VERDADES

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Mirella Águiar

- pode falar primeiro papai, fique a vontade. - digo a meu pai para dar início com o que ele tinha para me contar.

- bom filha, antes de mais nada eu quero lhe pedir para que não se apavore e que eu estou com você sempre ok?!. - concordo com a cabeça, e já o olho preocupada com o que poderia ter acontecido. - bom, sem muitos rodeios. Mirella o seu pai biológico está na cidade, e está a sua procura. - o olho surpresa.

surpresa em saber que ele já sabia.

- como você sabe disso pai? ou melhor, desde quando você sabe disso?. - preciso ter a certeza de que eu não era a única a saber disso. até porque isso me envolve completamente.

- bom filha vou ser sincero, que ele está a sua procura eu já sei a um tempinho, mas resolvi não comentar nada pois achei que ele estava blefando mais uma vez, assim como fez a vida inteira. mas que ele está na cidade eu fiquei sabendo recentemente, precisava checar para ver se era verídico essa informação antes de me dirigir a você e lhe contar.

- não quero esconder nada de você pai, mais ele já está há um tempo me mandando presentes - ignoro a carta também enviada, para não entrar em detalhes.

- sim filha, entrei em contato com sua mãe e ela me contou tudo o que fez e ainda pretende fazer - não é possível que ainda tenha mais.

- pai você sabe que amo somente a você, e que o que ele fez não tem perdão algum - ele me olha amorosamente.

- filha, entenda; a situação chegou em um nível que não se trata mais de perdoar ele ou não. ele é seu pai biológico, não há o que fazer, não há como mudar isso. - encaro o chão com a cara emburrada, feito criança. - eu te tenho como filha, minha única filha. eu a amo incondicionalmente, mas se ele que é seu pai biológico está tentando uma reaproximação com você, eu a recomendo que deixe ele se reaproximar.

- não pai, eu não quero e eu não vou deixar o homem que me abandonou voltar pra minha vida. - falo me levantando e saindo correndo em direção ao meu antigo quarto.

o que era para ser só uma visita, acabou se tornando esse desastre.

- Mirella por favor. por favor abre. - me levanto em direção a porta e assim a destrancando e o deixando entrar.

- para de tentar me convencer de algo que eu não quero, por favor pai, para! - falo chorando sentada em sua cama com a cabeça baixa.

- minha filha você não é mais uma criança, e é por isso que resolvi não insistir mais nisso. se você não quer, o que posso fazer?! você já é bem grandinha e pode decidir o que quer ou não.

- obrigada papai. - falo com a voz embargada e ele sorri sutilmente e depois me abraça.

(...)

depois de um curto tempo ali, meu pai se levanta.

- onde vai?

- o trabalho me chama filha. - quase não sei o que é essa palavra.

- quero ir junto! - falo entusiasmada feito uma criança.

- se você me prometer não tirar a atenção do Gavi no treino. - alá, como se eu fizesse isso.

- prometo. - ele respira fundo e sai do quarto, e é claro que vou atrás feito um cachorrinho.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora