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Depois de passar seu aniversário com Sirius, Severus sente como se alguém tivesse infundido vida de volta em seu corpo. Por mais emocionalmente intenso que tenha sido o chamado “encontro” – nas palavras do vira-lata –, Severus se pega pensando nisso assim que está mais uma vez isolado em seu quarto no castelo frio. Ao se deitar em sua cama, ele deixa sua mente vagar para o futuro que Sirius lhe ofereceu, e ele não consegue evitar de sentir um sorriso surgir em seu rosto a cada vez.

Naquele dia, Sirius, sem perceber – ou talvez conscientemente (Severus quer dar crédito ao vira-lata por não ser tão estúpido como sempre gostou de chamá-lo) – não apenas proporcionou a Severus um dia agradável, mas também um propósito. Naquele dia, ao retornar a Durmstrang, Severus jurou que faria tudo ao seu alcance para encontrar Dolohov e o resto, e ser capaz de aceitar a vida que o homem lhe havia oferecido. Talvez por isso ele passe os dias anteriores a ver Lúcio com uma calma e um contentamento que não esperava sentir.

É por isso que, na terça-feira, enquanto viaja para a prisão – o diretor de Durmstrang gentilmente lhe forneceu uma chave de portal para Londres para cuidar de seus “problemas”, o que Severus não contesta – Severus se sente calmo e à vontade, quase.

A viagem até a prisão acontece de forma rápida e tranquila, assim como nas duas vezes anteriores. Mas, querido Merlin, ele espera que esta seja realmente a última vez que põe os pés naquele lugar.

Severus caminha pelo corredor frio da prisão, seus pensamentos fortemente obstruídos enquanto observa a cadeira solitária no final. Da última vez, Lucius conseguiu irritá-lo e não vai permitir que isso aconteça novamente.

Ele finalmente chega ao local designado e, sem sequer olhar para o homem na cela, senta-se na cadeira que range, cruzando os braços. Então, ele permite que seus olhos escuros se fixem no que costumava ser Lucius Malfoy, quase irreconhecível. Seus olhos azuis brilham quando ele vê Severus, seu rosto emaciado mostrando um sorriso torcido semelhante ao rigor.

"Então... você veio," Lucius resmunga, virando-se completamente na cama. “Presumo que você ouviu o que aconteceu.”

Severus olha para o homem pela ponta do nariz, balançando a cabeça lentamente. “Você foi um idiota. Você honestamente achou que eles iriam deixá-lo ir sem sequer um leve sinal de arrependimento por seus crimes?"

“Que crimes?” Lucius resmunga baixinho, seus lábios se curvando. “Que crimes eu cometi exatamente?”

Severus suspira, levando a mão à têmpora. "O fato de você nem conseguir ver isso diz o quão longe você está, Lucius."

O homem fecha a boca, seus olhos brilhando e sua expressão escurecendo. “Eu apenas servi o maior bruxo de todos os tempos.”

"Não acho que você nunca esteve sob o comando de Dumbledore," Severus sorri, inclinando a cabeça e estreitando os olhos. Ele ouve o bufo sarcástico que vem do homem, sabendo que agora ele está em vantagem.

Mas Lucius logo adota um sorriso sardônico. “Defendendo seu mestre? Você é um animal de estimação tão bom”, ele zomba.

Severus suspira, balançando a cabeça. "Como eu disse para Bella naquela época, negar que Dumbledore foi o maior bruxo que já existiu é apenas negar a realidade, independentemente do que eu pessoalmente penso dele."

Lúcio sibila. “Acho que você pode ter esquecido alguém dessa categoria.”

"Quem eu?" O sorriso de Severus se alarga. “Estou bem, mas ainda não tão bem. Dê-me vinte anos e posso surpreendê-lo"

“Eu quis dizer o Lorde das Trevas, seu verme!” Lucius exclama, sua voz assumindo um tom perigoso.

"Oh, eu costumava acreditar nisso, mas então ele foi morto por um adolescente,” Severus encolhe os ombros, entrelaçando as mãos no colo.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora