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Conforme Severus emerge da floresta, as palavras de Firenze começam a penetrar, deixando-o entorpecido. Embora não sejam as piores notícias, há um vislumbre de esperança; porém, ele entende que a solução não será fácil. Ele precisa pensar sobre isso e não tem certeza se conseguirá agora.

O céu escureceu, as estrelas brilhando acima enquanto Severus se aproxima da imponente figura de Hagrid. O zelador permanece pacientemente, com a besta na mão, com Fang ofegante fielmente ao seu lado.

“Professor, você voltou,” Hagrid cumprimenta facilmente, dando um tapinha na cabeça do cachorro antes de andar ao lado de Severus. “Firenze sabia de alguma coisa?”

“Há… uma chance. Infelizmente, nada é certo,” Severus murmura, envolvendo-se mais firmemente em sua capa enquanto eles sobem o caminho em direção à cabana. “Teremos que considerar isso se não houver outra maneira.”

“Entendo”, Hagrid responde calmamente.

O resto da jornada se desenrola em silêncio, Severus muito absorto em seus pensamentos para iniciar uma conversa. Ao chegar à cabana de Hagrid, eles param, encarando um ao outro.

"Bem, eu ficarei aqui se você não se importar", Hagrid murmura, gesticulando com o polegar por cima do ombro.

"Sim... Sim, claro," Severus reconhece, piscando lentamente. “Obrigado pela sua ajuda”, ele murmura.

“Não mencione isso. Fico feliz em poder ajudar você,” Hagrid diz com um sorriso, então hesita antes de perguntar. “Diga olá para Sirius da minha parte. Espero que o rapaz melhore logo.”

"Eu irei," Severus assente, lambendo os lábios. “Vou contar a ele sobre o amasso.Kneazles Tenho certeza de que ele ficará feliz em saber que você quer que ele cuide disso."

"Ah, sim?" Hagrid pergunta, surpreso. “Tenho certeza que será bom para ele. Kneazles são criaturas muito sensíveis. Eles cuidam de você tanto quanto você cuida deles.”

“Nesse caso, tenho certeza de que será bom para o vira-lata, e ele vai gostar de ter alguém para brincar,” Severus não consegue deixar de bufar, balançando a cabeça enquanto imagina como seu amante reagiria à perspectiva de um animal de estimação. Droga, seus aposentos seriam um zoológico, não seriam?

Hagrid fica em silêncio, inclinando a cabeça. “Esta pode ser a primeira vez que vejo você rir, Professor,” ele ri, embora logo pareça sentir uma linha cruzada, e suas mãos começam a se contorcer nervosamente. “Quero dizer…”

Severus olha para o chão, o sorriso ainda tímido nos lábios, mas não o faz desaparecer.

“Nunca tive muitos motivos para rir antes”, ele sussurra, lembrando-se das palavras de Firenze. A vontade repentina de recuar para seus aposentos o domina, de voltar para o homem que ele percebe que precisa tanto quanto o ar que respira.

“Sim,” Hagrid deixa a cabeça cair por um momento, então dá um tapinha no ombro de Severus. “Escute, tenho certeza de que você encontrará um jeito de consertar isso. Dumbledore sempre pensou muito bem de você, então eu sei que você encontrará.”

Severus empalidece de repente, o gosto amargo inundando sua boca, o sorriso finalmente desaparecendo. Ele não quer ouvir sobre isso — especialmente sobre o homem que o manipulou até que não restasse quase nada dele. O homem que, apesar de causar uma quantidade insuportável de dor, Severus ainda respeitava e ainda assim foi obrigado a matar.

Dando de ombros levemente, Severus suspira. "Gostaria que ele não tivesse feito isso. Talvez as coisas tivessem sido diferentes daquele jeito", ele sussurra entre dentes cerrados.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora