PÉSSIMAS LEMBRANÇAS

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Pablo Gavira

- ei Gavi, é sua vez. - Pedri fala mas minha cabeça não estava nesse treino mais.

- olha, continua sem mim ok?! não estou com cabeça pra isso agora. - falo e logo saio de campo, me sentando no banco e pegando uma garrafa com água.

Pedri vem atrás de mim com sua patética cara de desentendido.

depois que Elisa foi embora ele se tornou um senhor de oitenta e sete anos. abandonou a vida rodeada de farra, mulheres e concentrou toda sua atenção e seu tempo apenas para os treinos e jogos.

acho que ele ainda espera ela voltar, nunca vi ele desse jeito por alguém.

- o que tá pegando Gavira? - ele se senta ao meu lado.

- estou com uma coisa na cabeça e isso está me incomodando muito cara.

- o que tá pegando?.

- hoje de manhã quando fui levar a Mirella até o hospital, apareceu um cara lá que eu tenho a certeza de que conheço de algum lugar. além disso a Mirella ficou muito estranha depois que ele apareceu, mas ela disse que não conhece ele. - falo e ele começa a mexer no celular e só concorda com a cabeça. - Pedri, me ouviu?. - o TDAH dele atacou fortíssimo.

- Gavi você já viu o quanto é exibido esse tal Matheo?! parente do Xavi. o cara se acha e adora exibir o que nem tem. - ele fala rindo e depois me mostra a tela do celular com a foto de um cara em cima de um jet ski.

- É ELE. - falo e ele se assusta.

- tá doido Gavi? - ele suspira com a mão no peito.

- foi mal Pedri, é que é ele o tal cara que vimos lá no hospital - ele revê a foto.

- tem certeza?

ou as coisas que andam acontecendo tá mexendo muito comigo ou só estou ficando louco mesmo. mas tenho absoluta certeza que esse é o tal Matheo.

- absoluta.

- peraí, ele não é aquele cara que você viu beijando a Mirella naquela festa que o Xavi deu na casa dele?. - isso me trás péssimas lembranças.

- ele mesmo - afirmo. - e ela disse que não conhecia ele - Pedri faz cara de desentendido.

- como ela não se lembra do cara que beijou ela a força?!. bom, se uma mulher me beija a força provavelmente eu iria gostar, mas certamente não iria me esquecer. - ele ri, mas eu mantenho a seriedade.

- é o que ela vai ter que me explicar. - falo me levantando.

- vai aonde?. - Pedri se levanta também.

- vou até o hospital porque ela está lá, e algo me diz que ele também. - saio em direção ao vestiário para me trocar.

- calma aí cara, tu não vai sozinho não eu vou junto.

(...)

e chegando ao hospital vou em direção ao corredor onde a Marga está e por pura coincidência adivinha quem encontro? Matheo.

vi pela janela que Mirella não estava mais dentro da sala, e sim o Xavi. até que lembro que ao sair daqui ela iria fazer publi e que era para mim ir buscá-la.

mas antes disso vou cumprimentar o Matheo.

ao me aproximar ele me olha no fundo dos meus olhos e nisso rapidamente ele se afasta de onde estava, e o estranho era que era a sala onde a Marga estava.

- Matheo, você pode me dizer o que você tem haver com a Mirella?

- ei cara, a Mirella só faz parte do meu passado.

- então o que você faz aqui? justamente no andar do hospital em que a Mirella fica todo santo dia.

- minha mãe está internada nesse hospital. e outra, eu não lhe devo satisfação de absolutamente nada Pablo Gavira. - ele sorri sarcástico.

- é você não deve, mas sabe me explicar o porquê da Mirella dizer que não se lembra de você? porque normalmente quando se pega nojo de um canalha como você, a gente reconhece até pelo cheiro. - retribuo o sarcasmo.

- não sei pergunte à ela, a namorada não é sua?! poderia ser minha, mas ela resolveu fazer péssimas escolhas. - ele fala se retirando mas para à alguns passos de mim. - ah, e que bom saber que ela anda escondendo coisas de você Pablo, sinal que eu ainda posso ter minha chance. - ele finalmente se retira de vez.

- vai sonhando seu filho da mãe. - minhas palavras saem tomadas de raiva.

se a intenção dele era me tirar de mim, e me fazer perder a razão ele quebrou a cara. não vou dar esse gostinho à ele.

- ei Gavi, o que rolou aqui? aquele cara passou por mim com um baita sorriso no rosto, o que você fez?. - Pedri fala ao conseguir encontrar o andar em que eu estava, depois de ter perdido todo seu foco ao passar pela recepção. e nem preciso comentar o que fez ele perder o foco.

- nada, ainda. agora vamos, temos que pegar a Mirella em um estúdio aqui perto. - ele me olha indignado.

- pow cara, mas eu acabei de chegar. - ele questiona, mas eu apenas contínuo andando, e ele só me segue.

(...)

vejo Mirella sentada em um banco próximo ao estúdio onde eu havia a deixado.

Pedri veio enchendo o meu saco por todo o percurso para mim falar o que havia acontecido entre eu e o babaca do Matheo.

e querendo ou não Pedri é boca de sacola e ao contar a ele, logo logo estaria em páginas de fofocas.

estaciono o carro e Mirella vem em nossa direção, e ao chegar em casa conversariamos sobre hoje.

- oi meu amor. - ela fala entrando no carro e me dando um celinho e eu retribuo apenas com um sorriso fraco. - o que foi? aconteceu algo?.

- não, não. tá tudo bem. - obviamente não estava, mas não quero ter essa conversa na frente do Pedri.

- olá Mirella, bom te ver também. - Pedri é sarcástico.

- meu Deus que susto Pedri. - Mirella fala com a mão sobre o peito. - o que você faz aqui?. - ela o questiona e eu só torcia pra ele não abrir essa boca.

- nada amor, Pedri pediu uma carona e eu não pude negar ele isso. - sou mais rápido na resposta, e Pedri nem é louco de contestar isso. - Pedri vou te deixar em casa primeiro, e depois deixo a Mirella na dela tá. - Mirella me olha confusa.

- ué, mas a gente não ia pra sua amor? não estou entendendo. - ela fala enquanto dou partida no carro.

- íamos, mas vamos pra sua. - falo e saio com o carro.

e um silêncio ensurdecedor toma conta do carro até o nosso destino final. casa da Mirella.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora