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Infelizmente para Sirius, a repreensão de McGonagall não é a única que ele recebe após todo o incidente. Certa noite, ele está em seu escritório, corrigindo redações pela primeira vez na vida, com um cigarro entre os lábios, quando Harry entra e se aproxima dele.

“Não sabia que você tinha permissão para fumar no castelo”, comenta o jovem com uma careta.

"Ei, meu escritório, minhas regras," Sirius cumprimenta com um sorriso, deixando sua pena de lado e olhando para seu afilhado. “Como está indo a primeira semana?”

Harry olha para ele com uma expressão séria enquanto ele se senta em frente à mesa. "Está bem. Como foi o seu?" ele pergunta secamente.

Surpreendido pela súbita aspereza de Harry, Sirius inclina a cabeça. “Estava tudo bem, já havia muito trabalho”, ele dá de ombros, apontando para a pilha de redações.

"Tem certeza? Nenhuma briga que você queira me contar?" Harry diz, cruzando os braços.

Sirius faz uma careta. Ele não esperava que Harry descobrisse isso, possivelmente por causa de McGonagall. Se há alguém que pode fazê-lo se sentir culpado, é Harry ou Remus, embora este último não compartilhe o mesmo carinho repentino por Snape que seu afilhado. Droga.

“Não foi nada, eu só queria falar com ele, mas saiu do controle,” Sirius descarta o assunto com um aceno de mão.

“Achei que vocês tivessem superado toda aquela bobagem de adolescente. Até Draco e eu somos mais educados um com o outro do que você hoje em dia,” Harry o repreende.

Sirius solta um longo suspiro, fechando os olhos e esfregando a ponta do nariz com a mão que segura o cigarro. "Olhar…"

“Não, Sirius. Depois do que ele fez por mim, o que ele fez por você, aliás, pensei que você tentaria pelo menos não brigar na primeira semana,” Harry zomba, olhando Sirius diretamente nos olhos.

Sirius estremece novamente e olha para seu afilhado furioso. Uma frase se destaca de suas palavras e ele franze a testa, confuso. “O que ele fez por mim?”

Harry desvia brevemente os olhos. “Eu não deveria ter contado a você; ele me pediu especificamente para não fazer isso... mas suponho que já tenha escapado. Pedi a Snape para preparar a poção que eu precisava para poder trazer você de volta... e ele o fez"

Sirius sente que seu estômago embrulha ali mesmo, e ele apenas olha para o jovem, atordoado. O cigarro queima silenciosamente entre seus dedos enquanto ele tenta processar o que acabou de ouvir. A atmosfera na sala fica pesada e Sirius precisa pigarrear.

“Ele preparou a poção para me trazer de volta?” ele finalmente consegue pronunciar, sua voz oscilando ligeiramente.

Harry acena com a cabeça, ainda evitando contato visual direto. "Sim ele fez."

Sirius se recosta na cadeira, passando a mão pelos cabelos. "Por que ele faria isso?"

A expressão de Harry suaviza e ele se inclina para frente, colocando uma mão tranquilizadora no braço de Sirius. “Eu disse a ele que você é minha única família e que tentaria com ou sem a poção”, diz ele suavemente. “Ele pode não ser a pessoa mais gentil, mas manteve sua promessa de me ajudar a trazer você de volta. Então, talvez seja hora de deixar de lado os rancores, pelo menos por enquanto.”

Sirius solta um gemido e apaga o cigarro no cinzeiro. Um maldito mártir. Isso é o que aquele homem queria ser. “Certo… tudo bem, é melhor eu falar com ele.”

Os olhos de Harry brilham ligeiramente e ele acena com a cabeça. “Desta vez, tente manter os punhos longe disso”, ele brinca, tentando levantar a atmosfera pesada.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora