NADA DE ESTO DEBERÍA HABER PASADO

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Mirella Águiar

ressaca, arrependimento, amargura, e tudo mais de ruim que existe. foi assim que acordei após a noite passada. daí me vem a certeza de que eu bêbada, não sou eu.

resumindo pra mim mesma, bebi igual uma cachorra, transei com um desconhecido, que nem sequer até agora sei o nome e agora me sinto desgostosa.

e novamente me vem o enjoo, corro para o banheiro, e antes que eu me desse tempo de chegar na privada, eu já havia alagado todo o banheiro.

- isso não é só ressaca, porque sem condições. - Elisa fala incrédula com a quantidade de vezes que eu já havia colocado tudo e mais nada pra fora.

- claro que é, o que mais seria? - pergunto a ela que limpava o meu serviço.

- gravidez? - ela fala como se fosse óbvio.

- para né Elisa, desde o diu que não transo. - ela me olha como se soubesse de algo.

e também não é possível que a porra do diu falhe comigo logo na primeira transa que tenho após ele.

mais segundo meu médico isso não vai ocorrer, assim espero.

- partiu praia? - Elisa pergunta animada enquanto colocava seu óculos.

- praia? jura. - respiro fundo saindo do banheiro e me jogando na cama.

- se anime Mirella, talvez a praia cure essa sua ressaca absurda. - ela fala manhosa. - aguinha de coco vai curar, e eu falo por experiência própria. - ela se senta ao meu lado.

- se eu falar não, você vai desistir? - pergunto fechando os olhos e sentindo meu estômago se revirar.

- não. - ela me repreende.

- ok vamos, mais vai ser apenas pra mim tomar uma água de coco e vê se meu estômago para de me sabotar. - logo me levanto já indo direto a minha mala.

pego um biquíni preto e um shorts jeans de cose alto bem justinho, eu amo ele pelo fato dele ressaltar bem minhas curvas.

coloco tudo necessário em uma bolsinha que eu levaria até o fim do mundo se fosse necessário. então assim, saímos.

(...)

- se você quer morrer, você fala sua puta. - Elisa grita enquanto eu atravessava a rua como se não avesse o amanhã.

na real eu me esqueço que estou no Brasil e creio que esses doidos que provavelmente compraram suas carteiras vão parar e esperar eu passar bem plena.

- certamente o Brasil sendo Brasil. - falo sorrindo ao pisar na calçada da praia.

- e você sendo você, andando como se tivesse plano funerário e seguro de vida. - ela suspira enquanto andamos em direção ao primeiro quiosque que havia ali.

aqui vendia de tudo e mais um pouco, e claro que obtive por a água de coco, ou senão Elisa me mataria com palavras.

aqui vendia até bolas de esportes, e como me acho a Rainha Elizabeth, tanto na vida quanto na condição financeira, resolvi comprar uma de vôlei, já que mal sei chutar uma de futebol.

mais logo desisto do lance da bola de vôlei, foi só eu dar a primeira sacada na bola que meu estômago ou o que tinha sobrado dele, resolveu dar sinal de vida. beber é bom, mais não quero mais. sei que sempre falo isso, mais dessa vez é sério, eu não aguento mais ficar nessas condições depois de uma noitada, e além disso sinto que um dia vai me prejudicar as coisas que eu faço sob efeito de álcool.

Pablo Gavira

canalha, babaca, mal caráter, sem vergonha, desonesto, irresponsável. sei que fui tudo isso e muito mais na noite passada, e hoje pela manhã também. 

mais o que vocês queriam? que eu ficasse para o café da manhã na casa de uma mulher que nem o nome eu me lembro mais? poxa eu tenho namorada, embora eu tenha falado o contrário ontem. se eu tinha errado antes com a Mirella em relação a Ana, agora eu confesso que fui além do limite.

ok que a Mirella foi para o Brasil sem falar nada comigo, mais ela com certeza está respeitando a gente e o nosso tempo, mesmo que de longe. e não acho que ela tenha feito nem metade do que eu fiz, conheço e confio nela mais que tudo.

já não estamos bem, e então se ela souber disso tudo vai por água abaixo.

o que mais me deixa mal, foi eu não ter atendido a nenhuma ligação dela. fico tentando imaginar o que ela pode ter pensado, ou sei lá, achado.

agora eu estava saindo do banho para ir pro treino, eu estava com uma leve enxaqueca mais nada de mais, isso é normal comigo.

visto um conjunto de moletom cinza do barça e logo mando uma mensagem pro Pedri dizendo que eu já estava pronto, escolhi ele para me buscar e me trazer em casa hoje.

(...)

- vi que ontem saiu pra festa, a Mirella sabe? - Pedri pergunta.

- não, e nem sei se deve. - me ajeito no banco.

- e porque acha isso? - novamente ele pergunta, e cruzo os braços.

- digamos que eu possa ter aprontado ontem, me arrependo tanto de ter bebido. - fungo e nego com a cabeça.

- você bêbado? já até imagino o que possa ter feito. - ele nega com a cabeça me fazendo pensar se ele realmente sabia o que eu tenha feito.

- o que eu posso ter feito em mago? - pergunto rindo.

- pagou um boquete pra o Ansu. - lhe dou um tapa na cabeça e ele ria que eu via a hora morrermos aqui mesmo.

- se pelo menos fosse isso tava bom, acho que eu me sentiria menos culpado. - ele me olha confuso.

- vai cara, diz logo. - ele fala.

- fiquei com uma mulher ontem. - ele rapidamente se vira pra mim. - mais foi o ficar, FICAR entendeu? - falo e assim ele se engasga com absolutamente nada, mais que ele quase teve um treco aqui agora, ele teve.

- cara, você é muito vacilão, como você teve a coragem de trair a Mirella com ela longe, e ainda por cima dando um tempo pra vocês resolverem suas vidas. - ele fala em um tom de raiva, mas o que me deixa alucinado é o fato deles não se darem "muito bem" e mesmo com isso ele a defende.

- sei que vacilei, e pra caralho, principalmente por ela tá longe, eu deveria ter respeitado nosso "relacionamento". - falo fazendo aspas, e Pedri volta sua atenção na direção com a mão em sua cabeça. - mas vem cá, porque ficou todo raivosinho quando admiti? - pergunto e ele ri.

- não vai achar que tô afim da Mirella né, e você vem vendo que ultimamente venho me dando com ela, e vi o quanto ela é legal, e não merecia essa sacanagem. - ele admite, e acredito nele, Pedri tá obcecado pela Elisa, e não desistirá nem tão fácil dela.

- claro que não Pedri tá maluco? você não seria capaz disso. - falo e ele da de ombros. - errei e admito, mais agora só me resta esperar ela voltar pra mim decidir se conto ou não pra ela, e se eu decidir contar, tenho que pensar em como farei isso sem que ela surte e termine tudo de vez comigo. - ele nega com a cabeça.

- olha cara, se você contar a ela o que você fez, eu espero muito que ela te perdoe, porque se ela não fizer isso eu não vou conseguir tirar a razão dela. você traiu ela e a relação de vocês, e você mais do que ninguém sabe disso. - ele fala tirando o cinto, pois já havíamos estacionados no CT do barça.

- é, eu sei. - falo cabisbaixo.

- resolve isso irmão, e não minta pra ela, não importa o que aconteça. - ele me encara. -  não minta pra ela Gavi, pensa em quando o pai dela confiou em você para namorar ela, tenho certeza que o Xavi confiou pensando que você sempre seria verdadeiro com ela. - ele fala saindo e fechando a porta do carro.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora