Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊

LLEGÓ LA HORA

Mirella Águiar

silêncio.

era apenas isso que tinha no quarto, um grande e devastador silêncio. não me recordo que ficar ao lado do Gavi sem falar uma palavra sequer era tão ruim assim. eu me sentia nervosa, minhas mãos estavam geladas, é uma mistura de sentimento, não sei explicar ao certo.

eu estava sentada no chão do quarto enquanto Gavi se sentava na cama, assim ficando de frente pra mim, o que não adiantava de nada, pois eu não conseguia o encarar.

- como tudo isso aconteceu? - ele toma uma iniciativa e assim eu consigo olhar direito pra ele.

- eu e Elisa fomos para uma festa, e lá bebi mais do que devia. daí aconteceu que um cara chegou em mim, e assim fomos para o carro dele. - ele me olhava com desgosto. - e acabou que aconteceu. dias depois começaram os sintomas. - ele baixou sua cabeça, e parecia que queria me contar algo.

- eu fui um pouco hipócrita com você Mi. - ele fala mexendo com os dedos e eu o olho desentendida. - com tudo isso acontecendo, eu não te contei que eu tinha ficado com alguém enquanto você estava no Brasil.

- a Ana. - debocho e ele nega com a cabeça.

- não, não foi ela e que fique bem claro que desde que eu fiquei com você, eu nunca dormi com ela. - ele fala e eu reviro os olhos. - e em relação a garota que fiquei, eu nem sei o nome dela, e foi apenas uma vez desde que aconteceu eu nunca mais a vi.

- quem somos nós para julgarmos um ao outro né. - ele concorda.

e novamente o silêncio consumia esse quarto, até quando vai ser assim? quando foi que essa falta de comunicação se instalou sobre a gente?

eu olhava pro chão quando percebo Gavi se levantar da cama e se sentar ao meu lado. ele apenas me olha e sorri fraco.

- aquilo que você falou ontem, era sério? - ele parecia pensar.

- o que exatamente? eu falei tanta coisa. - encosto minha cabeça na parede e então resolvo falar.

- que o meu filho, seria nosso filho. - sorrio fraco e assim ele coloca sua mão sobre a minha.

- eu nunca brincaria com isso. Mirella entenda que tudo o que te pertence, me interessa, e automaticamente passa a me pertencer também. essa criança pode não ter meu sangue, mas lhe tratarei com se tivesse. você e eu erramos, não tivemos respeito um com o outro, mas isso serviu de lição para que pudéssemos sentar e resolver nossos erros, e voltarmos destinados a nunca mais nos separarmos. - só agora pude ver o quanto Gavi amadureceu em tão pouco tempo com essa situação. meus olhos enchem de lágrimas, com isso me fazendo o abraçar forte.

- te amo marrento. - cochicho em seu ouvido, e volto a me sentar no chão logo apoiando minha cabeça sobre seu ombro. - não estamos 100% resolvidos, falta muita coisa ainda para voltarmos a ser como antes. mas sinto que estamos no caminho certo para isso. - ele acaricia meus cabelos e assim eu fecho meus olhos por alguns segundos até ouvir meu celular tocar.

- vai lá princesa, deve ser importante. - ele fala e assim me levanto e já indo em direção ao criado que fica ao lado da cama para pegar o celular.

o número que me ligava não era salvo, mas também não me era estranho. atendo e rapidamente reconheço a voz da mulher que falava no outro lado.

- Mirella Águiar?

- sim, é ela. - falo e Gavi olha preocupado.

- Mirella, aqui é a secretária do doutor Cristian, e estou entrando em contato com você para avisá-la que o doutor estará livre amanhã para lhe atender. sua viagem foi desmarcada, e assim sua agenda foi aberta. a senhorita gostaria de agendar a consulta? - um largo sorriso se faz sobre meu rosto.