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Pela segunda vez no dia, Sirius demora muito para convencer Severus de algo, e dessa vez é que eles farão parte do caminho em sua motocicleta. É uma boa opção na opinião dele, mas isso não impede Severus de brigar e zombar dela por um tempo. Não importa, logo eles se encontram voando acima da Floresta Proibida, Severus agarrado firmemente ao casaco de Sirius, e Sirius pode até sentir sua bochecha pressionada contra suas costas enquanto manobra o veículo sobre as copas das árvores.

O sol já está começando a mergulhar no horizonte. Eles não conseguirão viajar muito longe em nenhuma direção, mas pelo menos estão no caminho certo. Sirius semicerra os olhos e consegue avistar uma clareira ao longe, e guia a motocicleta até lá, pousando suavemente no chão gramado. Severus desmonta assim que toca o chão, e Sirius vê como o homem respira fundo algumas vezes. Não é o maior fã de voar, como parece.

Sirius estaciona a motocicleta contra uma árvore próxima e lança um feitiço localizador antes de entregar sua bolsa para Snape. “Vou começar a procurar, siga-me.”

Severus levanta uma sobrancelha, mas pega a bolsa e a joga no ombro. Em um piscar de olhos, Sirius se transforma em Almofadinhas, o grande cachorro se espreguiçando antes de abanar o rabo e se aproximar de Snape para dar uma lambida em sua mão que provoca um grito alto de seu amante antes de Padfoot sair correndo, latindo e farejando.

Ele ouve Snape lançando insultos contra ele, ou algo parecido, mas Padfoot permanece concentrado. Ele começa a farejar o chão congelado, movendo o focinho de um lugar para outro, as orelhas se contraindo em busca de algum som. Ah, aí está – um leve traço. O cachorro começa a caminhar alguns metros naquela direção, garantindo que está seguindo o cheiro, antes de voltar à sua forma humana.

Sirius se estica e estala o pescoço, esperando até que Severus finalmente o alcance, um sorriso malicioso aparecendo em seu rosto enquanto ele observa o homem ofegar e praguejar. “Você está ficando velho”, ele brinca.

Snape para na frente dele, olhando furioso. “Nem todos nós somos feras que conseguem andar sem esforço sobre quatro patas,” ele retruca, e Sirius solta uma gargalhada.

“Tudo bem, encontrei um rastro, mas é fraco. Acho que os caçadores furtivos estiveram por aqui horas atrás, então vamos lá, talvez possamos avançar parte do caminho até a toca deles antes de montarmos a barraca,” Sirius sugere e começa a caminhar na direção indicada. De repente, um arrepio percorre sua espinha e ele para, o vento farfalhando os galhos das árvores, criando um chocalho suave e misterioso.

Sírius…

Sirius pisca, olhando em volta, e então se vira para Severus. "O que?" ele pergunta.

"O que, o que?" Severus retruca, lançando um olhar irritado para ele enquanto tropeça na raiz de uma árvore.

"Eu não sei, você não acabou de chamar meu nome?" Sirius pergunta, sua surpresa evidente.

Snape levanta uma sobrancelha. “Eu não chamei  você”, ele retruca.

Sirius esfrega a nuca, perdido em pensamentos. Ele imaginou isso? Ele deve ter. Merlin, o frio prega peças na mente dele.

Logo, Sirius continua andando na mesma direção, com Severus seguindo o exemplo enquanto o ar frio do inverno atinge seu rosto. Sirius olha para ele com o canto do olho. Manchas de neve e gelo cobrem a maior parte da floresta, a luz fraca do pôr do sol lançando um véu sereno sobre os arredores. Sirius acha lindo e pensa nos comentários de Harry sobre o "encontro" deles na floresta. Ele não consegue evitar uma gargalhada, assustando Severus.

"E agora?" Severus pergunta secamente, puxando a capa mais apertada em volta do corpo para se proteger do frio.

"Nada, só me lembrei de algo que Harry disse antes de eu sair," Sirius ri.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora