Meu Único Amor - 𝑷𝒂𝒃𝒍𝒐 𝑮𝒂𝒗𝒊

¿COMO ESO ES POSIBLE?

Mirella Águiar

- pai, por favor fala alguma coisa. - eu praticamente suplico ao meu pai que estava a exatos 5 minutos sem falar uma palavra sequer.

ele olhava para baixo e tinha suas mãos sobre a cabeça, e Gavi seguia ao meu lado segurando minhas mãos que suavam gelado.

- você quer que eu fale o que Mirella? quer que eu lhe dê os parabéns é isso? - ele fala gesticulando com as mãos.

- pai... tenho a consciência de que não era o momento, mas o que eu poderia ter feito? - ele me olha com os olhos arregalados, como senão fosse óbvio.

- o que você poderia ter feito Mirella? é sério isso? - ele tinha um tom baixo e calmo, mais com o decorrer das palavras ele ia se alterando. - você está levando isso na brincadeira, um filho não é brincadeira Mirella, ainda mais agora que vocês só estão começando a vida, onde estavam com a cabeça meu Deus!? - ele se levanta e começa a andar pela sala com as mãos na cabeça.

- Xavi, não era nossa intenção, mas Deus quis né. - sinto sua tensão, e meu pai olhar para ele com cara de "você quem é o culpado por isso" se ele soubesse...

- não coloca Deus no meio da irresponsabilidade de vocês dois. - ele aponta pra gente e vejo o pobre do Gavi engolir seco. - o grande futuro dos dois pausado por uma coisa que poderia muito bem ter sido evitada. sinceramente não sei onde eu estava com a cabeça quando permiti esse namoro, era claro que isso não ia dar certo. - esse realmente é o meu pai?

- Xavi, já nos sentimos preparados para cuidar dessa criança. - a cada palavra que ele falava, suas mãos gelavam mais.

- você não cuida nem de você Gavi, quem dirá de uma criança e outra... - antes que ele terminasse eu o interrompo.

- pai para! - exijo. - o meu "grande futuro" não foi pausado como você diz, e sim poderia ter sido evitado, mas aconteceu e não tem mais nada que possamos fazer. se você quiser me apoiar vai ser perfeito, mas se não quiser eu não posso fazer nada a não ser seguir minha vida com MEU FILHO! - falo em um tom de voz alterado. - para de ser ignorante pelo menos uma vez na vida Xavi Hernández, isso não vai te levar a lugar nenhum.

- exijo que tenha respeito comigo, e sem falar que só quero seu bem. - como se eu fosse cair novamente nesse papinho.

- como você quer o meu bem se não consegue me apoiar no momento em que eu mais preciso de você? eu preciso de alguém pra me apoiar, pra me aconselhar, pra me ACOLHER PAI! e não de alguém que fale absolutamente tudo que eu já sei. - eu odiava discutir com meu pai, mas sinceramente tem coisas que não dá pra engolir calada.

- desculpa filha. - ele senta frente a frente de nós.

- não tenho o que desculpar pai, eu já entendi o recado, e peguei a referência. - falo me levantando. - vem Gavi, já fizemos o que tínhamos que fazer.

- ela só queria seu apoio Xavi, e você vacilou dessa vez. - escuto Gavi falar e logo em seguida ele me segue.

já fora da casa do meu pai, fecho os olhos e respiro bem fundo pois sei que eu estava a um passo de surtar com toda essa situação.

primeiro Elisa que contou a aquele "namoradinho" dela uma coisa que era de total sigilo, e graças a isso aquele infeliz me atormenta todos os dias, depois fui demitida e agora isso com meu pai. tem como piorar? sim, é óbvio que sim!

- vai ficar tudo bem gatinha. - Gavi fala ao passar a mão por minhas costas.

- eu espero de verdade. - suspiro.

- quer ir pra algum lugar? - ele pergunta enquanto íamos em direção ao carro.

- eu só quero ir pra casa Gavi. - entramos no carro e vejo ele concordar com a cabeça.