Dança da Vida ( TRADUÇÃO )

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Embora Severus tenha oferecido um sorriso confiante a Potter antes de entrar na enfermaria, a verdade é que ele nunca esteve tão aterrorizado em sua vida quanto está neste momento. Enquanto eles caminham para dentro, ele arranca o frasco de sangue de unicórnio do garoto sem dizer uma palavra, ganhando um olhar surpreso dele. Mas Severus ignora, ele seria amaldiçoado se não fosse ele quem o daria a Sirius depois de tudo.

Avançando em direção à cama, seu amante deitado ali com um rosto magro, Severus sente suas pernas quase cedendo, seu controle habitual quebrado. Vertigem, é isso que o consome quando ele observa Sirius lutando por sua vida — a sensação do chão quebrando sob seus pés, tudo em sua própria vida desabando ao seu redor. Ele sabia que era a verdade.

Ele sempre acreditou que sentiu dor quando Lily morreu. Merlin sabe que sentiu. No entanto, agora ele entendia que não se comparava a testemunhar seu parceiro, o amor de sua vida desaparecer , em uma das pequenas e velhas camas da enfermaria onde ele próprio já se deitou quando era estudante — depois da brincadeira que quase acabou com sua vida. Se Severus não estivesse devastado, ele poderia ter achado a ironia divertida.

E, no entanto, aqui está ele, estendendo lentamente as mãos para tentar a medida desesperada que ele nem sabe se vai funcionar. Inclinando cuidadosamente a cabeça de Sirius e guiando o sangue de unicórnio para seus lábios, Severus reza para todas as forças concebíveis para que ele não seja tarde demais. Ele reza para que, se houver qualquer semelhança de justiça nesta vida, isso traga Sirius de volta. Severus está ciente de que ele próprio pode não merecer, mas Sirius certamente merece depois de tudo o que sofreu.

Mesmo que isso só nos dê algum tempo, ele implora interiormente, observando o corpo de Sirius convulsionar uma única vez enquanto o sangue entra em seu sistema . Por favor, só dessa vez, eu vou consertar depois... mas precisamos de mais tempo..., ele repete para si mesmo.

A tensão na sala é palpável, com Potter de volta ao lado de Lupin, o lobisomem envolvendo um braço protetor em volta dos ombros do jovem enquanto Harry enterra seu rosto nele, como se estivesse se protegendo do resultado. Lupin, por outro lado, não consegue tirar os olhos de Sirius, assim como Severus.

Então, ambos observam enquanto Sirius começa a despertar em admiração. Contra os próprios pensamentos iminentes de Severus, contra sua mente dizendo a ele que o final feliz que ele anseia pode não acontecer, Sirius de repente geme, inalando um suspiro surpreendentemente significativo de ar enquanto seus olhos começam a tremer.

Lupin solta um suspiro estrangulado, sua mão tremendo ao redor de Potter, mas Severus não consegue prestar atenção neles, seu olhar está ocupado demais, fixo naquele par de orbes prateados que se abrem lentamente, fixo nele.

Um pequeno sorriso aparece nos lábios de seu amante, enviando um arrepio pela espinha de Severus. Quando ele olha para aqueles olhos, apesar da fraqueza persistente, ele sente que pode respirar novamente — como se o céu nublado tivesse se separado e o sol tivesse rompido.

Pairando sobre Sirius, Severus coloca uma mão em sua bochecha e a outra em seu peito, sentindo o forte batimento cardíaco sob seus dedos. Engolindo em seco, ele tenta conter as emoções que crescem em seu peito.

“Sirius…” ele sussurra, incapaz de falar. Então, ele tenta novamente, olhos cativantes o atraindo. “Você está de volta…”

“Desculpe… foi difícil acordar,” Sirius murmura, levantando uma mão para cobrir a de Severus. “Mas eu encontrei meu caminho de volta… para você.”

Um suspiro escapa de seus lábios, seus olhos ficam marejados, mas ainda assim, ele não chora. Ele fez isso, afinal — ele conseguiu trazê-lo de volta, mesmo que temporariamente. Isso é tudo o que importa por enquanto.