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Sirius corre pelo corredor, seu coração batendo forte no peito. A jornada para as masmorras parece se estender indefinidamente enquanto ele respira fundo, correndo em direção ao seu destino. Por fim, ele quase escorrega quando chega à entrada da sala de aula de poções, seus ouvidos zumbindo enquanto ele se aproxima cada vez mais do escritório de Severus.

Por favor, que ele não tenha protegido isso, por favor... Sirius implora internamente, não querendo aumentar seus problemas ao abrir a porta do homem.

Porque nada o afastaria de Severus agora, nada. Ele abre a porta e, ao se aproximar da entrada dos aposentos de Severus, bate suavemente, limpando a garganta.

“Severo?” ele grita em tom baixo, esperando que o homem não esteja ali com sua varinha em punho, pronto para enfeitiçá-lo até a próxima semana.

Ele espera um minuto, mas não há nada além de silêncio do outro lado. Ele bate novamente, desta vez com um pouco mais de força. "Severus, por favor, deixe-me entrar, vamos conversar..." ele implora.

Ainda assim, não há nada além de silêncio. Ele respira fundo. Talvez Severus esteja no chuveiro? Talvez ele não possa ouvi-lo... mas não, não pode ser. Arriscando, Sirius alcança a maçaneta e fica agradavelmente surpreso quando a porta se abre sem resistência.

A sala está gelada, o fogo extinto há muito tempo e está envolto em completa escuridão. Sirius recupera sua varinha e conjura uma luz suave, fazendo-a flutuar em direção ao teto para iluminar a sala. Lá, ele avista Severus deitado de costas e se aproxima com cautela, não querendo assustar o homem adormecido.

Ele se senta na cama com muito cuidado, percebendo dolorosamente que Severus deve estar sob a influência de um sonífero, enquanto seus olhos pousam na mesa de cabeceira adornada com garrafas vazias. Ele estala a língua e, em seguida, afasta suavemente uma mecha de cabelo do rosto de seu amante com a mão.

"Sinto muito... prometo que conversaremos amanhã," Sirius murmura, cobrindo o homem com um cobertor. Então, ele se inclina para frente e dá um beijo casto na testa de Severus antes de se levantar da cama e sair silenciosamente do quarto.

Ao sair do escritório, ele fica tentado a voltar e se aninhar ao lado de Severus, a esperar pacientemente até que ele acorde para poder implorar que ele acredite nele. Mas ele sabe o quanto isso seria errado, porque sejamos honestos, Severus deve ter ficado chateado, certo? Sirius sabe que estaria, se tivesse acontecido o contrário. E conhecendo Severus e sua personalidade, Sirius sabe que a conversa com ele será desafiadora. Mas ele iria lutar de qualquer maneira, já que ele vai decididamente para seu próprio quarto.

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Como esperado, Sirius não dormiu muito naquela noite, apesar dos efeitos prolongados do vinho e dos feitiços Confundus lançados por Helga. Em vez disso, ele se força a ficar acordado, plenamente consciente de que precisa agir rapidamente se quiser pegar Severus antes que o homem parta para as férias ou se proteger contra a aproximação de Sirius.

Sirius esfrega os olhos cansados, sentindo a exaustão tomar conta de seu corpo. Merlin, esta é a segunda noite que ele passa sem dormir, e seu estado físico está começando a protestar. Com um suspiro cansado, ele espera a hora chegar e então entra em ação.

Enquanto ele caminha em direção às masmorras, os estudantes passam por ele, carregando seus baús e correndo para o Salão Principal para a reunião final antes de voltarem para casa no Natal. Ele se pergunta se Severus estará entre eles ou esperando em seu escritório.

Ele está tão absorto em seus pensamentos que não vê Harry correndo em sua direção, quase colidindo com seu afilhado.

"Uau! Alguém está com sono esta manhã”, diz o garoto, sorrindo atrevidamente para ele. "Ou talvez de ressaca?"

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora