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Se a noite anterior e o começo do dia tinham ido mal, só piorou depois da segunda discussão com Severus em sequência. Sirius tinha alguma esperança depois que eles se despediram pela manhã, quando seu amante o beijou de despedida tão ternamente, mas a vida precisava lembrá-lo de que as coisas não estavam bem, e isso tinha acabado de explodir na cara dele.

Obrigado à porra da Helga mais uma vez. Ele está preocupado com as suspeitas de Severus, é claro. Depois do choque inicial, ele realmente começou a se perguntar, e mais e mais dúvidas vêm à sua cabeça.

Sirius sabe que Severus está possivelmente bravo demais para falar com ele, mesmo que ele tenha se desculpado imediatamente – o que ele pretendia fazer. Merlin, que parceiro ele era. Depois de tudo que ele fez o homem passar, ele nem acreditou nele ou pelo menos tentou acalmá-lo. Em vez disso, ele fez exatamente o oposto, possivelmente o machucando mais do que ele tinha feito em um tempo.

É por isso que, após terminar o almoço no Salão Principal e não encontrar Severo lá – fato que aumenta ainda mais sua preocupação – ele decide falar com Remo em particular.

Seu amigo o escuta, e após um longo período de silêncio, ele concorda em ficar de olho em Helga, seu rosto traindo suas próprias suspeitas neste momento. Sirius ainda não está totalmente convencido de que tudo levaria a algo perigoso, mas há algo sobre ela que também não lhe cai bem neste momento.

Depois disso, ele finalmente vai para seus aposentos, esperando encontrar Severus lá. Claro, o homem não está, e Sirius fica tentado a pedir o mapa a Harry mais uma vez, só para ter certeza de que Severus não foi para Spinner's End ou algum outro lugar longe da segurança do castelo.

No final, ele decide contra isso e espera que o homem eventualmente volte para ele. Porque ele faria isso, certo? Nesse ponto, Sirius está preocupado. Não só Severus tem se esforçado demais nas últimas semanas, mas agora Sirius lhe deu outro motivo para ficar longe. Ele teme que Severus o rejeite mais uma vez, e dessa vez, ele não pode dizer que não tem um motivo para isso.

Por fim, quando o relógio já passou da meia-noite, Sirius desiste e se recolhe para a cama sozinho mais uma vez. Inquieto, ele só pode esperar que seu amante, no mínimo, vá para seus antigos aposentos para dormir. Ele odeia a ideia de não tê-lo ao seu lado, mas sabe que precisa ficar parado até que Severus decida que quer vê-lo novamente. É a única coisa que ele pode fazer.







Sírius…

Sirius acorda assustado, com o corpo encharcado de suor frio, e dá um pulo no colchão, ofegante.

Apenas um sonho , ele se tranquiliza, com o coração batendo forte no peito.

O quarto continua envolto em escuridão, indicando que ainda é bem tarde. Sirius instintivamente estende a mão, esperando encontrar a presença reconfortante de Severus ao seu lado, apenas para encontrar o vazio dos lençóis.

Ele suspira, sua atenção atraída para um tênue brilho âmbar perto da janela. Prendendo a respiração, Sirius fixou seu olhar na figura fumando silenciosamente ali, e ele sente uma mistura de alívio e tristeza tomar conta dele quando percebe que é Severus.

Lentamente, muito lentamente, Sirius se levanta da cama, pisando cautelosamente em direção ao homem. O quarto exala uma atmosfera serena, porém frágil, quase como uma aparição em um sonho. Ele teme que qualquer movimento repentino ou respiração muito forte possa fazer o momento desaparecer como uma ilusão passageira.

“Sev…” ele murmura, as palavras mal passando de um sussurro.

Severus vira a cabeça lentamente, uma expressão quase assustada cruzando seu rosto, como se a voz de Sirius o tivesse tirado das profundezas de seus pensamentos. Sirius olha para as profundezas tranquilas dos olhos de Severus, escuros e profundos, e a melancolia que ele discerne dentro deles provoca um pequeno gole.

Dança da Vida  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora