Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊

ME ESCUCHA

Mirella Águiar

e lá estava ela, ninguém mais e ninguém menos que "Ana". mas ao reparar bem, uma coisa me deixa intrigada, ela usava um roupão, um roupão que só havia no quarto do Gavira.

- Mirella querida, como vai? - ela se aproxima, me afasto não a dando bola, e já subindo para o quarto do Gavi.

e chegando me deparo com ele deitado vestido o mesmo roupão, e parecia dopado, e pra piorar, havia peças íntimas de uma piranha que paga de boa moça, mais queima mais que o fogo do inferno.

revoltada, desço, já indo até a porta, mas dou um passo para trás e olho nos olhos dela.

- de uma coisa fique ciente, Gavi é meu, e não se atreva mais a pisar no meu caminho. - percebo ela engolir seco, assim já me retirando

(...)

ao sair da casa do Gavi eu resolvi vir para o único lugar onde consigo pensar sem ser por impulso.

e agora todo os meus planos de ter uma conversa com Gavi foi por água a baixo, e mais uma vez por causa dessa mulher.

nesse momento eu me pergunto se relmente vale a pena contar algo para ele, pois eu pedi a ele para que se resolvesse e deixasse seu passado no lugar dele, e pelo visto essa é a resposta dele não é mesmo?

falei para ela que ele era meu, mas falei na hora da raiva e por impulso. eu não queria, eu juro que não queria, mas estou abrindo mão do Gavi. acabou.

acabou a gente ou o que restava de nós, se essa é a escolha dele eu não posso e nem quero fazer nada para mudar isso. e tudo isso me faz sentir um aperto enorme no peito, pois não é possível explicar o quanto eu amo esse homem.

retiro a aliança que eu ainda carregava em meu dedo e jogo no mar, e vejo as ondas a levar. meu rosto estava tomado pelas lágrimas, isso me doeu, mas foi preciso.

(...)

depois de muito lamentar, me levanto e decido ir fazer algo pelas ruas de Barcelona, até para matar saudade dessa correria pelas ruas que tem aqui.

passo em frente várias lojas que vendiam roupinhas para bebê, mas não tive coragem de entrar em nenhuma, na verdade eu não senti que eu precisava disso. eu estou muito estranha, espero de depois disso tudo eu volte ao meu normal.

como era domingo e quase na hora do almoço, algumas pessoas já estavam fechando seus estabelecimentos para ir pra casa.

eu amo tanto o fato das pessoas aqui em Barcelona simplesmente não fecharem alguns comércios aos domingos. tais eles como salão de beleza, supermecado, cinema, entre outros.

nada me agradava até eu passar em frente a um salão de beleza, que por pura coincidência estava completamente vazio. um sorriso genuíno aparece em meu rosto ao parar na porta, e sentir a brisa gelada que batia sobre meu rosto. e agora eu só me pergunto "porque não? já estou aqui mesmo".

e assim resolvo entrar, e logo sou recebida por uma mulher alta, de cabelo longo e com um sorriso amarelo em seu rosto.

- boa tarde, o que deseja para hoje? - ela pergunta.

- talvez mudar algo em mim? - o sorriso sai de seu rosto, e então ela pede para eu acompanhá-la.

ela me leva até uma moça, que na verdade era um moço, mas queria ser moça.

- ui ui, olha só essa gatinha. - ele fala ao se virar para mim e me analisar da cabeça aos pés. - vamos fazer o que hoje meu bem? - ele aponta pra cadeira e eu logo me sento, e logo analiso meu cabelo naquele enorme espelho.