MENTIU?

216 14 0
                                        

Mirella Águiar

deixando Pedri nos retiramos dali. o que não entendi foi porque de irmos para minha casa e não do Gavi.

permaneci com meu silêncio, não queria estressa-ló mais e não sei ao certo o que houve.

(...)

ele estaciona e como essa dúvida estava me matando decidi perguntar.

- Gavi amor, o que houve? - lhe pergunto e fico sem respostas, porque nem olhar na minha cara ele olha.

- Mirella, eu vou te perguntar só uma vez e eu espero ouvir apenas a verdade de você. - olho confusa, mas já esperando o pior. - você mentiu quando dizia que não conhecia aquele cara no hospital?. - puta que pariu em.

e quando o donzelo resolveu desativar o modo mudo, foi pra falar do satanás do Matheo. namoral, gostaria de saber de qual buraco esse infeliz saiu pra mim poder mandar ele de volta.

mas se tem uma coisa que aprendi no Brasil foi "negue, negue, negue, negue até morrer".

- não amor, eu não menti. eu realmente não conheço. - ele me olha decepcionado.

- esperava tudo de você, menos uma mentira como essa - como assim uma mentira como essa? será que ele está sabendo de algo e eu não?

- mas é a verdade amor.

- fui ao hospital a sua procura hoje e encontrei-o lá, ele confessou que te conhecia e que você fez parte do "passado" dele - lhe olho desnorteada e sem saber onde enfiar a cara.

- ué, deve ter me confundido sei lá. tenho o rosto comum. - odeio mentir, mas quando eu fui ver eu já estava toda enrolada.

- confundido Mirella? é sério isso? até quando vai continuar mentindo pra mim caramba. - ele bate a mão no volante, e eu me assusto. - não lembra do cara que te beijou a força? que assistiu uma partida de futebol inteira ao seu lado, quando você disse que não queria ele lá? que te cobiça até hoje e que está disposto a fazer de tudo pra te ter? é desse cara que você não se lembra? pois se quiser eu faço questão de te lembrar. - droga.

- amor me desculpa, eu só estava pensando na gente e tentando poupar o nosso relacionamento de qualquer frustação do passado, a gente está tão bem. me desculpa. - sussurro.

- se tivesse realmente pensando na gente Mirella, você não tinha mentido pra mim na primeira vez que lhe perguntei. - ele olha fixamente pra rua. - você está entregue Mirella. - ele fala e destranca a porta do carro.

- Gavi por favor vamos resolver isso. - tento concertar a situação.

- eu preciso ir Mirella. - ele nem olha pra mim.

e em pensar que eu quem causei todo esse auê por causa de uma mentira me dá vergonha de mim mesma.

não tiro sua razão, mais o porque do interesse dele saber do Matheo? quem vive de passado é museu.

e para piorar não tenho nem como ir mais para o hospital, uma hora dessas não há mais táxis. até o meu pai que não tem nadas haver pagou o Pato.

agora o jeito é achar uma solução para consertar o erro que cometi e aprender com a lição de nunca mais mentir dessa forma.

e ao entrar no meu apartamento percebo que a porta já estava destrancada, mas como sou um desastre e com toda essa correria, talvez eu tenha esquecido de trancar ao sair.

vou em sentido ao meu quarto mas antes avisto um copo com água em cima da bancada da cozinha. mas peraí, esse aí não foi eu quem deixei e disso tenho certeza. não mexo com um utensílio de cozinha na minha casa desde que Marga foi internada.

começo a ficar preocupada ao pensar na possibilidade de ter alguém aqui dentro. tá de sacanagem.

entro na cozinha e pego uma faca na primeira gaveta do armário. coloco ela atrás das costas e vou andando bem de vagar e sem fazer o mínimo de barulho.

vou até a sala e é lá que, sentado no meu sofa, bem de frente pra mim estava a surpresa. ou melhor, o invasor

- o que você está fazendo aqui, e como descobriu onde eu moro?.

- não foi difícil, até porque você não presta atenção em nada - pra que esfregar algo que eu já sei na minha cara?

- você não me respondeu o que veio fazer aqui!

- calma gatinha, vim conversar com você sobre o seu namoradinho - ele nem ouse tocar no nome do Gavi porque senão eu cravo essa faca no meio do seu peito.

- não admito você invadir a minha casa para falar mal do meu namorado, mas como já vi que sim eu exijo que se retire ou caso contrário chamo a polícia! - ordeno e ele parece ignorar.

- calma aí, não precisa ser agressiva também. - ele fala se levantando. - vamos começar por você largando essa faca, que tal? só vim conversar, nada mais.

- eu não quero conversar com você, a única coisa que eu quero é que você saia da minha casa Matheo, a gente não tem nada pra conversar. - falo em um tom autoritário.

- você não, mas eu sim. por favor só me escuta, cinco minutos e eu caio fora.

- você tem cinco minutos Matheo, nem um minuto a mais. e se você ousar ofender o Gavi com uma mínima palavra que seja, eu mesma te coloco pra fora. - ele parece ter entendido.

- não vim difamar seu namoradinho Mirella, só vim tentar entender o porque você mentiu pra ele quando dizia não me conhecer. porquê Mirella?. - ah tá de sacanagem comigo né?!

- simples, não queria estragar o meu namoro com coisas passadas e inúteis, mas parece que não deu muito certo - falo tristonha e ele caminha até minha direção para me abraçar, e antes disso acontecer o ameaço novamente com a faca.

- ou calma, o Gavira não te merece, ele é muita pouca coisa pra você - seu olhar era manipulador, mas como não sou besta não cai nesse papinho.

- e quem me merecia na sua opinião?

- eu obviamente, mas você não está preparada para aceitar isso. - ele fala em tom de sarcasmo.

- já falou o que queria? agora dá o fora. - falo apontando pra porta.

- calma Mirella, você tem que ser mais receptiva com suas visitas sabia?. - dou uma gargalhada.

- primeiro que você não é visita, segundo, invadiu a minha casa e ainda quer que eu seja "receptiva"?! ah me faça mil favores né Matheo, deixa de hipocrisia.

- onde está aquela amiga sua em? Elisa o nome dela né?! ela também não foi nada receptiva comigo, foi bem raivosa eu diria. vem cá, isso tá no sangue de vocês é?. - eu já estava sem paciência.

- Matheo é sério, vaza. - falo chegando perto dele e ó pegando pelo braço.

e de repente a porta do apartamento se abre, e adivinha só quem estava do outro lado segurando uma bolsa minha?.

- Gavi?!. - não era possível que essa cena está rolando.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora