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Após se despedir de Remus e Harry por ordem de Pomfrey, Sirius examina a sala, percebendo que Severus ainda não retornou de sua conversa com McGonagall. Ele vislumbrou seu amante saindo, muito preocupado em consolar seu afilhado desconsolado antes que ele conseguisse trocar uma palavra.

A dor testemunhada em Harry agitou algo dentro dele, tanto que por um momento ele até esqueceu de tudo o que aconteceu durante seu tempo naquele outro mundo com James. Ele sabe que tem muitas perguntas para Severus – para começar, como diabos ele conseguiu usar sangue de unicórnio sem xingar sua bunda miserável.

Quando ele perguntou a Harry, seu afilhado apenas mencionou que o encontrou na floresta, meio morto, e o trouxe de volta para o castelo, então ele supõe que seu amante fez algo incrivelmente imprudente para fazer isso. Ele definitivamente vai repreendê-lo por isso mais tarde.

Mas no momento, tudo o que Sirius anseia é ter Severus de volta em seus braços, assim como ele esteve ao acordar. Ele precisa de garantias de que o outro homem está bem, quase com medo de perguntar como ele está enquanto ele teve o episódio.

Inclinando-se sobre a cama, ele verifica se Pomfrey está em seu escritório e então sorri maliciosamente. Pegando sua varinha, ele invoca seu maço de cigarros, acende um e faz questão de lançar um feitiço para fazer a fumaça desaparecer. Ele dá uma longa tragada, exalando a fumaça com um gemido satisfeito.

Um momento depois, ele vê Severus entrando no quarto, todo vermelho e parecendo bravo, andando daquele jeito que indica que o que quer que tenha acontecido, não lhe agradou. Sirius se acomoda confortavelmente na cama, encostado na cabeceira, e lhe oferece o que ele espera ser um sorriso tranquilizador.

"Olá", Sirius o cumprimenta, seus olhos seguindo Severus enquanto ele se aproxima, parando ao lado da cama, seus olhos escuros pousando na mão que segurava a fumaça antes de pousar na de Sirius.

“Disseram-me que alguém anda se comportando mal,” Severus zomba, cruzando os braços e sacudindo a cabeça, fazendo com que seu cabelo se afaste do rosto. “E eu posso ver que é verdade.”

Um sorriso atrevido enfeita o rosto de Sirius enquanto ele inclina a cabeça. "Não sei do que você está falando", ele diz, sacudindo o cigarro e fazendo-o desaparecer no ar.

"Sirius", Severus diz, aparentemente à beira do colapso devido à exaustão, e o sorriso lentamente desaparece do rosto de Sirius.

Sem brincadeiras então. Sirius só queria aliviar um pouco a atmosfera repentina, mas ele pode ver que Severus não está a fim disso. Com uma expressão cautelosa, ainda pálido de medo, Severus se senta ao lado da cama, estendendo a mão para segurar a de Sirius.

“Você quase morreu,” Severus declara. Sua voz é firme, assim como suas mãos, mas Sirius sabe melhor pela dor que vê naqueles olhos.

“Parece que sim,” Sirius admite, suspirando alto e envolvendo seus dedos em volta das mãos frias de Severus. “Como…?”

Severus lambe os lábios antes de responder. “Você caiu no meio da sala de aula. Quando te vi, eu sabia que... seu tempo estava acabando. Então eu usei a única coisa que poderia ajudar.”

"Sangue de Unicórnio?" Sirius pergunta, e ele detecta a surpresa no rosto de Severus enquanto ele separa os lábios.

“Como você sabe sobre…?” Severus sussurra, franzindo a testa.

Poppy então aparece, correndo para perto da cama de Sirius. “Graças a Merlin você está aqui, Severus. Black estava tendo ideias engraçadas sobre deixar a enfermaria.”

"Você não pode estar falando sério", Severus sibila, e antes que Sirius possa abrir a boca, ele acrescenta: "Faça uma piada agora mesmo, e eu juro por Merlin que vou te dar uma surra."

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora