Dança da Vida ( TRADUÇÃO )

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Enquanto eles voam pelo céu noturno, Sirius sente uma paz que não sentia há muito tempo. Severus se agarra firmemente à sua cintura, enterrando o rosto nas costas enquanto eles atravessam o Lago Negro. A lua ainda está longe de estar cheia, mas lança uma luz encantadora sobre as águas.

"Severus, olhe," Sirius murmura com um sorriso caloroso, apontando para a paisagem deslumbrante abaixo.

Pelo canto do olho, ele percebe Severus se afastando timidamente para olhar para baixo, e ele vê o brilho em seu olhar, as águas começam a se mover, o gigante mudando ainda mais seu foco, ele observa o reflexo da lua nos profundos olhos negros de Severus, e fica sem fôlego ver como ele parece lindo e à vontade.

Então, do Severus que ele encontrou pela primeira vez depois da festa de Slughorn naquela primeira noite, onde eles decidiram beber juntos. Naquela época, o olhar de Severus estava perdido, quase sem fundo, derrotado. Agora, Sirius é saudado por uma faísca familiar, um fogo renovado nos olhos de Severus, e ele não consegue evitar de sentir uma pontada de culpa no fundo do peito.

"É... uma bela vista," Severus diz suavemente, inclinando-se até que sua bochecha repouse entre as omoplatas de Sirius.

"É mesmo," Sirius responde gentilmente, guiando Bicuço para um lugar que ele tinha em mente desde que começou a pensar em como comemorar adequadamente o aniversário do homem, e a ideia foi reforçada ainda mais pela expressão no rosto de Severus enquanto eles relembravam sua passado na taverna.

Bicuço grita e bate as asas, pousando graciosamente ao lado de uma antiga faia com vista para o lago tranquilo. Este lugar tem estado constantemente na mente de Sirius ultimamente – o local e as memórias que ele guarda de muitos anos atrás. Sirius está nervoso, mas está decidido.

Tirando a varinha da jaqueta, ele cria um círculo ao redor deles, derretendo a neve e secando a grama. Ele então se senta ao lado da árvore e estende a mão para Severus, convidando-o a se juntar. Após um breve momento, Severus aceita com um suspiro, sentando-se ao lado de Sirius.

Ele está nervoso , Sirius pensa. Nos últimos meses, ele percebeu que Severus tende a se retrair quando ele está, e isso só faz com que Sirius deseje ainda mais seu toque.

Com uma leve carranca, Sirius os reposiciona para que fique sentado atrás de Severus, suas longas pernas de cada lado dele. Depois de puxar as costas de seu amante contra seu peito, ele coloca sua capa em volta deles, envolvendo-os em calor.

"O que você está fazendo aqui?" Severus pergunta suavemente, virando a cabeça para olhar para ele, e Sirius pode sentir como seu corpo fica tenso.

“Você… se lembra deste lugar?” ele diz hesitantemente, e o reconhecimento que vê nos olhos de Severus faz sua boca ficar seca, engolindo em seco.

"Sim," Severus pronuncia, sua voz baixa enquanto ele vira a cabeça mais uma vez, e foca seu olhar no lago escuro à frente deles, longe do campo de visão de Sirius.

Sirius umedece os lábios, sentindo uma mistura de ansiedade e antecipação enquanto segura Severus perto de si. Ele sabe que o que está prestes a dizer é importante e muitas emoções lutam pelo domínio em seu peito.

“Este é o lugar onde aconteceu uma das piores coisas que já fizemos um ao outro. Onde... algo horrível aconteceu por minha causa. Não vou dar desculpas, Severus, porque a verdade é que não há ninguém que possa consertar as coisas, além de dizer o quanto sinto muito,” Sirius diz amargamente, sua voz pesada de vergonha. “Mas... quero criar uma nova memória aqui, na esperança de que isso possa ajudar a aliviar a dor do que fiz.”

Severus começa a falar, mas Sirius balança a cabeça gentilmente, embora Severus não consiga ver o gesto.

“Hoje tentei te dar um dia normal. Um que você possa desfrutar. Eu queria te mostrar como a vida poderia ser”, ele continua sem fôlego, com o peito apertando a cada palavra. “Eu quero te dar todos esses momentos, Severus. Esta pode ser a nossa vida, se você quiser. Uma vida pacífica e normal.”