Severus está indignado como não ficava há algum tempo. Não só aquela mulher fez exatamente o que ele disse para ela não fazer — se aproximar de Sirius mais uma vez — mas também, o vira-lata idiota deu um sermão nele, não acreditando nele depois de tudo. E, porra, se não o tivesse machucado.
Naquele momento, enquanto ele atravessa os corredores do castelo em uma fúria de capa e passos pesados, os alunos olham para ele com medo enquanto ele passa por eles, e ele pensa em uma das coisas que Sirius lhe disse no começo do relacionamento: que ele deveria confiar nele. É bom saber que não funcionou dos dois lados, aparentemente.
Seus passos o levam até a biblioteca, lotada de estudantes desesperados e quietos se preparando para os próximos exames, e ele sente seu espírito se acalmando um pouco. Pelo menos externamente.
Severus já exauriu todos os volumes ou tomos complexos possíveis da Seção Restrita, até mesmo se aprofundando naqueles cuidadosamente guardados no porão da biblioteca por Madame Pince. Ele está totalmente ciente de que é improvável que encontre algo relevante lá, mas, pela primeira vez, ele não se sente inclinado a recuar para a masmorra. Sirius provavelmente o procurará lá, e ele não está pronto para uma conversa, pelo menos não ainda.
Talvez ele nem tente, já que você está agindo de forma histérica e paranoica , uma voz em sua cabeça provoca, deixando Severus com uma dor dolorosa no peito.
Indo para um canto isolado, ele pega vários tomos no caminho, carregando-os como costumava fazer quando era um estudante carente de conhecimento, só que sem Potter ou Black para fazê-lo tropeçar e derrubá-los.
Severus se acomoda em uma cadeira em uma mesa vazia perto da janela, colocando os livros cuidadosamente antes de invocar um pergaminho e uma pena. Com um movimento apático, ele abre o primeiro livro, batendo a ponta da pena contra o pergaminho vazio enquanto apoia o queixo na mão, seu olhar fixo na janela.
Ele estava, de fato, sendo paranoico? Ele se pergunta. Ele sempre confiou em seus instintos, nunca falhando com ele. Helga tem marcado cada caixa em sua lista para provocá-lo ou parecer suspeito aos seus olhos, e ainda assim ele parece ser o único ocupante dessa linha de pensamento. Talvez ele esteja fatigado, as consequências da guerra o deixando excessivamente sensível — embora ele nunca admitisse — e fazendo com que ele visse coisas que não estão lá. E ainda assim...
"Professor?"
Severus levanta o olhar, encontrando os olhos surpresos de Hermione, que tem os braços tão carregados de livros quanto os dele estavam um momento antes.
"Oh, Granger", ele murmura, colocando a pena de lado e ajustando levemente o livro na sua frente. "O que você está fazendo aqui?", ele pergunta, imediatamente se arrependendo de tal pergunta. A pergunta mais pertinente é o que ele está fazendo ali.
Hermione oferece um sorriso fino, exibindo a pilha de livros que está carregando antes de colocá-los cuidadosamente em uma pilha sobre a mesa. "Bem, eu ia estudar. Os exames estão chegando, e..." Sua frase some quando ela olha para a cadeira vazia na frente de Severus. "Você se importa se eu...? O resto da biblioteca está cheio."
Severus gesticula com a mão. “Claro,” ele diz, quase baixinho.
“Obrigada,” Hermione responde suavemente, sentando-se e organizando os livros diante dela. Quando ela percebe o olhar de Severus, ela sorri gentilmente. “Estou preparando minhas notas preliminares para os NIEMs... especialmente porque possivelmente precisarei emprestá-las para Harry e Ron em algum momento,” ela ri.
Erguendo uma sobrancelha, Severus bufa. “Honestamente, metade do mérito acadêmico dessas crianças depende de você,” ele murmura, balançando a cabeça.
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Dança da Vida ( TRADUÇÃO )
Fiksi PenggemarOs corredores de Hogwarts permanecem os mesmos enquanto Snape passa por eles mais uma vez naquele primeiro dia de setembro. É o início do curso, a guerra terminou em maio, e agora os alunos riem, conversam e conversam animadamente como todos os anos...