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Ao entrar na enfermaria, os piores medos de Severus são confirmados com um único olhar ao redor da sala. No outro extremo, ele avista Potter e Lupin juntos, o lobisomem oferecendo consolo ao jovem desconsolado. Os soluços audíveis que emanam do garoto ressoam por Severus, destruindo algo dentro dele enquanto ele observa a figura trêmula. Movendo-se rapidamente, McGonagall fica alguns passos atrás.

Severus examina o espaço, seu olhar pousando em Poppy olhando para uma cama no outro extremo, a varinha dela em punho enquanto ela murmura encantamentos. Então, seus olhos se concentram no homem deitado na cama – uma figura que ele não reconhece a princípio. Este não pode ser o amante dele, pensa Severus. Frágil, pálido e com convulsões.

Enquanto fica em silêncio ao lado dos outros dois homens na sala, Severus reúne coragem para olhar mais de perto. A visão diante dele o faz desejar fervorosamente não estar ali, esperando desesperadamente que este seja apenas mais um pesadelo cruel.

Sirius está deitado na cama, com as costas apoiadas no colchão, olhos vagos e quase rolados para dentro do crânio. Seu corpo está tenso como um arco, convulsões o contorcem intermitentemente em posições anormalmente tensas que Severus considera totalmente antinaturais.

Ele esteve na presença de pessoas suficientes às portas da morte para reconhecer que este é o fim. Sirius atingiu o limite e seu corpo está finalmente sucumbindo. A mente de Severus tenta processar, ocluir, mas nada funciona.

"Severus," Lupin murmura, ainda segurando Harry enquanto o jovem chora em seu ombro. "Sinto muito, ele..."

Severus não reconhece Lupin; ele não registra as palavras. Ele está muito preocupado tentando não chorar, querendo gritar por Sirius, querendo morrer ali mesmo ao ver a dor afligindo a pessoa que ele ama.

Com um último e quase violentamente decisivo movimento de sua varinha, Poppy dá um tapinha na cabeça de Sirius, e o corpo desaba, seus olhos se movendo gradualmente até se fecharem completamente. Severus se ouve inalar uma respiração trêmula, rezando fervorosamente para qualquer divindade em que não acredita para que Sirius não esteja morto.

“Finalmente…” a enfermeira murmura para si mesma, pegando um pequeno frasco da bandeja na mesa lateral e administrando-o a Sirius, o homem mole na cama.

Por um longo momento, a sala parece prender a respiração, o único som no espaço são os gritos de Harry, o jovem agarrando-se a Lupin para salvar sua vida. Severus não pode culpá-lo; se ele não tivesse jurado não chorar de novo, ele também estaria em ruínas.

Poppy se endireita, enxugando a testa e emitindo um suspiro pesado. Após uma verificação final dos sinais vitais de Sirius, ela acena para si mesma e se aproxima com uma expressão grave.

"Eu o estabilizei," ela afirma com firmeza, olhando brevemente para a cama antes de fixar o olhar em Severus. "Aconteceu alguma coisa? Ele estava estressado nos últimos dias ou esta manhã?"

Severus volta à realidade, seus lábios se separando. “Ele…” ele começa, lutando para encontrar sua voz. “Ele tem estado preocupado com isso. Mas não, nada… quero dizer, nada aconteceu,” ele finalmente consegue transmitir.

Poppy bufa alto, batendo a varinha na palma da mão. “Aí podemos confirmar que os episódios estão avançando, infelizmente. Eu o coloquei sob um feitiço de sono para controlar as convulsões e, com sorte, aliviar os danos em seu corpo, mas...” Ela para, a preocupação estampada em seu rosto. “Temo por ele agora”, ela conclui.

“Há algo que possamos fazer?” Lupin pergunta, sua voz tensa, seu rosto sem cor. “Leva-lo  para St Mungo, talvez…?”

Balançando a cabeça lentamente, Poppy aperta os lábios. “Infelizmente, isso está além de qualquer remédio bruxo neste momento. Duvido que eles consigam fazer algo por ele lá, e não tenho certeza se devemos movê-lo”, ela suspira. “Severus, Remus mencionou que você estava trabalhando em uma poção; teve sorte com ela?”

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora