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A luz do dia desaparece lentamente, rendendo-se à noite de inverno, lançando uma escuridão suave no quarto. A iluminação suave vem exclusivamente do fogo que Sirius acendeu antes, e o crepitar do fogo contribui para a atmosfera pacífica. Severus reclina-se em um lado do sofá, seus pés descansando confortavelmente no colo de Sirius, absorto no livro que Sirius lhe deu de presente, enquanto o próprio Sirius se deita nas almofadas, rabiscando notas em um pedaço de pergaminho. Duas canecas fumegantes de chá estão sobre a mesa diante deles, e um silêncio profundo, porém tranquilo, envolve a sala.

Sirius não consegue resistir a olhar de relance para seu amante, sentindo uma pontada de tristeza ao pensar que este seria o último momento deles em um tempo. Tendo provado essa tranquilidade, essa paz, ele deseja que isso dure para sempre, mesmo depois de retornarem a Hogwarts. Talvez quando ele voltar de Durmstrang, Sirius pensa amargamente. Ou talvez, uma vez que os Comensais da Morte estejam trancados em Azkaban, onde pertencem, eles possam ficar com isso. Sirius não pode deixar de pensar que não há mais nada que ele deseje neste momento.

Severus parece notar o olhar de Sirius, e sua carranca, que era uma presença quase constante, diminui um pouco quando ele olha para cima. “Há algum problema?” ele pergunta, e pela primeira vez, Sirius detecta uma suavização significativa no tom de Severus ao falar com ele.

"Oh, apenas perdido em pensamentos," Sirius responde vagamente, seus olhos voltando a rabiscar, embora ele sinta o olhar examinador de Severus ainda fixo nele.

Severus faz um som contemplativo enquanto casualmente vira uma página do livro. “Você parece fazer isso com bastante frequência.”

"Eu só estava pensando que gostaria que você não tivesse que voltar para Durmstrang," Sirius deixa escapar, porque, vamos encarar, ele nunca foi bom em esconder o que sente.

Severus levanta os olhos mais uma vez, soltando um longo suspiro. “Eu também”, ele admite, baixando o livro lentamente. “Nunca pensei que sentiria falta de Hogwarts, e ainda assim...” ele para.

"Eu entendo. Pelo menos é um lugar familiar,” Sirius diz, dando de ombros.

"Não, isso não é..." Severus parece frustrado, como se não soubesse como expressar adequadamente suas emoções. "Eu prefiro Hogwarts, especialmente com os Sonserinos por perto," ele sorri por um momento, e Sirius não pode evitar revirar os olhos. “Mas o que sinto falta daí... é você”, ele finalmente suspira.

Sirius pisca surpreso, um sorriso terno se formando em seus lábios. Cada vez que Severus faz uma declaração, cada momento que o homem aparentemente inacessível baixa suas defesas por ele, Sirius sente seu coração inchar um pouco mais, e mesmo que seja totalmente ridículo, ele não consegue controlá-lo. Afinal, ele está absolutamente apaixonado pelo idiota maravilhoso e mal-humorado.

“Eu também sentirei sua falta,” ele responde suavemente, deixando de lado seu pergaminho. Ele estende a mão, pegando uma das mãos de Severus e gentilmente dando um beijo nele.

Severus sorri, apertando levemente a mão de Sirius. “Apenas três semanas”, ele murmura.

"Sim..." Sirius sussurra. “Mas estarei contando os dias.”

"Eu também," Severus sussurra de volta, e então olha para os pergaminhos que estão sobre a mesa. "Em que você está trabalhando?"

Sirius relutantemente solta sua mão. Porra, quando eu me tornei tão carente? Ele segue o olhar de Severus em suas anotações e pigarreia, um pouco envergonhado.

“Ah... é algo em que estou trabalhando, nada muito sério ainda”, ele murmura, pegando algumas páginas e folheando-as casualmente. “É um programa de Transfiguração.”

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora