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Finalmente chega o dia em que Krum se aproxima de Severus no corredor. Severus está sentado em um dos pátios, saboreando um momento de descanso da neve implacável, mesmo que o céu permaneça perpetuamente nublado e sombrio. Ele está em Durmstrang há apenas três dias, mas o confinamento dentro de casa já está desgastando seus nervos.

“Professor Snape,” Krum reconhece enquanto se aproxima, sua expressão tão séria como sempre.

"Krum," Severus responde, dando uma tragada no cigarro. “Você não precisa me chamar de Professor Snape, eu não sou seu professor. Severus está bem,” ele oferece com um encolher de ombros indiferente.

“Tudo bem,” Krum concorda antes de se sentar ao lado dele. “Mas só se você me chamar de Viktor.”

Severus o observa por um momento antes de assentir lentamente. "Muito bem. Então, o que te trás aqui?"

“Vim compartilhar algumas informações com vocês”, explica Krum, baixando a voz. “Tenho feito perguntas a pessoas que conheço na minha cidade natal e parece que algo perturbador está acontecendo. As pessoas estão ficando com medo na área de Zheravna.”

“É onde os Dolohov moravam, certo?” Severus pergunta, apagando o cigarro em um monte de neve e voltando toda a sua atenção para Krum.

“Sim,” Krum afirma, pegando um pedaço de papel de seu casaco de pele e entregando-o a Severus. “Aqui está um mapa da área, eu traduzi para você.”

“Obrigado”, Severus murmura enquanto aceita o pergaminho, seu olhar examinando o mapa. “Então, tudo ao redor de Zheravna é um assentamento mágico?”

“Não”, Krum esclarece, apontando para o mapa com o dedo. “Zheravna é, mas as áreas circundantes consistem em pequenas aldeias trouxas. No entanto, rumores têm circulado e há muitos lugares vazios por aí, principalmente aldeias.”

Severus estreita os olhos para o mapa. “Isso é estranho”, ele murmura.

“Sim, mas ninguém parecia querer falar sobre isso”, Krum reconhece encolhendo os ombros. “De qualquer forma, não sei o que está acontecendo, mas não é mais um lugar seguro.”

Severus suspira, suas sobrancelhas se unindo. “Não parece promissor”, ele admite.

“Estou falando sério”, Krum enfatiza. “Tem certeza que quer ir para lá?”

"Sim, receio que devo," Severus responde com firmeza. “Mas não se preocupe, já passei por um bom número de situações perigosas antes. Lembra que eu era um agente duplo, um Comensal da Morte e tudo mais?" ele bufa, balançando a cabeça.

Krum o estuda por um momento e depois suspira. "Você vai lá sozinho?"

"Não, acho que não," ele diz com uma sugestão de sorriso, seus pensamentos vagando brevemente para Sirius. Ele sabe que o vira-lata nunca o perdoará se ele decidir ir sozinho, então é melhor pedir-lhe que vá com ele, nem que seja para evitar seu mau humor.

“Bom, embora eu ache que pode não ser a melhor ideia. As pessoas estão preocupadas”, comenta Krum, levantando-se da cadeira com um suspiro. "Tenha cuidado."

“Sempre estou,” Severus responde calmamente. “Voltarei para Hogwarts em breve também.”

“Eu ouvi”, reconhece Krum, encostando-se na coluna em arco no pátio, com o olhar fixo na neve enquanto sorri e faz um gesto amplo. “Muito frio para você aqui?”

“Entre outras coisas,” Severus sorri, levantando-se também. “Meu companheiro é carente e fica ansioso quando não estou por perto ” , zomba.

Ao dizer as palavras, Severus quase consegue ouvir o gemido de Sirius em sua mente, dizendo: “ Como se você não tivesse sentido minha falta! ”. Mas, caramba, ele sabe que é um péssimo mentiroso; ele tem se sentido infeliz sem Sirius, mesmo relutando em admitir isso.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora