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Após aquela noite juntos, um retorno gradual ao conforto se instala. Sirius continua um pouco preocupado com Severus — o homem continua se esforçando demais, afinal — mas há uma mudança perceptível. Severus parece menos distante, raramente se ocluindo perto dele e mais propenso a iniciar contato com Sirius.

Enquanto isso, Sirius faz questão de cuidar dele, assim como ele tem feito. A única diferença está em Severus permitindo um certo nível de mimo, expressando isso com um olhar grato ou um pequeno aperto em sua mão, e até mesmo um beijo demorado ocasional em sua bochecha.

Faz uma grande diferença para Sirius, especialmente na primeira vez que Severus, quase timidamente, pergunta se pode sentar ao lado dele enquanto ele pesquisa. O gesto enche Padfoot com uma sensação de felicidade, do instinto animalesco ansiando por proteger e cuidar de sua companheira. Por enquanto, é tudo o que ele precisa.

No domingo, Sirius decide que Severus precisa de uma pausa. Depois de passar algum tempo com Remus e dar ao seu amante bastante tempo para uma leitura rápida ou pesquisa em seu escritório, Sirius passeia pelos corredores com as mãos nos bolsos, assobiando uma música enquanto se dirige para as masmorras.

Entrando no escritório de Severus, Sirius o encontra enterrado em uma pilha de pergaminhos e livros, sua concentração evidente enquanto ele toma notas rápidas com uma mão enquanto segue linhas em um tomo com a outra. Sirius o observa com um pequeno sorriso nos lábios, seu amante tão absorto que ele não reconhece sua presença, silenciosamente murmurando palavras do livro.

Depois de um momento, Sirius limpa a garganta para anunciar sua chegada. Ele não consegue deixar de notar a luz sutil que brevemente ilumina o rosto de Severus antes que ele controle suas emoções e olhe para ele calmamente.

“Ei, você,” Sirius sorri, se aproximando da mesa e se inclinando para dar um beijo no topo da cabeça de Severus. “Como vai?”

Severus suspira, jogando a pena no pergaminho e deixando sua cabeça cair para trás, uma mão subindo para suas têmporas. “Avançando. Tenho uma teoria que pode dar alguns resultados.”

Assim que Sirius está prestes a responder, ele sente algo esfregando contra suas pernas. Olhando para baixo, ele observa Ezra, suas feições felinas ainda pesadas de sono. Abaixando-se lentamente, Sirius lhe dá uma coçada atrás de uma de suas longas orelhas de lince.

"Você trouxe Ezra aqui?" Sirius provoca, levantando o olhar para Severus.

“Ele me seguiu”, Severus resmunga, acenando com a mão e revirando os olhos.

Sirius não consegue deixar de sorrir com a declaração. “É porque ele gosta de você,” ele diz, e ouve Severus zombar. “Ele gosta, ele me disse.”

Enquanto Severus pega a pena novamente, ele direciona seu olhar para Sirius. “Não sei se eu deveria achar enervante o fato de você poder se comunicar com ele diretamente,” ele diz secamente.

Sirius solta uma risada baixa, inclinando o quadril até que ele toque a mesa. “Bem, vire um Animago, e você será capaz de fazer isso,” ele sugere.

"Tenho muita coisa em mãos agora mesmo sem passar pelo processo de me tornar uma fera", Severus zomba, inclinando a cabeça levemente, voltando a se concentrar no pergaminho.

Sirius o observa por um longo momento, então olha para os livros na frente dele. Se ele acha que veio só para dizer oi, Severus não parece conhecê-lo tão bem quanto ele.

"Tudo bem, é isso", Sirius anuncia, aproximando-se da mesa mais uma vez e fechando o livro que Severus estava lendo, quase prendendo seu dedo nele.

“O que você pensa que está fazendo?” Severus rosna, seu comportamento selvagem e protetor do trabalho à sua frente.

Sirius se inclina para baixo, mãos nos quadris, dando ao seu amante seu melhor sorriso perfeito. "A razão pela qual estou aqui é para informá-lo que vamos sair hoje", ele afirma, notando o brilho começando a se infiltrar no rosto de Severus.

“Fora onde?” Severus murmura, seus dedos apertando a pena. “Eu ainda tenho aquela pilha de livros para ler,” ele acrescenta, gesticulando em direção à pilha infinita de tomos empoeirados – como Severus não desenvolveu asma entre isso e os vapores das poções, Sirius realmente não sabe.

“Os livros não vão a lugar nenhum, Severus,” Sirius afirma firmemente, circulando a mesa para ficar ao lado dele. Então, muito lentamente, ele remove a pena da mão de Severus e o vira até que ele esteja de frente para ele. “Vamos, levante-se. Está um dia lindo lá fora.”

“Sirius, eu realmente…” Severus tenta protestar, mas Sirius o agarra e o faz se levantar com um movimento rápido que assusta o homem.

“Sem desculpas,” Sirius declara, agarrando a mão de Severus na sua. Ele havia perdido peso de novo? Sua mão parecia mais fina, mais frágil. Definitivamente, ele o faria comer hoje. “Lembra que falamos sobre fazer pausas, certo? Vamos sair um pouco, sentar perto do lago talvez. E então, depois do almoço, você pode voltar para isso. Eu posso até te ajudar.”

Severus zomba, inclinando a cabeça e observando Sirius com os lábios ligeiramente franzidos – quase como se estivesse fazendo beicinho, embora ele saiba que não deve mencionar isso. Eventualmente, ele suspira e balança a cabeça.

“Tudo bem,” ele finalmente concorda, pegando sua capa e colocando-a sobre os ombros. “Eu acho que eu deveria saber melhor do que ficar com um vira-lata que precisa ser solto de vez em quando,” ele diz, revirando os olhos quando Sirius apenas sorri com o comentário.

"Excelente!" Sirius sorri, e quando Severus passa bem ao lado dele, ele o agarra pela mão e o puxa para perto, capturando seus lábios em um beijo lento.

Severus fica rígido por um momento, pego de surpresa, mas logo seus olhos tremulam, e ele coloca uma mão no ombro de Sirius, suspirando contente pelo nariz.

Depois do beijo prolongado, Sirius se afasta, com um brilho provocador nos olhos. “Viu? Estar com um 'vira-lata' tem suas vantagens.”

Severus levanta uma sobrancelha, um sorriso quase imperceptível brincando em seus lábios. "Se você diz", ele diz com um tapinha no peito antes de se afastar. "Agora, vamos acabar logo com isso para que eu possa voltar para minhas poções."

“E quanto ao Ezra? Você está deixando ele aqui?” Sirius se pergunta, olhando por cima do ombro enquanto eles se movem em direção à porta.

“Ele sabe o caminho para nossos aposentos; deixe-o vagar um pouco,” Severus diz calmamente, abrindo as grandes portas de madeira e deixando o kneazle sair. “Eu pensei que você tivesse falado com ele.”

Sirius bufa, seguindo Severus. “Claramente não tanto quanto você. Tem certeza de que não é um guaxinim Animago ou algo do tipo?”

Um som surpreende Sirius então, quando ele ouve uma risada suave ao lado dele. Fazia um tempo desde que ele ouviu o homem rir, e o som puxa algo em seu peito.

“Vamos, vira-lata,” Severus murmura, a alegria ainda em seus olhos. “Vamos antes que a luz apague.”

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora