADAPTAÇÕES