DIA ESPECIAL

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Mirella Águiar

depois de acompanhar Elisa até o aeroporto, eu me encontrava sentada na areia da praia observando as ondas e assistindo o pôr do sol. e ainda na tentativa de assimilar tudo que vem acontecendo.

e então me vem na mente o aniversário do Gavi que já era amanhã. e como não pensei nisso antes, uma boa oportunidade de nos resolvermos e tudo voltar a ser como antes.

e mesmo que eu não esteja reconhecendo mais as atitudes dele, creio que isso seje apenas muito estresse que ele vem passando em campo.

me levanto e limpo toda a areia que grudou em meu corpo, para logo em seguida ir em busca de algo pra gente comemorar esse dia tão especial.

resolvo passar em uma padaria, em busca de uma torta.

e claro que não poderia ser de outro sabor senão paçoca. e sim, por incrível que pareça Gavi ama poçoca, suspeito em falar que ama mais a ela do que a mim.

aproveito para comprar o último sonho que restava ali. um sonho de creme tem o seu lugar.

no caminho de volta pra casa, vou pensando no que dar a ele de presente. até porque o garoto tem tudo, menos um humor estável.

e penso em algo simples mas com muito amor. uma camisa do Barça com o meu nome atrás, e óbvio que não pode faltar o número 6. o número que ele mata e morre por ele.

após pensar bem no que daria a ele, começo um novo trajeto em direção a loja do Barça. até porque eles personalizam as camisetas na hora.

belas lembranças tenho desse local, belas mesmo.
e ao chegar no local vejo acho que toda cidade de Barcelona aqui. mas indo ao ponto principal, agora ficarei de ver em qual camisa faço.

como o garoto já tem todas as blusas possíveis do Barça, resolvo escolher a branca que tem um detalhe na manga nos tons azul e vermelho. pois ela é a única que eu não me lembro de ter visto em seu closet.

pego na arara uma sem nome e número, e logo em seguida vou em direção a fila de espera para personalização de blusas.

e me veio uma lembrança de quando eu estava no Brasil, pegando fila pra pagar conta, quem diria em.

as vezes me pego nessas lembranças, e ao mesmo tempo a vergonha alheia vem a tona, com cada perrengue que já passei.

- Mirella?! - escuto uma voz feminina chamar pelo meu nome. olho para trás e vejo que era a antiga gerente da loja. - quanto tempo. - ela vem em minha direção e logo me abraçando.

de todos que já rodaram pela gerência, essa é a menos pior que já passou por aqui.

- Flora, que bom lhe rever. - falo com um sorriso de leve e me afastando do abraço. - o que faz aqui? veio as compras?. - rimos juntas.

- meu sonho Mirella, meu sonho. acho que você não ficou sabendo, mas eu voltei para a gerência da loja. segundo Joan a antiga gerência estava nos dando bastante problemas. - eu a olho surpresa.
- realmente, com você aqui tudo flui - lhe dou um sorriso simpático.

- bem, lá vou eu, fique a vontade - nos despedimos novamente com um abraço.

e finalmente dias de luta, dias de glória, estava a chegar minha vez.

saio da loja completamente satisfeita, e juro, a camiseta ficou incrível.

agora meu próximo destino é a minha residência. que agora vai ficar muito difícil entrar lá e não encontrar Elisa jogada no sofá.

mas sigo em frente, até porque na rua eu não irei ficar.

(...)

e ao entrar em casa, o primeiro local que olho é o sofá, e automaticamente lágrimas escorrem pelo meu rosto.

as limpo e vou em direção ao meu quarto.

fico vendo coisas aleatórias no celular até pegar no sono, confeso que minha rotina está sendo um saco.

(...)

acordo assustada com um barulho de raio, e foi por pouco que meu coração não saiu pela boca.

estava caindo o mundo lá fora e um frio sem igual. hoje mais cedo tinha um sol pra cada um, e agora essa chuva. quando falo que o clima de Barcelona é completamente doido, eu não minto.

aproveito essa oportunidade para fazer uma boquinha.

e ao ir em direção a cozinha me lembro de Elisa, toda vez ela tava lá assaltando a geladeira, seja lá hora fosse.

esses momentos nunca quero esquecer, pelo contrário sempre recordar. mesmo sempre caindo no choro.

mas é isso, vida que segue. gosto de pensar q jaja ela vai estar aqui comigo novamente.

(...)

*_dia seguinte_*

acordo por volta das 8:30h extremamente empolgada pois hoje é um dia mais que especial, o aniversário do Gavi.

por mais que a nossa relação esteja um pouco conturbada, o dia de hoje está perfeito para resolvermos de uma vez isso.

então já me adianto para organizar tudo que planejo.

como certeza ele estará no treino, irá ser lá, até bom que será com seus companheiros.

resolvo então ligar pra Pedri pra me ajudar, facilitará.

(...)

depois de tudo já combinado com o arrombado do Pedri, eu o esperava no estacionamento do CT dentro do táxi com as coisas para a surpresa. ainda tive que passar em uma papelaria e comprar umas bandeirinhas escritas "feliz cumpleaños", e isso foi ideia do Pedri. eu juro que se ele não achar um lugar para pendurar isso eu enfio no... enfim, deixa pra lá.

na espera de Pedri, percebi que preciso tirar uma carteira de motorista. cansei de andar de táxi ou uber.

(...)

isso mesmo, 30 minutos a espera de Pedri, não sei porque ainda invento de o chamar pra esse tipo de coisa.

- demorei, mas cheguei - nesse momento só me passava na mente, socar a essa cara lisa dele.

- jura lindo? - sou sarcástica.

- pessoas bonitas levam tempo a ficar prontas, e como esse não é o seu caso, é por isso que você está a bastante tempo aí atoa. - mostro o dedo do meio para ele e saio do carro.

e aliás o motorista já estava deveras impaciente com essa situação. e com razão.

- vamos logo seu arrombado, pegue essas coisas. - dou a ele tudo que eu segurava e assim saio em sua frente, e ele vem atrás bufando, e carregando as coisas.

- próxima vez me faça o favor de dizer que isso aconteceria, porque eu nem me estendo atoa - olho para ele que vinha em tempo de jogar tudo aquilo no chão.

- comer você gosta né - o lembro e então ele abre um sorriso.

- o que o cu tem haver com as calças?. - o olho com uma expressão de susto.

- onde aprendeu isso garoto?. - o questiono, pois essa frase é de um nível brasileiro absurdo.

- ué, você ensina Gavi e ele me ensina, simples. - nego com a cabeça e volto a me concentrar no caminho até onde seria a surpresa pro Gavi.

Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora