Contra as reservas de Severus, estar do lado de fora por um momento é agradável. Ele sente que nas últimas semanas, tudo o que ele fez foi sentar-se em frente ao pergaminho, e mesmo que ele não deixe Sirius saber que ele está certo sobre ele fazer pausas, ele está, de fato.
Ele não pode dizer que aprecia completamente o mimo e o cuidado obsessivo – ele é, afinal, um homem adulto, e não é ele cuja alma está tentando deixar o corpo. Severus interrompe esse pensamento mais uma vez, porque ele não vai por aí. Não agora, enquanto caminham lado a lado pelo lago, Severus silenciosamente ouvindo o discurso incessante de Sirius sobre o último jogo de quadribol de Potter.
Há uma pequena parte dele que é grata, no entanto. Ao longo de sua vida, ninguém realmente se importou com ele, além de Lily. Nem sua mãe, nem seu pai, nem mesmo Dumbledore. Lily costumava se certificar de que ele estava bem, que as coisas estavam bem em sua casa e com ele. Isso mudou, é claro, quando eles se distanciaram um do outro.
E depois de Lily, não havia mais ninguém. Quem poderia estar lá por ele? Severus nunca havia estabelecido relacionamentos ou qualquer coisa parecida com amizade. Ele sempre esteve sozinho, assumindo que a solidão seria sua companheira para toda a vida. No entanto, aqui estava ele, com alguém que ele costumava odiar, agora se tornando seu mundo inteiro.
Eles se acomodam na grama sob um antigo carvalho, a brisa da primavera gentilmente farfalhando os galhos acima. Isolados dos alunos, há uma atmosfera tranquila que os envolve, e Severus se permite relaxar, contemplando – mais ainda esperando – que isso possa definir suas vidas de agora em diante.
“Sev?” Sirius pergunta de repente, sua mão gentilmente pousada no ombro de Severus.
Severus murmura um pedido de desculpas, seu olhar se deslocando para encontrar o de Sirius. "O que você estava dizendo?", ele pergunta, lentamente retornando seus pensamentos à realidade.
"Espero que você saiba que pensar em pesquisa, poções ou trabalho agora é tecnicamente trapaça, e que farei você ficar mais tempo em um intervalo para isso", Sirius sorri, e Severus se perde no amor e no cuidado que vê nos olhos de seu parceiro.
Antes que ele possa se conter, ele levanta uma mão, embalando a bochecha barbuda de Sirius e acariciando-a com seu polegar. "Você é adorável", ele se ouve dizer.
Um rubor feroz se espalha pelo rosto de Sirius, chegando até a linha do cabelo, e Severus não consegue evitar o sorriso que se insinua em seu próprio rosto. Normalmente, é o contrário — ele não é de dar elogios, mas o vira-lata sabe o quão bonito ele é, não é? Ele não precisa de um lembrete ou validação constante.
Mas se um gesto tão pequeno provoca esse comportamento repentinamente tímido — um que, na verdade, não combina com ele — faz Severus se perguntar se ele deveria se entregar a tais declarações com mais frequência. Puramente por diversão, é claro. Não que seu peito esteja quente e confuso, ou que sentimentos desconhecidos comecem a se agitar dentro dele.
“Ah… obrigado?” Sirius gagueja, seu olhar caindo imediatamente de vergonha. “Eu estava dizendo que preciso correr um pouco, então espere, tudo bem?” ele diz, limpando a garganta e se levantando em um pulo.
Severus o observa em silêncio, apoiando-se nas mãos e inclinando a cabeça enquanto observa Sirius se transformar em Padfoot em um movimento rápido. O grande e surrado cão preto se espreguiça, abanando o rabo em excitação enquanto fareja o ar.
Com um suspiro profundo, Severus levanta os joelhos e apoia os cotovelos neles. "Não fique todo enlameado, ou eu vou te lavar com uma mangueira antes de entrar no quarto", ele avisa o cachorro.
Padfoot late para ele e então choraminga, fazendo Severus revirar os olhos. Honestamente, esse homem. Ou, mais precisamente, essa fera. Como ele pode reclamar quando o chama assim?
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Dança da Vida ( TRADUÇÃO )
FanficOs corredores de Hogwarts permanecem os mesmos enquanto Snape passa por eles mais uma vez naquele primeiro dia de setembro. É o início do curso, a guerra terminou em maio, e agora os alunos riem, conversam e conversam animadamente como todos os anos...