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Depois do colapso massivo de fora, Sirius se sente melhor. Por mais estranho e embaraçoso que tenha sido, há uma catarse satisfatória em finalmente liberar as emoções reprimidas que ferviam dentro dele por tantos meses.

E é bom ter feito isso com Severus. Ele está bem ciente de como essas situações são difíceis para Severus, mas o homem o apoiou. Ele o ouviu enquanto ele estava sofrendo, cuidando dele, consolando-o. E Sirius sente que pode ter se apaixonado novamente pelo homem adorável e mal-humorado.

O restante da noite se desenrola em uma atmosfera mais confortável, ambos aproveitando por um segundo a companhia de seus amigos. Se alguém notar a vermelhidão e o inchaço nos olhos de Sirius, sabiamente se abstém de comentar. Ele se sente à vontade agora, e o resto parece pensar que isso é explicação suficiente, ao que Sirius é grato.

Quando Severus e Sirius finalmente decidem partir, eles optam por uma saída silenciosa, enquanto Harry e Hermione escolhem ir de Flu para a Toca da casa de Remus. Sirius está bem com isso. Ele queria passar mais algum tempo sozinho com Severus depois do momento catártico que eles compartilharam antes.

Enquanto os dois homens caminham em direção ao castelo, com as mãos entrelaçadas contra o frio da noite, Sirius olha para a lua acima. Um sorriso fácil enfeita seus lábios enquanto Severus começa a reclamar da recente conversa sobre escolhas de carreira com Harry e Hermione.

“Eu honestamente acho que Granger se destacaria como uma Medibruxa em vez de uma simples mulher do Ministério. Eu entendo o princípio do que ela quer fazer, mas ainda assim...” Severus resmunga, balançando a cabeça. “E Potter, querendo ser um Auror. Merlin salve todos nós. Como se aquele garoto não tivesse lutado o suficiente em sua vida...” ele continua, mas Sirius está ouvindo apenas parcialmente, seu peito inchando com tanto amor e felicidade absoluta pelo que ele está vendo que ele não consegue se concentrar adequadamente.

“E... Sirius, você está ao menos ouvindo o que estou dizendo?” Severus questiona.

O sorriso se alarga nos lábios de Sirius. “Você se preocupa com eles,” ele afirma, ignorando a raiva que sai de Severus. “Sim, você  até gosta deles."

"Estou apenas afirmando fatos óbvios", Severus retruca, se contorcendo um pouco, seu rosto corando de repente. Embora o homem nunca admitisse abertamente tais sentimentos, Sirius os viu. E ele não consegue deixar de amar isso.

"Você até deixou Teddy ficar com sua capa," Sirius continua, e ele provoca Severus ainda mais, acariciando-o com o dedo ao lado do corpo, ganhando um grito e um tapa em sua mão.

“Ele é uma criança,” Severus rosna, revirando os olhos e dando de ombros. “Nem eu sou tão insensível a ponto de fazer uma criança chorar por uma capa.”

Sirius não consegue deixar de rir, passando um braço em volta do ombro de Severus enquanto caminham e dando um beijo no topo de sua cabeça.

“Obrigado, meu amor”, ele sussurra suavemente.

Severus pisca, ainda corado, parecendo hesitante. "Para que?" ele pergunta.

“Por me consolar antes. Por cuidar deles. Por estar comigo,” Sirius sorri, e o rubor de Severus se intensifica, mas ele balança a cabeça bruscamente, desviando os olhos.

“Não… há necessidade,” Severus diz calmamente, seu braço envolvendo a cintura de Sirius.

Enquanto caminham em silêncio, Sirius pensa em quanta coisa aconteceu com eles naqueles meses. Na verdade, Sirius sabe que eles possivelmente viveram mais tragédias e merdas do que a maioria das pessoas vive em toda a sua vida, e ainda assim, aqui estão eles. Isso lhe dá uma sensação de esperança.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora