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Sirius já anda de um lado para o outro no quarto cinza há algum tempo, com James o observando da cama, o queixo apoiado na mão.

“Você acha que há uma maneira de consertar isso, Prongs?” Sirius pergunta de repente, interrompendo seus movimentos enquanto olha pela janela embaçada, semicerrando os olhos na tentativa de discernir o horizonte. “Minha alma, quero dizer.”

“Eu não saberia dizer,” James diz tristemente, batendo um dedo contra sua própria bochecha. “Mas eu acho que se alguém é capaz de consertar isso, esse alguém é Snape. Ou pelo menos, essa é a impressão que eu tenho depois de tudo que você me contou sobre ele,” ele murmura pensativamente. “Que bruxo ele se tornou. Eu odeio dizer isso, mas ele parece mais Grifinória do que ele se deixa mostrar.”

Sirius bufa com o comentário, pensando em como Severus reagiria a algo assim saindo da boca de James Potter. “ Ele azararia a bunda dele até semana que vem, é isso que ele faria ”, ele pensa com certo senso de humor.

Antes que ele pudesse dizer outra palavra, James de repente fica tenso e olha ao redor.

“Alguma coisa está acontecendo,” ele murmura rapidamente, levantando-se e olhando ao redor da sala.

Sirius também fica alerta, virando-se para seu amigo. “O Véu…?” ele pergunta, e sua voz treme com um leve medo. Porra, não. Por favor, ainda não.

“Não…” James murmura, um pequeno vinco aparecendo em sua testa. “É outra coisa…”

Enquanto eles ficam lado a lado, uma das janelas da sala circular começa a brilhar, refletindo a porta aberta que James havia oferecido antes. Eles trocam olhares e então James começa a rir.

“Parece que seu taco não desistiu de você,” ele ri, cutucando as costelas de Sirius com o cotovelo. “Eu acho… eu acho que se você passar por aquela janela, você deveria voltar.”

Sirius permanece congelado no lugar, erguendo uma sobrancelha. “Achei que não seria possível. Meu corpo…” ele diz sem parar.

James fecha os olhos e levanta um dedo, silenciando Sirius enquanto ele se concentra. Ele permanece em silêncio, como se estivesse enfrentando algo desafiador, antes de abrir os olhos novamente.

"Eles usaram sangue de unicórnio em você," ele sorri, dando um tapinha nas costas de Sirius.

"O que?" Sirius pergunta, um arrepio percorrendo sua espinha. "Espere um momento, isso não iria me amaldiçoar?"

“Olha cara, você ganhou vida com as Artes das Trevas,” James revira os olhos, balançando a cabeça. “Tenho certeza que se eles usaram isso em você, é porque havia uma maneira de fazer isso sem amaldiçoar você até o fim. Você deveria estar bem."

Surpresa e alívio tomam conta de Sirius, seus olhos se arregalando. "Você tem certeza disso?" ele pergunta.

“Da parte da maldição, sim, tenho certeza. De você ser curado... bem, pelo menos por enquanto,” James dá de ombros, cruzando os braços. “Sua alma ainda não está resolvida, mas o sangue deve ter curado bastante. Você disse que Snape está tentando encontrar uma solução para isso?"

"Sim..." Sirius sussurra, tentando não deixar a decepção transparecer em seu tom. Por um breve momento, ele esperou por uma cura permanente, mas parece que não será tão fácil. “Então...” ele começa.

“Você ainda tem as duas opções”, diz James, sua expressão ficando séria mais uma vez. “Se você vier comigo agora, sua alma estará fora de perigo para sempre. Você poderá finalmente descansar na vida após a morte.”

Estremecendo, Sirius passa a mão no rosto. "E o outro...?" ele pergunta.

“A outra é que você volte e espere encontrar uma cura. Caso contrário, sua alma irá se rasgar, ou você será reivindicado pelo Véu,” James explica, seu tom vacilando levemente.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora